Na
caminhada que Angola está a fazer rumo a uma verdadeira ditadura, compete-nos
relembrar que «o general Kopelipa presidiu a um aparelho eleitoral que deixou
3,6 milhões de pessoas impossibilitadas de votarem: quase tantos votos como o
MPLA teve. A percentagem de votos do MPLA caiu 9 pontos comparando com as
eleições de 2008, mas registou ainda assim uma vitória esmagadora, com 72 por
cento dos votos.
No novo sistema, o primeiro nome na lista do partido vencedor
seria o presidente. Mais de três décadas depois de tomar o poder, José Eduardo
dos Santos podia dizer que tinha um mandato para governar, apesar das
revelações de uma reputada sondagem de opinião que mostravam que tinha a
aprovação de apenas 16 por cento dos angolanos (Financial Times)». Entretanto,
cerca de metade da população de Angola vive abaixo da linha internacional de
pobreza de 1,25 dólares por dia. Para dar uma ideia, podemos dizer que a esses
mais-pobres levar‐lhes‐ia, a cada um, cerca de 260 anos para ganhar
o suficiente que lhes permitisse comprar o apartamento mais barato no Kilamba.
O
partido no poder prometeu eletricidade na campanha eleitoral de 2008, mas pouca
chegou e nada ou muita coisa sobrou da última promessa de abastecer água canalizada,
feita no período que precedeu as eleições de 2012.
E
entretanto, o governo gastou 1,4 vezes mais na Defesa do que na Saúde e na
Educação em conjunto. Por comparação, o Reino Unido gastou quatro vezes mais
em Saúde e Educação do que na Defesa.
Folha
8 digital
Sem comentários:
Enviar um comentário