Pequim,
03 set (Lusa) - Os 12.000 soldados chineses e o armamento de topo que esta
manhã desfilaram no centro de Pequim, em comemoração da vitória da China na II
Guerra Mundial, parecem ter despertado na plateia um sentimento comum: orgulho.
"Sinto-me
entusiasmado e orgulhoso. A China desempenhou um papel crucial na luta mundial
contra o fascismo", disse à agência Lusa Zhensong, funcionário público de
40 anos residente em Pequim.
Zhensong
fez parte de uma plateia restrita e constituída na maioria por veteranos de
guerra, jornalistas e representantes dos 56 grupos étnicos chineses, visto que
os acessos ao 'palco' do desfile estavam hoje cortados e eram alvo de
vigilância apertada.
À
medida que dezenas de novos mísseis balísticos rolavam na "Changan",
a larga artéria que passa no topo norte da Praça Tiananmen, Zhen explicava:
"Ao fim de 70 anos de desenvolvimento, a China poderá contribuir mais
ativamente para a paz mundial".
As
palavras coincidem com as do Presidente chinês, Xi Jinping, num discurso feito
minutos antes: "Nós, os chineses, amamos a paz. Não importa o quão fortes
nos tornemos, nunca vamos procurar a hegemonia ou expansão".
Acompanhado
da mulher, Peng Liyuan, Xi Jinping recebeu 30 chefes de Estado nos jardins de
Zhongnanhai, o Kremlin chinês, situado ao lado do antigo Palácio Imperial.
O
último a saudar o líder chinês foi o Presidente russo Vladimir Putin,
arrancando fortes aplausos entre o público.
O
secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, assim como o anterior chanceler alemão
Gerhard Schroeder também estiveram presentes, numa lista marcada pela ausência
de chefes de Estado das principais potências ocidentais.
Em
2014, no contexto de uma renovada tensão nas relações sino-japonesas, o Governo
chinês instituiu o 3 de setembro como Dia Nacional da Vitória da China na
Guerra de Resistência contra a Agressão Japonesa, mas só este ano foi elevado a
feriado nacional.
A
data assinala a rendição do Japão, ato realizado a bordo de um navio
norte-americano no dia 02 de setembro de 1945.
Segundo
estimativas chinesas, a ocupação japonesa, de 1937 a 1945, causou cerca de 35
milhões de mortos entre a população civil e os militares.
"A
vitória total sobre o Japão restaurou o 'status' da China como uma grande
potência global", concluiu Xi Jinping, na tribuna de Tiananmen, onde em
1949 Mao Zedong anunciou a fundação da República Popular da China.
JOYP
// VM
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