quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Produção de petróleo na Guiné Equatorial desce mas baixo risco atrai empresas - BMI



A produção de petróleo na Guiné Equatorial vai manter-se nos níveis atuais até ao final da década, descendo a partir daí, mas pode beneficiar dos preços baixos do petróleo devido à estabilidade política que atrai as empresas.

"A Guiné Equatorial pode estar bem posicionada para beneficiar da aposta das companhias petrolíferas em empreendimentos de baixo risco", escrevem os analistas da Bussiness Monitor International (BMI) no relatório sobre o petróleo e gás deste país lusófono no primeiro trimestre de 2016.

No documento, a que a Lusa teve acesso, elencam-se como vantagens do país "o potencial comprovado debaixo do solo, as infraestruturas existentes e o panorama significativamente competitivo".

Apesar de sublinhar a "corrupção e a falta de transparência", a BMI lembra os mais de mil milhões de barris de petróleo que se estimem constituir as reservas do país e sublinha como pontos positivos da análise ao setor energético o "contínuo interesse das companhias, conforme comprovado pela presença de um número significativo de empresas e exploração contínua".

Por outro lado, os analistas da BMI acrescentam os termos de licenciamento favoráveis e o facto de ser um dos exportadores de gás natural líquido mais importantes da África subsariana como pontos fortes da análise.

Entre as fraquezas, os analistas apontam a falta de novas descobertas e a estagnação e até recuo da produção nos próximos dez anos, o fraco ambiente económico dominado pela corrupção e falta de transparência, para além da saturação dos poços atuais e a falta de capacidade de refinação no país.

O aumento da produção de gás natural líquido, que deverá aumentar de 6,2 para 8,5 mil milhões de metros cúbicos nos próximos quatro anos, é positivo para o país, mas a redução da procura e o abrandamento do consumo na Ásia são fatores negativos, a que se junta ainda a pirataria marítima na região.

No relatório, os analistas da BMI chamam também a atenação para as consequências económicas da prolongada descida do preço do petróleo e da redução da produção na Guiné Equatorial, que é o terceiro maior produtor da África subsariana, embora muito distante da Nigéria e Angola, que bombeiam cerca de 2 milhões de barris por dia.

"O ambiente de preços baixos do petróleo vai cortar as receitas da exportação e afundar ainda mais a economia numa recessão, e as dificuldades económicas podem desencadear uma crise política e económica no país", conclui a BMI.

Dinheiro Digital com Lusa

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