A
febre do Euro2016 em futebol anda à solta. Portugal perfila-se para ser o campeão
desta vez (bonito, escrever isto), esta seleção é a mais consistente, a melhor,
a maior… e vai ganhar como favas contadas (gostam do escrito?) Somos os
maiores!
Pese
embora Reinaldo estar em baixo de forma e quase não dar uma para a caixa, de
quase só acertar nas orelhas da bola e à boca da baliza acertar com grandes
pontapés na atmosfera, esta seleção é a maior. Chama-se Pepe, Renato Sanches, e aquele…
o cigano (etnia) a quem muito poucos deram o devido valor. (Ele não vai em vedetismos nem em adulações)... Como se chama? Ai… chama-se Quaresma.
Quanto
às vedetas, para que vos queremos? Bazem!
Não
adianta escrever mais nada. O censo-comum do servidor do Expresso Curto está aí mais
em baixo. Nicolau Santos.
Bom
dia e boas festas… futebolísticas. Alegria, alegria, minha gente alegria!
Mário
Motta / PG
Bom dia, este é o seu Expresso Curto
Nicolau
Santos – Expresso
Renato
e Pepe: o menino de ouro e o imperador que veio do Brasil
Bom
dia. Este é o seu Expresso Curto, depois de uma noite de enorme alegria para
milhões de portugueses.
O mundo está perigosíssimo, o ministro alemão das Finanças faz declarações incendiárias contra nós mas hoje é impossível não começar esta crónica com três nomes: Renato Sanches, Pepe e Rui Patrício. Ontem, em Marselha, Portugal apurou-se para as meias-finais do Euro 2016, depois de bater a Polónia nas grandes penalidades por 5-3. Mas até chegar aí houve muita história. A Polónia entrou fortíssima, Cédric falhou a interceção de uma bola, e antes dos 2 minutos já Portugal perdia, com um golo de Lewandowski, que até agora não tinha feito o gosto ao pé e que, segundo foi dito, até fraturou o metatarso no último jogo.
Pensou-se o pior, pois a partir daí os polacos estavam nas suas sete quintas: a defender e a jogar em contra-ataque. E a vida estava a correr-lhes exatamente como tinham pensado, até que um miúdo de 18 anos, nado e criado na Musgueira, teve um repente, passou a bola ao Nani, este devolveu-lha de calcanhar e ele, entre três polacos, atirou uma bomba para o fundo da baliza: 1-1 a partir da meia-hora de jogo (e António Costa, que viu o jogo no estádio, vibrou exuberantemente). Depois, Ronaldo falhou dois golos que, se estivesse em forma não falharia, Pepe fez uma exibição própria de um imperador brasileiro que sente como ninguém o peso da camisola de Portugal, Rui Patrício fez uma enorme defesa, Adrien e João Mário saíram esgotados, Quaresma, como de costume, entrou tarde e a más horas por decisão do selecionador, que ainda substituiu William por Danilo, quando se tivesse metido o Rafa talvez não precisássemos de ir a penalties.
Mas como Fernando Santos, que já disse que se lhe apresentarem um papel a dizer que vai de empate em empate até à final assina logo por baixo e que não é cauteloso nem louco, manteve o conservadorismo que trouxe da Grécia: lá voltámos a empatar (é o nosso quinto empate nos 90 minutos) mas seguimos em frente. Nos penalties Ronaldo marcou primeiro, Renato pediu para ser o segundo e não tremeu, Moutinho converteu o terceiro, Nani fez o quarto, Patrício defendeu espetacularmente o quarto penalty dos polacos (e a foto está nas primeiras páginas de vários jornais portugueses e pelo menos no sítio do The Guardian) e Quaresma pegou na bola (disse na flash interview que sabia que tinha o país às costas) e não tremeu. E o país, que tão carenciado anda de alegrias, pulou, gritou, abraçou-se, cantou, deitou foguetes e foi para a cama mais tarde que o costume, porque nem todos os dias são de festa. Está feito. Depois da Croácia, mandámos a Polónia para casa e ficamos à espera de saber quem nos calha na meia-final: ou a Bélgica, de Courtois, ou o País de Gales, de Bale. Mas isso é só para quarta-feira. Entretanto, a UEFA voltou a eleger o miúdo Renato Sanches como o homem do jogo, mas desta vez a escolha não seria mal feita se fosse Pepe o eleito.
O mundo está perigosíssimo, o ministro alemão das Finanças faz declarações incendiárias contra nós mas hoje é impossível não começar esta crónica com três nomes: Renato Sanches, Pepe e Rui Patrício. Ontem, em Marselha, Portugal apurou-se para as meias-finais do Euro 2016, depois de bater a Polónia nas grandes penalidades por 5-3. Mas até chegar aí houve muita história. A Polónia entrou fortíssima, Cédric falhou a interceção de uma bola, e antes dos 2 minutos já Portugal perdia, com um golo de Lewandowski, que até agora não tinha feito o gosto ao pé e que, segundo foi dito, até fraturou o metatarso no último jogo.
Pensou-se o pior, pois a partir daí os polacos estavam nas suas sete quintas: a defender e a jogar em contra-ataque. E a vida estava a correr-lhes exatamente como tinham pensado, até que um miúdo de 18 anos, nado e criado na Musgueira, teve um repente, passou a bola ao Nani, este devolveu-lha de calcanhar e ele, entre três polacos, atirou uma bomba para o fundo da baliza: 1-1 a partir da meia-hora de jogo (e António Costa, que viu o jogo no estádio, vibrou exuberantemente). Depois, Ronaldo falhou dois golos que, se estivesse em forma não falharia, Pepe fez uma exibição própria de um imperador brasileiro que sente como ninguém o peso da camisola de Portugal, Rui Patrício fez uma enorme defesa, Adrien e João Mário saíram esgotados, Quaresma, como de costume, entrou tarde e a más horas por decisão do selecionador, que ainda substituiu William por Danilo, quando se tivesse metido o Rafa talvez não precisássemos de ir a penalties.
Mas como Fernando Santos, que já disse que se lhe apresentarem um papel a dizer que vai de empate em empate até à final assina logo por baixo e que não é cauteloso nem louco, manteve o conservadorismo que trouxe da Grécia: lá voltámos a empatar (é o nosso quinto empate nos 90 minutos) mas seguimos em frente. Nos penalties Ronaldo marcou primeiro, Renato pediu para ser o segundo e não tremeu, Moutinho converteu o terceiro, Nani fez o quarto, Patrício defendeu espetacularmente o quarto penalty dos polacos (e a foto está nas primeiras páginas de vários jornais portugueses e pelo menos no sítio do The Guardian) e Quaresma pegou na bola (disse na flash interview que sabia que tinha o país às costas) e não tremeu. E o país, que tão carenciado anda de alegrias, pulou, gritou, abraçou-se, cantou, deitou foguetes e foi para a cama mais tarde que o costume, porque nem todos os dias são de festa. Está feito. Depois da Croácia, mandámos a Polónia para casa e ficamos à espera de saber quem nos calha na meia-final: ou a Bélgica, de Courtois, ou o País de Gales, de Bale. Mas isso é só para quarta-feira. Entretanto, a UEFA voltou a eleger o miúdo Renato Sanches como o homem do jogo, mas desta vez a escolha não seria mal feita se fosse Pepe o eleito.
OUTRAS
NOTÍCIAS
Hoje entra em vigor a descida do IVA na restauração (de 23% para 13%), uma medida muito reclamada pelo setor e que o Governo espera que venha a criar mais emprego, além de proporcionar uma descida dos preços dos alimentos no setor mas não nas bebidas, que não são atingidas pela medida.
Também hoje descem os preços do gás natural para famílias e empresas. E entra igualmente em vigor a tarifa social de eletricidade.
Também hoje entra em vigor a reposição do horário de trabalho das 35 horas na Função Pública, que tinha subido para 40 horas há quase três anos, durante o programa de ajustamento negociado por Portugal com a troika.
O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) anuncia hoje as "formas de luta" escolhidas para contestar a não aplicação da redução de horário aos cerca de 9 mil enfermeiros que têm contrato com CIT, assim como a não contratação de mais profissionais. Com a mudança para as 35 horas semanais, o sindicato estima que sejam precisos mais 900 a mil enfermeiros.
E não é que o Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa anulou a licenciatura do ex-ministro Miguel Relvas, pondo fim a uma polémica que se arrastava há mais de três anos e que levou à demissão de um dos políticos mais influentes do governo chefiado por Passos Coelho? O Rui Gustavo conta-lhe tudo.
Entretanto, o Banco de Portugal recebeu quatro propostas para a compra do Novo Banco, cujo prazo terminava ontem.Santander, BCP e Caixabank ficaram fora da corrida.
José Matos Correia, vice-presidente da Assembleia da República, foi o escolhido pelo PSD para presidir à comissão parlamentar de inquérito (CPI) à Caixa Geral de Depósitos (CGD), cuja tomada de posse está marcada para a próxima terça-feira. Por ser um inquérito proposto de forma potestativa (ou seja, ao qual a maioria não se pode opôr), o partido proponente tem também a prerrogativa de escolher o presidente.
João Moreira Rato, ex-presidente do Instituto de Gestão do Crédito Público (IGCP) foi escolhido para criar uma agência de dívida no Koweit. O recuo nas receitas do petróleo obrigou o país a considerar a emissão e a colocação global de títulos de dívida soberana
Cavaleiro, comendador e agora também arguido. Quem é Diogo Gaspar, o diretor do Museu da Presidência, que ontem foi detido pela Polícia Judiciária, por suspeitas de ter praticado crimes de tráfico de influência, abuso de poder, peculato, participação económica em negócio e de, além disso tudo, ter falsificado um documento, na sequência de uma investigação?
O Presidente da República atribuiu ontem, a título póstumo, a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique a Salgueiro Maia, num gesto de "reconhecimento da pátria portuguesa", dizendo que nunca é tarde para a "reparação histórica".
Os valores não ajustados de desemprego são os mais baixos em seis anos e meio, desde 2009, atingindo os 11,3% em Maio. No entanto, no emprego as notícias continuam a ser mais pessimistas, com a recuperação a demorar a chegar.
Gianni Pittella, líder do grupo dos Socialistas & Democratas no Parlamento Europeu aterra esta quinta-feira em Lisboa e traz uma mensagem: “basta de austeridade”. “Não me parece que este seja o tempo certo para falar de sanções a ninguém ou para impor qualquer tipo de sanção. Eu aconselho a Comissão Europeia a não prosseguir com este tipo de sanções. Este é o tempo de criar concórdia, de alargar consensos, de recuperar a confiança dos cidadãos”, diz, em entrevista à Susana Frexes.
As ondas de choque provocadas pela decisão do Reino Unido sair da União Europeia continuam a fazer-se sentir. Agora é a agência de notação financeira Standard and Poor's (S&P) que decidiu baixar em um nível a classificação de crédito atribuída à União Europeia, devido às incertezas com que se confronta o bloco depois do Brexit. E o FMI a considerar que o Brexit é a principal ameaça à economia mundial.
Já há cinco candidatos para suceder a David Cameron à frente dos Tories, em Inglaterra, e nenhum deles é Boris Johnson, que anunciou ontem que não se candidatava ao lugar.
Espanha está entre a morte política e a tragicomédia. Depois das promessas de mudança, as eleições de domingo trouxeram o bipartidarismo de regresso. O "sorriso de um país", slogan do Podemos, ficou amarelo. Seja qual for o governo que vai sair das negociações, o PSOE parece ser a chave de qualquer consenso.
Em Angola, o Presidente José Eduardo dos Santos informou o FMI que o país prescindia do apoio financeiro que tinha pedido no início de Abril (mantendo-se os contactos ao nível técnico, enquanto membro do Fundo). O barril está neste momento entre os 49 e os 50 dólares, e isso poderá ter feito a diferença, já que quando pediu ajuda o preço estava nos 39 dólares.
Acha que com carros que não necessitam de condutor deixa de haver acidentes? Desengane-se. Um condutor norte-americano morreu numa viagem a bordo de um Model S, da Tesla, enquanto o automóvel circulava em piloto automático. É o primeiro caso do género de que há registo e foi formalmente assumido esta quinta-feira pelo fabricante e pelo fundador, o empresário Elon Musk.
FRASES
“Dos dois treinadores da Alemanha, prefiro o Joachim Low, que se ocupa só dos seus tintins. Já Wolfgang Schäuble tem a mania de apertar os dos outros”. José Ferreira Fernandes, colunista, Diário de Notícias
“Eu, se não fosse uma pessoa de boas maneiras, se isso viesse a acontecer, apetecia-me atirar esta mesa para o ar”. Jorge Sampaio, ex-presidente da República, sobre a possibilidade da Comissão Europeia vir a sancionar Portugal por causa do défice de 3,2% em 2015, “Grande Entrevista”, RTP
“Ponho as mãos no fogo pela sua seriedade pessoal”. João Soares, ex-ministro da Cultura, sobre o social-democrata Macário Correia, condenado a quatro anos e meio de prisão, com pena suspensa por igual período, por quatro crimes de prevaricação, jornal i
O QUE ANDO A LER E A OUVIR
Perdi o livro no avião, mas no Grupo Leya leram no meu anterior Expresso Curto o que me tinha acontecido e tiveram a enorme gentileza de me fazer chegar um novo volume, Não sabiam, claro, que eu já tinha encomendado o livro numa conhecida cadeia de livros e música que opera no país. O que importa é agradecer e continuar a ler“A rapariga apanhada na teia de aranha”, quarto volume da saga Millennium, cujos três primeiros são assinados pelo escritor sueco Stieg Larsson, entretanto falecido, e este último por David Lagercrantz. Pois bem: apesar das minhas desconfianças iniciais, a obra não só não desmerece o seu criador, como está à altura das expectativas dos entusiastas da séria. Um livro altamente recomendável.
Para quem gosta de bossa nova e as histórias à volta de uma música que revolucionou o mundo, então recomendo-lhe “Chega de saudade”, de Ruy Castro, (edições Tinta da China), que passou há pouco tempo por livro para promover o livro. Ainda vou no princípio mas só acompanhar a descrição do começo da carreira de João Gilberto é delicioso. Ou como ele disse quando partiu de Juazeiro para Salvador; “ Champanhe, mulheres e música, aqui vou eu!”. E foi.
Quanto a música, fui buscar ao fundo da gaveta o CD de Damien Rice, O & B-Sides, onde consta uma música incontornável: The blower’s daughter, da banda sonora do filme Closer. Mas há várias outras faixas que convocam o melhor de nós e nos colocam num entorpecente estado de felcidade: delicate, volcano, cannonball e a outra minha preferida eskimo.
E pronto, chegamos ao fim-da-semana e deste Expresso Curto. Na segunda-feira regressamos em pleno, mas entretanto pode sempre consultar o sítio do Expresso, o Expresso Diário (a partir das seis da tarde) e amanhã o Expresso em papel. Descansemos, portanto, das emoções do Brexit, do Wolfgang Schauble e da seleção, sempre com a marca Expresso por perto: grande jornalismo em grande companhia.
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