Ana Alexandra Gonçalves* |
opinião
O CDS acusou o Governo de
publicidade enganosa. Trata-se de mais um caso em que os centristas acusam os
outros de características que, afinal, lhes pertencem. E veio isto a propósito
da discussão no Parlamento sobre Educação.
Assim, Cristas e seus apaniguados
passaram o tempo a acusar o Governo de desinvestir na Educação, culminando
aqueles discursos brilhantes com a frase "publicidade enganosa". À
esquerda muitos mostraram-se incapazes de conter os risos.
Publicidade enganosa. Falou quem
pertenceu a um Governo de irrevogáveis e medíocres que diziam estar a tapar o
buraco aberto por José Sócrates, procurando sempre ir mais longe do que era
imposto e, ainda assim, garantindo, com aquele ar sério, que estavam a
salvaguardar os serviços públicos. Pelo caminho aproveitaram o contexto para
proceder a privatizações e outras negociatas.
Mais uma vez Cristas e os seus
apaniguados escorregam nas suas próprias contradições e fazem-no como se
estivesse a dançar artisticamente. A publicidade enganosa de que o CDS fala mais
não foi do que a estratégia do partido, cujo cariz populista é indisfarçável,
durante toda a anterior legislatura. E quando tudo se complicou o irrevogável
revogou-se daqui para fora.
Quanto ao verdadeiro estado da
Educação não se pode, honestamente, recusar a existência de falhas graves,
assim como se verificam falhas graves noutros serviços públicos, designadamente
na Saúde. Essas falhas resultam de anos de mau investimento, anos de
desinvestimento, com o cunho também de Cristas, e uma recuperação que tarda ou
que não chega em virtude do peso do serviço da dívida. Agora publicidade
enganosa, isso é com o CDS que sabe bem do que fala.
*Ana Alexandra Gonçalves |
Triunfo da Razão
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