Rafael
Marques disse hoje, em Lisboa, que bastava um “telefonema” do Presidente
português, Cavaco Silva, ao seu homólogo angolano, José Eduardo dos Santos,
para que o caso dos prisioneiros de consciência detidos em Luanda fosse
solucionado.
“Bastava-lhe
fazer um telefonema para o seu homólogo a solicitar informações sobre o estado
de saúde deste português (Luaty Beirão). Ele não tem o número do Presidente de
Angola? Se quiser eu posso facilitar esse contacto”, disse Rafael Marques
referindo-se ao luso-angolano há 24 dias em greve de fome, em Luanda.
Rafael
Marques que participa na vigília de solidariedade com os 15 activistas
angolanos no Rossio, em Lisboa, acrescentou que o caso da prisão dos 15 jovens
detidos em Junho em Luanda, acusados de tentativa de golpe de Estado devia ser
debatido no Parlamento português.
“É
essencial que isto seja tratado no Parlamento português porque não se pode
esperar muito do ministro dos Negócios Estrangeiros português, que já disse que
não se vai imiscuir nos assuntos de Angola”, criticou Rafael Marques, que se
mostrou preocupado com os jovens detidos, dois deles em greve de fome,
sobretudo com Luaty Beirão.
“Ele
não come há 24 dias, não come, não fala e tiveram de lhe dar uma cadeira de
rodas porque sofreu uma queda ontem e perdeu a consciência durante uns minutos.
Está a levar soro e enquanto estiver a levar soro nós ficamos minimamente mais
descansados porque os órgãos podem não começar a falhar, mas ele está num
estado de profunda desidratação”, disse Serena Mancini, irmã de Luaty Beirão
que também participa na manifestação.
Folha
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