sábado, 18 de novembro de 2017

GUINÉ-BISSAU | Maldição da fome, de um presidente antidemocrático e de um governo não eleito



Má nutrição na Guiné-Bissau só será combatida com conhecimento das tradições

O ministro da Saúde da Guiné-Bissau, Carlitos Barai, defendeu hoje que para combater os problemas de má nutrição no país é preciso conhecer as tradições culturais e os grupos étnicos.

"Temos as nossas tradições que às vezes complicam as coisas. Uma criança com má nutrição tem um problema de maldição que alguém lhe fez. Os régulos têm de ajudar as pessoas a resolver os problemas de má nutrição e explicar que o único problema é má alimentação", afirmou o ministro da Saúde.

Segundo o ministro, que falava na cerimónia do Dia Nacional da Nutrição, só assim passam a existir elementos que nos permitem intervir e resolver o problema.

"Se reparem bem as regiões onde existem mais problemas de má nutrição são Oio, Bafatá e Gabu e os grupos étnicos daquelas regiões são fula, mandigas e biafada", explicou.

Para o ministro, é fundamental que os governantes conheçam a realidade do país, porque "sem esse conhecimento da realidade não podem ser governantes".

A situação da nutrição na Guiné-Bissau, segundo indicadores da ONU de 2014, são "muito preocupantes", segundo a representante do Programa Alimentar Mundial no país, Kiyomi Kawaguchi.

Segundo os dados, nas regiões de Oio, Bafatá e Gabu, um terço das crianças sofrem de desnutrição crónica ou nanismo.

"O atraso de crescimento ou nanismo não só afeta a aparência física das crianças, mas também o seu desenvolvimento intelectual, cognitivo e emocional. O mais grave é que o nanismo cerebral é muitas vezes irreversível", alertou a representante.

Segundo os dados nacionais, 27,6% das crianças guineenses sofrem de desnutrição crónica e 6% de desnutrição aguda.

MSE // HB / Lusa | *Título PG

Sem comentários:

Mais lidas da semana