O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, condiciona a sua participação no encontro com
o Chefe do Estado àquilo que chamou de cumprimento integral do Acordo de Cessão
das Hostilidades Militares assinado a 5 de Setembro do ano passado entre ele e
o então Presidente da República Armando Guebuza.
Segundo
a Rádio Moçambique, o líder da “perdiz” exige, igualmente, a
aplicação integral do Acordo Geral de Paz (AGP), assinado em 1992 e que pôs
termo a uma guerra civil de cerca de 16 anos.
Dhlakama
acusou o Governo de violar os entendimentos já existentes, referindo-se a
alegadas movimentações do Exército e ataques às bases da Renamo nas províncias
de Inhambane, Gaza e Tete.
“O
Acordo (Geral de Paz) de Roma foi violado, o acordo de 5 de Setembro foi
violado. Neste momento é a Frelimo que ataca a Renamo e a Renamo limita-se a
defender-se, porque não pode ficar em sentido a levar porrada”, declarou.
Na
exposição escrita que disse já ter enviado ao Presidente Nyusi, Dhlakama
considerou também que o Governo moçambicano acabou unilateralmente com a missão
de observadores militares, criada para fiscalizar a implementação do Acordo de
Cessação de Hostilidades e o desarmamento da Renamo e que terminou o seu
mandato sem resultados.
“Agora
vou analisar o quê? Vou a Maputo falar o quê com Nyusi?”, prosseguiu o líder da
Renamo, acrescentando que se deslocar à capital moçambicana para discutir estes
assuntos não faz nenhum sentido.
A
Renamo anunciou na sexta-feira a suspensão da sua participação no diálogo
político com o Governo, que acontece no Centro Internacional de Conferências
Joaquim Chissano, alegando falta de seriedade do Executivo, mas na quinta-feira
Dhlakama admitiu rever a sua posição, caso sejam aplicados os acordos de paz já
existentes.
Até
lá, frisou, “a Renamo não tem interesses em que o Dhlakama vá a Maputo apertar
a mão a Nyusi”, porque “isto é para enganar a comunidade internacional,
sobretudo os investidores em Moçambique, para dar a entender que Nyusi e
Dhlakama são amigos, que não há problemas”.
Refira-se
que o Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, endereçou, segunda-feira,
ao líder da Renamo um convite para um encontro para uma reflexão sobre a paz no
país, tendo como epicentro a implementação do Acordo de Cessação das
Hostilidades Militares.
Dhlakama
tinha devolvido, no mesmo dia, o referido convite, alegando falta de uma agenda
concreta.
Em
resposta, Nyusi reformulou o convite e elencou como temas a análise do Acordo
de Cessação de Hostilidades Militares, a avaliação do decurso do diálogo de
longo prazo entre as duas partes em Maputo e ainda temas diversos, “podendo e
querendo a Renamo agendar ou listar outros assuntos”.
Notícias
(mz)
Sem comentários:
Enviar um comentário