O
líder do partido da oposição Candidatura Independente da Guiné Equatorial disse
estar impedido de viajar para Bata, na parte continental do país, onde
pretendia realizar uma manifestação no domingo, que foi proibida.
O
líder do partido da oposição Candidatura Independente da Guiné Equatorial disse
hoje à Lusa estar impedido de viajar para Bata, na parte continental do país,
onde pretendia realizar uma manifestação no domingo, que foi proibida.
O
partido Candidatura Independente (CI) convocou uma manifestação “democrática,
popular e pacífica” para domingo em Bata para exigir a sua “legalização”.
Contactado
pela Lusa, o líder do partido da oposição, Gabriel Nzé Obiang Obono, afirmou
hoje ter recebido informações de que “o governador proibiu a manifestação”.
O
partido reclama a sua legalização, depois de o Governo equato-guineense ter
aberto um processo de regularização das forças políticas da oposição. “O
Governo veio dizer que temos de mudar o nome do partido”, explicou o
responsável partidário, que regressou à Guiné Equatorial em outubro de 2014,
depois de 13 anos exilado em Espanha.
“Fizemos
todos os procedimentos conforme a lei e no momento de aprovar o partido, o
Governo vem dizer que temos de mudar o nome. Estivemos na mesa de diálogo
[promovida há um ano pelo Presidente, Teodoro Obiang] com este nome. O ministro
do Interior aprovou o nome, e no Conselho de Ministros, sem estarem apoiados em
qualquer lei, dizem que devemos mudar o nome do partido por razões políticas”,
afirmou.
Gabriel
Obono salientou que “no Conselho de Ministros são todos membros do partido
governamental”, o Partido Democrático da Guiné Equatorial (PDGE), e questionou:
“Como é que eles vão influenciar o nome de um partido contrário?”.
O
CI pretende reclamar o direito de participar nas eleições presidenciais
previstas para o próximo ano, adiantou. “Queríamos manifestar-nos em Bata por
esta causa, para que possamos participar na democracia”, disse.
No
entanto, Gabriel Obono disse estar impedido de viajar de Malabo (capital da
Guiné Equatorial, na parte insular do país) para Bata (na parte continental,
onde se localiza a residência oficial do Presidente, Teodoro Obiang, no poder
desde agosto desde 1979).
“Comprámos
os bilhetes ontem. Agora dizem que o PDGE reservou todo o avião e que o nosso
bilhete fica suspenso até às 18:00. Eu corro perigo ao chegar a Bata de noite. Queríamos um voo de dia, porque eu sei que à noite me podem assassinar. Há
insegurança, pode haver atentados”, disse, acrescentando: “São manobras do
regime. Fazem barbaridades”.
Para
Gabriel Obono, no seu país existe “uma ditadura irracional”.
O
responsável do partido da oposição afirmou que o Governo “quer ganhar as
eleições à força”.
“Faz
falta uma intervenção internacional. Não há liberdades nem reformas”, criticou.
O
partido de Teodoro Obiang realiza entre os dias 10 e 12 de novembro um
congresso extraordinário para preparar o programa do partido para concorrer às
eleições presidenciais do próximo ano, que também elegerá o candidato a chefe
de Estado para os próximos os próximos anos.
Em
comunicado divulgado esta terça-feira, a CI referiu que convocou uma
manifestação para 08 de novembro na “Praça da Liberdade”, em Bata, “com o firme
propósito de exigir ao Governo” do Presidente “o reconhecimento dos direitos
civis e políticos, legalizando o partido”.
A
Guiné Equatorial, o único país de língua espanhola no continente africano,
integra a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) desde julho de 2014.
Lusa,
em Observador – Foto: Paulo Novais
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