segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Portugal. CAVACO, O “GÉNIO DA BANALIDADE” QUE É A VERGONHA DA REPÚBLICA




Mário Motta, Lisboa

O fim-de-semana já nem sabe a fim-de-semana. O prazer de parar e descansar, de estar com a família e amigos, de passear com os filhos e os netos. de dormir até mais tarde... já não é o que era. Portugal está um país triste e cinzentão. Cinzentão como Cavaco e como os tempos em que Salazar era quem mais ordenava. Por certo saudoso desses tempos Cavaco surge nesta segunda-feira com mais um passo da sua dança de empata democracia, procurando pretextos por todos os cantos a que a sua mente mórbida, doentia e saudosista consegue chegar para impossibilitar o cumprimento da Constituição da República Portuguesa. Desde o conhecimento dos resultados eleitorais, em 4 de outubro, Cavaco tem-se munido de toda a espécie de velhacos pretextos para não cumprir a Constituição e não empossar o governo que representa a maioria das vontades expressas eleitoralmente. Maioria que no parlamento será a única que garantirá o apoio já expresso e comprovado ao governo que Cavaco teima em excluir.

Com acuidade tem sido demonstrado que Cavaco, presidente só de alguns, personaliza a vergonha da República, pretendendo excluir milhões de portugueses que maioritariamente votaram e entregaram aos seus representantes eleitos os destinos da governabilidade rumo à mudança, rumo à negação da ação que Cavaco e os seus no governo usaram abusiva e injustamente para venderem Portugal, para miserabilizarem os portugueses em proveito de uns quantos que descaradamente eles próprios demonstraram representar. Após a saída de Cavaco, Belém precisa de uma desinfestação rigorosa devido ao bolor salazarento que ali decerto predomina por via do seu nefasto ocupante.

As exigências de Cavaco na manhã de hoje ao secretário-geral do PS, António Costa, são mais do mesmo. São a demonstração de quanto Cavaco tem emperrado a democracia e confrontado a Constituição. Se dúvidas existissem na mente de alguns portugueses sobre o caráter de Cavaco e a sua propensão à direita radical elas devem ter-se dissipado quando constatado que Cavaco exige a António Costa, para supostamente o indigitar, o que não exigiu a Passos Coelho. Afinal as alegadas dúvidas de Cavaco só existem por desculpa esfarrapada, pois que esses esclarecimentos já foram publicamente prestados pelo PS e são desde há algum tempo do conhecimento dos portugueses. As manhas de Cavaco voltam-se contra ele e fazem daquele triste personagem o tal Génio da Banalidade referido por Saramago, assim como a vergonha da República. República que urge reabilitar depois de ele a ter arrastado pela lama da direita ressabiada que o moldou e o impregnou.

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