quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

GOVERNO DE MACAU VAI CRIAR TERCEIRO TIPO DE HABITAÇÃO PÚBLICA EM 2016



O Governo de Macau vai decidir, em 2016, sobre um terceiro tipo de habitação pública, vocacionada para os jovens, e voltou hoje a garantir que a construção de casas será a prioridade para terrenos não aproveitados por privados.

Depois de vários anúncios e consultas à população, o secretário para os Transportes e Obras Públicas afirmou que, ainda este ano, "será terminado um estudo de viabilidade sobre a criação de um novo tipo de habitação pública, tendo em consideração as necessidades dos residentes sem capacidade aquisitiva no mercado privado e que, simultaneamente, não reúnem requisitos de candidatura a habitação social".

Entre os principais destinatários desta medida estão "os jovens em início de carreira", explicou Raimundo do Rosário, durante a apresentação setorial das Linhas de Ação Governativa para 2016 na Assembleia Legislativa da região, em que afirmou que o governo "vai tomar uma decisão sobre esta matéria no próximo ano".

Atualmente, Macau tem dois tipos de habitação pública: a social, para arrendar, e a económica, para comprar. O acesso a este tipo de casas é por concurso e está dependente dos rendimentos dos agregados familiares.

A habitação, a principal preocupação dos residentes de Macau, território com cerca de 30 quilómetros quadrados onde a escassez de terrenos e a especulação imobiliária fazem os preços disparar, ocupou grande parte do debate de hoje na Assembleia Legislativa.

Os deputados voltaram a questionar o governante sobre 22 terrenos com utilização caducada por privados por não aproveitamento em tempo devido. Os concessionários contestaram a decisão em tribunal, o que fez com que nenhum fosse, efetivamente, recuperado pela região.

No entanto, o secretário deu hoje uma novidade: na semana passada, um concessionário perdeu a ação e tribunal. "Podemos já receber o primeiro terreno", disse, referindo-se a um processo polémico, que suscitou dúvidas e críticas, com alguns deputados a questionarem, ao longo do ano, se a demora se deveria a uma tentativa de favorecer alguns concessionários que não cumpriram os prazos de aproveitamentos dos terrenos mas desejam, ainda assim, manter a concessão.

"Os terrenos que venham a reverter serão alvo de um estudo para que seja decidida a sua forma de aproveitamento (...), sendo que será ponderado prioritariamente o seu aproveitamento para a construção de habitação pública nos casos que reunirem condições para tal", acrescentou Raimundo do Rosário.

O secretário indicou também que das 19 mil frações de habitação pública prometidas até ao final deste ano, foram concluídas 17 mil, e que, além destas, está ainda prevista a conclusão, no próximo ano, de cerca de 700 frações sociais na Taipa e 3400 habitações económicas até 2017.

O preço médio do metro quadrado das casas em Macau fixou-se em 83.595 patacas (9.300 euros) em setembro, um valor 14% inferior ao do ano passado, mas que ainda assim continua a impedir a aquisição de imóveis a grande parte das famílias.

ISG // VM - Lusa

Sem comentários:

Mais lidas da semana