sábado, 29 de agosto de 2015

Moçambique. DHLAKAMA CONDICIONA ENCONTRO COM NYUSI




O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, condiciona a sua participação no encontro com o Chefe do Estado àquilo que chamou de cumprimento integral do Acordo de Cessão das Hostilidades Militares assinado a 5 de Setembro do ano passado entre ele e o então Presidente da República Armando Guebuza.

Segundo a Rádio Moçambique, o líder da “perdiz”  exige, igualmente,  a aplicação integral do Acordo Geral de Paz (AGP), assinado em 1992 e que pôs termo a uma guerra civil de cerca de 16 anos.

Dhlakama acusou o Governo de violar os entendimentos já existentes, referindo-se a alegadas movimentações do Exército e ataques às bases da Renamo nas províncias de Inhambane, Gaza e Tete.

“O Acordo (Geral de Paz) de Roma foi violado, o acordo de 5 de Setembro foi violado. Neste momento é a Frelimo que ataca a Renamo e a Renamo limita-se a defender-se, porque não pode ficar em sentido a levar porrada”, declarou.

Na exposição escrita que disse já ter enviado ao Presidente Nyusi, Dhlakama considerou também que o Governo moçambicano acabou unilateralmente com a missão de observadores militares, criada para fiscalizar a implementação do Acordo de Cessação de Hostilidades e o desarmamento da Renamo e que terminou o seu mandato sem resultados.

“Agora vou analisar o quê? Vou a Maputo falar o quê com Nyusi?”, prosseguiu o líder da Renamo, acrescentando que se deslocar à capital moçambicana para discutir estes assuntos não faz nenhum sentido.

A Renamo anunciou na sexta-feira a suspensão da sua participação no diálogo político com o Governo, que acontece no Centro Internacional de Conferências Joaquim Chissano, alegando falta de seriedade do Executivo, mas na quinta-feira Dhlakama admitiu rever a sua posição, caso sejam aplicados os acordos de paz já existentes.

Até lá, frisou, “a Renamo não tem interesses em que o Dhlakama vá a Maputo apertar a mão a Nyusi”, porque “isto é para enganar a comunidade internacional, sobretudo os investidores em Moçambique, para dar a entender que Nyusi e Dhlakama são amigos, que não há problemas”.

Refira-se que o Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, endereçou, segunda-feira, ao líder da Renamo um convite para um encontro para uma reflexão sobre a paz no país, tendo como epicentro a implementação do Acordo de Cessação das Hostilidades Militares.
Dhlakama tinha devolvido, no mesmo dia, o referido convite, alegando falta de uma agenda concreta.

Em resposta, Nyusi reformulou o convite e elencou como temas a análise do Acordo de Cessação de Hostilidades Militares, a avaliação do decurso do diálogo de longo prazo entre as duas partes em Maputo e ainda temas diversos, “podendo e querendo a Renamo agendar ou listar outros assuntos”.

Notícias (mz)

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