Viajando
pelas ilhas, podemos constatar e identificar factos reais de que o jornalismo
cabo verdiano está, quase na generalidade, dependente das opiniões dos
políticos da capital.
Carlos
Fortes Lopes, M.A.
Assistindo
e acompanhando as reportagens apresentadas nos meios da comunicação social
nacional, verifica-se claramente que a classe jornalística nacional ainda
carece da necessária ousadia e determinação profissional para poderem-se livrar
do receio das represálias políticas ainda presentes nesta politizada sociedade.
Os
jornalistas nacionais precisam sair do conforto das cadeiras das redações e
procurarem recolher os factos noticioso e de reportagem existentes nos bairros
periféricos e localidades distantes e dependentes, exclusivamente, da
agricultura, além de passar a serem mais selectivos quanto às conferências de
imprensa e comunicados dos partidos políticos.
A
Comunicação Social Pública é suportada pelos contribuintes nacionais e estes
precisam ter voz e espaço para reivindicarem as suas insatisfações. Os senhores
(as) jornalistas precisam entender de que o jornalismo público é uma profissão
nobre e abrangente mas de uma caris exigente a nível social.
Convém
que não esqueçam de que o Estado de Cabo Verde é pertença exclusiva do povo
eleitor e não dos governantes eleitos por este povo para nos representar politicamente.
Portanto,
os jornalistas exercer as suas funções de forma a fazer com que as coisas mudem
e que os políticos mudem de atitude.
A
Direccao da Comunicação Social terá que apostar num estilo de informação que
possa ser capaz de criar e manter um modelo de jornalismo independente,
audacioso e destemido.
Precisa-se
de um grupo de jornalistas capazes de produzir reportagens de fôlego pautadas
pelo interesse público, sobre as grandes questões do país do ponto de vista da
população, visando o fortalecimento do direito à informação, à qualificação do
debate democrático e à promoção dos direitos humanos.
Como
é do conhecimento de todos, existe material em abundância, sobre o desemprego,
a violência urbana, a violência contra as crianças e contra as mulheres, lavagem
de capitais, roubos institucionais, corrupções político governamentais, etc.,
etc..
Essas
crises sociais são resultado da gestão partidarizada deste governo, com ênfase
na má gestão dos parcos recursos nacionais que têm vindo a ser utilizados, ilegalmente
nas campanhas e propagandas partidárias do partido que sustenta o Governo deste
país de todos nós.
Penso
que chegou a hora de os jornalistas todos juntarem num padrão único de
funcionamento e profissionalismo, com a total liberdade jornalística exigente e
uma demanda acertada do acesso aos documentos que dizem respeito às
ilegalidades das instituições públicas nacionais e dos membros do governo e
seus colaboradores.
Pois,
exige uma postura diferente dos órgãos de informação em massa pagas com o dinheiro
do povo sofredor destas ilhas.
Ao
assistirmos um JORNAL DA TARDE da TCV e ter que engolir imagens e sons de
conferências de imprensa/publicidades político-partidárias sentimos
desrespeitados e tudo isso causa-nos uma revolta de todo tamanho, sabendo nos
de que este órgão da Comunicação Social é suportada com o dinheiro de todos os
cabo verdeanos contribuintes e eleitores deste país.
Caros
senhores Directores e chefes dos departamentos da informação da Comunicação
Social Pública, por favor tenham em conta de que o complexo paradigma da
relação entre o campo jornalístico e a sociedade democrática tem uma especial
importância no contributo para a "regeneração" de um espaço público
local, potenciando a capacidade racional e ação cívica dos cidadãos sobre assuntos
da república e deixem os jornalistas trabalharem sem represálias políticas.
Sabemos
que corresponder às necessidades da opinião pública, no âmbito do dever da
cidadania de qualquer órgão da Comunicação Social Nacional, alimentar o mercado
das informações a favor das audiências e cativar a atenção dos cidadãos de
todas as camadas sociais é um dos mais importantes desafios a conquistar numa
sociedade tão partidarizada como esta em que vivemos.
Contudo,
não devem esquecer que a Comunicação Social convencional, seja local ou
nacional, já não tem o exclusivo da mediação informativa, pois as redes sociais
estão sendo melhor e mais utilizadas do que a Televisão, a Rádio e a imprensa
escrita.
Concluindo,
a sociedade Cabo Verdeana está carente de um jornalismo destemido e com brio
profissional para produzir reportagens que espelhem a triste e dolorosa
realidade do país.
Pois,
o jornalismo precisa estar sempre em renovação, para o bem da classe e da sociedade
em geral.
A
Voz do Povo Sofredor, em A Semana (cv)
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