Um
artigo da autoria de João Morais Barbosa, da marca Doutor Finanças, sobre o
agravamento do crédito malparado.
Saíram
recentemente os dados relativos ao incumprimento de contratos de crédito em
Portugal. Infelizmente, a situação não é boa, tendo-se agravado pelo segundo
mês consecutivo. Aliás, o incumprimento de créditos não era tão alto desde
Novembro de 2015.
Subida
de 1.5% face a Janeiro
Os
números de incumprimentos de contratos de crédito, quer falemos de crédito a
famílias quer falemos de crédito a empresas teve uma subida de 1,5% face a
Janeiro. Do total de créditos, aproximadamente 9% (ou 17.984 milhões de euros)
estão em situação de cobrança difícil, com especial enfoque nas empresas, onde
15.9% dos contratos estão com moras. Pelo lado das famílias, apesar do corte
expressivo de custos e do “apertar do cinto”, continuam a passar por
dificuldades. Neste segmento, 4,3% dos contratos estão em dificuldade de
cobrança.
Crédito
Habitação continua em dificuldade
No
rol de prioridades das famílias, o pagamento da sua habitação está no topo.
Quer isto dizer que preferimos deixar de pagar todos os outros créditos a ficar
sem casa… no entanto, o valor de incumprimento nunca foi tão elevado,
representando já 2,61% do montante total financiado. Estes valores assumem-se
como ainda mais preocupantes numa altura em que as taxas de juro dos créditos
não param de cair (veja, por exemplo, a evolução
da euribor nos últimos meses).
Crédito
ao Consumo “Queima”
Se
assumimos o crédito habitação (ou a renda) como a despesa prioritária, os
créditos ao consumo tendem a ser relegados para segundo ou mesmo para terceiro
plano. Não é de estranhar que 9,29% destes créditos estejam em incumprimento,
sendo que se considerarmos os créditos sem uma finalidade específica (contas
ordenado, cartão de crédito), temos perto de 15% dos contratos em dificuldades.
É
necessário combater esta espiral de endividamento
O
crédito não é algo errado à partida. No entanto, deve ser feito de forma
responsável e tendo em conta que a prestação deve ser enquadrada no orçamento
familiar. Costumamos defender na Reorganiza que não devemos olhar apenas para a
prestação atual mas para a prestação em caso de subida dos juros. Temos de ser
conservadores na análise de modo a evitar situações de incumprimento que podem
ser demasiado penalizadoras.
Existem
soluções para esta espiral de endividamento. Tendo já caído no problema saiba
que existem estratégias para o combater. Podemos falar da consolidação de
créditos, da renegociação de créditos ou, em última análise (e carecendo de
apoio / aconselhamento jurídico) da insolvência. O importante é enfrentar o
problema de frente e procurar mudar comportamentos.
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