Eurodeputada
do Bloco de Esquerda usa os ataques a Bruxelas para sensibilizar os internautas
para os dramas que os refugiados enfrentam diariamente. Porque “estes atentados
não estão a acontecer só em cidades europeias”.
Como
eurodeputada, Marisa Matias viveu de perto os ataques perpetrados ontem pelo
Estado Islâmico em Bruxelas, na Bélgica.
“Escrevo
de Bruxelas, onde hoje [ontem] ocorreram atentados terroristas hediondos”.
Assim começava uma carta publicada ontem na página no Facebook da bloquista, que revela o pânico vivido nas
horas que se seguiram aos atentados.
“Estava
a sair de casa para uma reunião e precisei de saber com urgência se ‘os meus’
estavam bem. Se a E. ainda estava em casa ou já estava no aeroporto com os
miúdos, se as restantes estavam bem, se os meus amigos estavam bem. O M. usou
um grupo privado do Facebook para comunicarmos e assim fomos fazendo ao longo
do dia. Recebi mensagens dos que amo e que estão em casa, esse imenso e enorme
conforto que é sabermos que gostam de nós”, conta a eurodeputada do Bloco de
Esquerda.
“A
meio da manhã saí para ir comprar comida para podermos juntar-nos todos em
casa. À tarde voltei ao Parlamento. A cidade quase deserta, as poucas pessoas
cabisbaixas e um arsenal de segurança e armamento a toda a volta”, acrescentou
ainda.
Recordando
o drama dos refugiados, que diariamente fogem da morte, Marisa Matias admite-se
“cansada do tratamento desigual” e “farta de sermos mais importantes do que os
outros”.
“Estes
atentados não estão a acontecer só em cidades europeias. Há um mundo inteiro
que está a ser apagado da fotografia e nós não podemos deixar que isso
aconteça. De cada vez que deixamos vai-se um bocadinho mais da nossa
humanidade”.
Goreti
Pera – Notícias ao Minuto
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