O
presidente do PS, Carlos César, afirmou hoje que não acredita que um socialista
prefira um Governo PSD/CDS-PP com o apoio do partido a um Governo socialista
com o apoio do PCP e do Bloco de Esquerda.
Carlos
César, líder da bancada do PS, falava aos jornalistas após ter estado reunido
com o ministro dos Assuntos Parlamentares, Carlos Costa Neves, depois de
questionado sobre a perspetiva de criação de uma corrente liderada pelo
eurodeputado socialista Francisco Assis, que se reúne no sábado na Mealhada
para contestar um eventual acordo do PS com o PCP e Bloco de Esquerda.
"Como
socialista digo apenas: Não acredito que um socialista prefira um Governo de
direita com o apoio do PS a um Governo do PS com o apoio da esquerda",
declarou o ex-presidente do Governo Regional dos Açores entre 1996 e 2012.
Na
primeira reação de um alto responsável do PS à iniciativa de contestação
lançada por Francisco Assis contra a direção de António Costa, Carlos César
optou também por desdramatizar o caráter do encontro, alegando que "os
partidos políticos são formações plurais, sendo mesmo autênticas coligações no
seu interior".
"Portanto,
é legítimo e até desejável que o PS tenha opiniões divergentes sobre esse
assunto [acordo de Governo com PCP e Bloco de Esquerda], como teria, de resto,
se estivéssemos a fazer o percurso contrário. Se estivéssemos a consumar um
acordo com o PSD e com o CDS, certamente que teríamos um conjunto de camaradas
nossos que estariam reunidos (não sei se na Mealhada ou em outro local) a
reclamar contra um acordo dessa natureza, pedindo antes um acordo com o PCP e
com o Bloco de Esquerda", referiu o presidente do PS.
Interrogado
sobre o risco de o PS ficar manietado pelo PCP e pelo Bloco de Esquerda, o
líder da bancada socialista contrapôs: "O lado inverso dessa reflexão
diria que o PS ficaria manietado pela direita, refém de um continuo apelo ao
'sim' em todas as circunstâncias em nome de um interesse nacional que fosse
invocado".
"Portanto,
o PS decidirá de acordo com a sua melhor interpretação do interesse nacional,
que passa por uma mudança de políticas pondo termo a uma austeridade excessiva,
garantindo estabilidade, uma trajetória orçamental compatível com os nossos
compromissos europeus e o respeito pelos nossos compromissos
internacionais", disse.
Sobre
a decisão de Francisco Assis avançar já no sábado com uma iniciativa de
contestação, não aguardando pelo congresso do PS, Carlos César referiu-se da
seguinte forma ao cabeça de lista socialista nas últimas eleições europeias:
"Francisco Assis é um ativo precioso do PS e, enquanto ele se movimentar
naquilo que julgar ser a sua melhor interpretação do interesse nacional e do
PS, devem ser sempre saudadas as suas ações e decisões".
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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