sexta-feira, 4 de setembro de 2015

ANA GOMES CRITICA SILÊNCIO DA UE SOBRE CORRUPÇÃO EM ANGOLA



Daniel Belo

A eurodeputada socialista portuguesa Ana Gomes acusa a União Europeia de permitir o silenciamento de "práticas corruptas gritantes em Angola", transformando numa "paródia" aos princípios da ONU sobre o respeito dos Direitos Humanos.

A posição consta do relatório que Ana Gomes produziu sobre a visita a Luanda, entre 26 de julho e 2 de agosto último, enviado ao Parlamento Europeu, órgão que segundo informação da eurodeputada, sob sua proposta, adotará na sessão plenária da próxima semana "uma resolução de urgência sobre a situação de Direitos Humanos em Angola". 

Esta visita da eurodeputada, que envolveu reuniões com elementos do Governo angolano, políticos, jornalistas ou elementos da sociedade civil, foi realizada a convite da Associação Justiça, Paz e Democracia, com Ana Gomes a apresentar neste relatório, hoje revelado, várias recomendações às instâncias europeias, também tendo em conta o apoio comunitário a projetos de desenvolvimento em Angola. 

Entre estas recomendações, e na qualidade de membro do Parlamento Europeu e da subcomissão de direitos humanos da União Europeia, Ana Gomes apela à UE para que não prossiga com uma política de "silenciamento de práticas corruptas gritantes em Angola, o que faz uma paródia dos princípios das Nações Unidas sobre direitos humanos e responsabilidade social empresarial, o processo de Kimberley [exploração de diamantes] e regulação anti-lavagem de dinheiro". 

No relatório, a eurodeputada portuguesa refere-se por várias vezes à situação dos 15 jovens ativistas detidos em Luanda desde junho, suspeitos de prepararem um golpe de Estado, e à do ativista angolano detido desde 14 de março em Cabinda, cujo julgamento se iniciou em agosto. 

Ana Gomes conclui que a lavagem de dinheiro é uma "forma institucionalizada" de os dirigentes do regime angolano transferirem o produto da "pilhagem do Estado" para a "segurança do sistema financeiro e imobiliário europeu", e "muitas vezes com a cumplicidade ativa" das empresas, instituições, advogados e governos ocidentais, nomeadamente da Europa.

Antena 1  com Lusa, ontem

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