Má
nutrição na Guiné-Bissau só será combatida com conhecimento das tradições
O
ministro da Saúde da Guiné-Bissau, Carlitos Barai, defendeu hoje que para
combater os problemas de má nutrição no país é preciso conhecer as tradições
culturais e os grupos étnicos.
"Temos
as nossas tradições que às vezes complicam as coisas. Uma criança com má
nutrição tem um problema de maldição que alguém lhe fez. Os régulos têm de
ajudar as pessoas a resolver os problemas de má nutrição e explicar que o único
problema é má alimentação", afirmou o ministro da Saúde.
Segundo
o ministro, que falava na cerimónia do Dia Nacional da Nutrição, só assim
passam a existir elementos que nos permitem intervir e resolver o problema.
"Se
reparem bem as regiões onde existem mais problemas de má nutrição são Oio,
Bafatá e Gabu e os grupos étnicos daquelas regiões são fula, mandigas e
biafada", explicou.
Para
o ministro, é fundamental que os governantes conheçam a realidade do país,
porque "sem esse conhecimento da realidade não podem ser governantes".
A
situação da nutrição na Guiné-Bissau, segundo indicadores da ONU de 2014, são
"muito preocupantes", segundo a representante do Programa Alimentar
Mundial no país, Kiyomi Kawaguchi.
Segundo
os dados, nas regiões de Oio, Bafatá e Gabu, um terço das crianças sofrem de
desnutrição crónica ou nanismo.
"O
atraso de crescimento ou nanismo não só afeta a aparência física das crianças,
mas também o seu desenvolvimento intelectual, cognitivo e emocional. O mais
grave é que o nanismo cerebral é muitas vezes irreversível", alertou a
representante.
Segundo
os dados nacionais, 27,6% das crianças guineenses sofrem de desnutrição crónica
e 6% de desnutrição aguda.
MSE
// HB / Lusa | *Título PG
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