@Verdade,
editorial
O
Governo moçambicano veio a público, nesta quinta-feira (28), na vã tentativa,
de prestar algum esclarecimento sobre a situação das dívidas contraídas
ilegalmente com o aval do Estado. Esperávamos que fosse o Presidente da
República, Filipe Nyusi, o auto-intitulado “empregado do povo” a fazê-lo, até
porque ele foi eleito para servir os moçambicanos. Mas este, que prefere emitir
esgares a partir do estrangeiro, optou por enviar dois dos seus bobos da corte,
nomeadamente o Primeiro-Ministro, Carlos Agostinho do Rosário, e o Ministro da
Economia e Finanças, Adriano Maleiane.
Estas
duas figuras apresentaram um discurso cheio de nada e de nenhuma coisa, pois
cada parágrafo, tão fechado à realidade, terminavam todos eles vazios de
informações de que os moçambicanos necessitam. Não havia neles um pingo de
sensatez, só projecções, alucinações políticas e hipocrisia em todo seu
esplendor. As palavras que teceram a colcha de retalhos dos discursos estavam
embutidas de nada o que mostra, à partida, que os seus autores, movidos pelo
puxão de orelha que receberam em Washington, se sentaram defronte do computador
e puseram-se a compilar informações, e onde as palavras caíam é lá onde
deixaram ficar.
Mas
o pior é o ar triste e amargurado dos dois bobos da corte enviados pelo Chefe
de Estado para enterter os moçambicanos. A tristeza e amargura era bem visível
em cada letra que acompanhava cada palavra, sem qualquer substância, que ambos
proferiam. Pela maneira com que era embrulhada entre as palavras as informações
sobre a dívida, levam-nos a crer que o Governo ainda oculta ao povo mais
situações catastrófica.
Não
entendemos o porquê de até então o Presidente da República ainda não ter se
dirigido publicamente aos moçambicanos para explicar toda essa confusão que ele
ajuda a criar quando assumia a pasta de Ministro da Defesa. Nyusi continua
indiferente aos eleitores, aos moçambicanos e à sociedade, como se o problema
não lhe dissesse respeito. Quando este mesmo povo/eleitor decidi mostrar a sua
indignação perante toda essa situação, o Chefe de Estado mobiliza a Polícia,
armada até aos dentes, para amedrontá-lo, como se assistiu nesta quinta-feita,
onde blindados e homens fortemente armados desfilaram pelas artérias da capital
do país.
Portanto,
a cada dia que passa fica claro que o Presidente da República mentiu ao
afirmar, de peito aberto, que “o povo é meu patrão. O meu compromisso é de
servir o povo moçambicano como meu único e exclusivo patrão”.
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