quarta-feira, 1 de junho de 2016

Governo de Macau considera polícias que falam português "preciosos" e "insubstituíveis"



Macau, China. 31 mai (Lusa) -- O secretário para a Segurança de Macau disse hoje que os polícias que falam português são "recursos preciosos" e "insubstituíveis", depois de um deputado ter denunciado que o trabalho destes profissionais não é reconhecido pelos seus superiores.

"Todos os agentes, quer os de língua materna portuguesa quer os de língua chinesa, são recursos preciosos da RAEM [Região Administrativa Especial de Macau]. Os agentes referidos são insubstituíveis, são muito importantes para as forças de segurança, damos muita importância ao pessoal de língua portuguesa", disse Wong Sio Chak, durante uma sessão de interpelações dos deputados na Assembleia Legislativa.

O secretário respondeu desta forma ao deputado Leong Veng Chai, antigo funcionário dos serviços prisionais, que indicou que "os agentes que têm como língua materna o português sentem que os seus superiores hierárquicos não reconhecem o seu trabalho", situação que afeta "a moral de alguns deles".

Apesar de o número de agentes de língua materna portuguesa ter vindo a diminuir desde a transferência da administração de Macau para a China em 1999, Wong Sio Chak assegura que as forças de segurança integram tanto agentes como pessoal administrativo com esta competência linguística. "Há dirigentes, chefias, pessoal técnico, etc. O trabalho é distribuído consoante as aptidões do pessoal", afirmou.

"Quando um agente sente que o seu trabalho não é reconhecido, deve-se a várias razões, como por exemplo, as suas limitações, tensão nas relações, etc. Não podemos dizer apenas que é devido ao facto de a língua materna ser o português. Qualquer pessoa passa por um processo de aprendizagem e pode não se adaptar. Isto não tem que ver com o domínio da língua portuguesa. Não se pode dizer que há falta de reconhecimento, não posso concordar com isto", sublinhou.

Durante o debate na Assembleia, o secretário voltou a assegurar que a quebra nas receitas nos casinos -- sentida há quase dois anos e com forte impacto nas contas públicas -- não está a ter efeitos na segurança pública, apesar de aumentos no número de sequestros ligados ao jogo e casos de usura.

"Ate à data, a polícia não recebeu informação de qualquer atividade anormal das sociedades secretas devido ao ajustamento do jogo", nem verificou "qualquer impacto na segurança pública", garantiu.

ISG // JMR


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