A
produção de petróleo na Guiné Equatorial vai manter-se nos níveis atuais até ao
final da década, descendo a partir daí, mas pode beneficiar dos preços baixos
do petróleo devido à estabilidade política que atrai as empresas.
"A
Guiné Equatorial pode estar bem posicionada para beneficiar da aposta das
companhias petrolíferas em empreendimentos de baixo risco", escrevem os
analistas da Bussiness Monitor International (BMI) no relatório sobre o
petróleo e gás deste país lusófono no primeiro trimestre de 2016.
No
documento, a que a Lusa teve acesso, elencam-se como vantagens do país "o
potencial comprovado debaixo do solo, as infraestruturas existentes e o
panorama significativamente competitivo".
Apesar
de sublinhar a "corrupção e a falta de transparência", a BMI lembra
os mais de mil milhões de barris de petróleo que se estimem constituir as
reservas do país e sublinha como pontos positivos da análise ao setor
energético o "contínuo interesse das companhias, conforme comprovado pela
presença de um número significativo de empresas e exploração contínua".
Por
outro lado, os analistas da BMI acrescentam os termos de licenciamento
favoráveis e o facto de ser um dos exportadores de gás natural líquido mais
importantes da África subsariana como pontos fortes da análise.
Entre
as fraquezas, os analistas apontam a falta de novas descobertas e a estagnação
e até recuo da produção nos próximos dez anos, o fraco ambiente económico
dominado pela corrupção e falta de transparência, para além da saturação dos
poços atuais e a falta de capacidade de refinação no país.
O
aumento da produção de gás natural líquido, que deverá aumentar de 6,2 para 8,5
mil milhões de metros cúbicos nos próximos quatro anos, é positivo para o país,
mas a redução da procura e o abrandamento do consumo na Ásia são fatores
negativos, a que se junta ainda a pirataria marítima na região.
No
relatório, os analistas da BMI chamam também a atenação para as consequências
económicas da prolongada descida do preço do petróleo e da redução da produção
na Guiné Equatorial, que é o terceiro maior produtor da África subsariana,
embora muito distante da Nigéria e Angola, que bombeiam cerca de 2 milhões de
barris por dia.
"O
ambiente de preços baixos do petróleo vai cortar as receitas da exportação e
afundar ainda mais a economia numa recessão, e as dificuldades económicas podem
desencadear uma crise política e económica no país", conclui a BMI.
Dinheiro
Digital com Lusa
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