O
Bloco de Esquerda reiterou hoje as acusações feitas no sábado pelo candidato
José Soeiro, segundo as quais a empresa Metro do Porto pagara um milhão de
euros ao escritório de advocacia do ministro da Defesa por pareceres e
consultadorias.
No
sábado, José Soeiro, que integra a lista de candidatos às legislativas pelo
círculo do Porto, disse que, nesta cidade, "Aguiar-Branco [ministro da
Defesa Nacional] é a cara deste processo de concessão dos transportes do Metro
e da STCP contra a opinião dos utentes, contra a opinião dos autarcas das
várias cores que existem, mas ele é também sócio maioritário do escritório de
advogados que ganhou um milhão de euros em pareceres e consultadorias feitas à
Metro do Porto".
No
domingo, a Metro do Porto, em comunicado, assegurou ser "totalmente falso
que tenha sido adjudicado ou pago qualquer valor à JPAB [José Pedro Aguiar
Branco] & Associados, no âmbito do processo de subconcessão em curso, seja
de que natureza for".
Num
comunicado hoje divulgado, o BE defende que "a Metro do Porto desmentiu as
afirmações de José Soeiro, com base numa declaração que não foi feita, e
centrando-se no facto de não existir contrato" com o escritório JPAB &
Associados "durante o negócio da concessão".
"Aproveitando
o facto da Metro do Porto, no seu próprio comunicado, não ter negado a relação
privilegiada com o escritório de Aguiar Branco", na nota hoje divulgada, o
Bloco "apresenta alguns dados adicionais a esse respeito".
De
acordo com o Bloco de Esquerda, "desde 2004 que a Metro do Porto adjudicou
à JPAB -- José Pedro Aguiar Branco & Associados -- Sociedade de Advogados,
R.L., os serviços de consultoria jurídica".
"O
escritório de Aguiar Branco recebeu portanto, em cada ano, cerca de cem mil
euros por pareceres e consultadorias realizadas a esta empresa, perfazendo
portanto o valor indicado", refere o partido.
Além
disso, segundo o Bloco, citando informação disponibilizada na página do
escritório de advogados na internet, "Luís Bianchi de Aguiar é 'assessor
do conselho de administração e funções de gestão e coordenação do gabinete
jurídico da sociedade Metro do Porto, S.A., em representação da sociedade JPAB
-- José Pedro Aguiar-Branco & Associados, desde Julho de 2004'".
Recorrendo
aos relatórios da Metro do Porto, o BE afirma que "a JPAB recebeu, só
desde 2013 e até 2015, 175 mil euros em pareceres e consultadorias realizados
para a Metro".
O
Bloco avança, ainda, que "esta não é a única ligação de Aguiar Branco com
a empresa [Metro do Porto]".
"Quando
foi para o Governo, Aguiar Branco nomeou para seu secretário de Estado Paulo Braga
Lino que, entre 2000 e 2006, foi diretor administrativo e financeiro da Metro,
e que foi responsável, com Juvenal Peneda, pela celebração de contratos de
cobertura de financiamentos na Metro do Porto através de derivados financeiros,
os chamados swaps, que abriram um 'buraco' que ascendeu a mais de 800 milhões
de euros nas contas da transportadora", acusa o BE, referindo que "o
escândalo foi tão grande que o secretário de Estado de Aguiar Branco acabou por
ter de demitir-se do Governo".
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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