domingo, 11 de março de 2018

AS LONGAS ARTÉRIAS ABERTAS DA PÁTRIA GRANDE


“La división internacional del trabajo consiste en que unos países se especializan en ganar y otros en perder. Nuestra comarca del mundo, que hoy llamamos América Latina, fue precoz: se especializó en perder desde los remotos tiempos en que los europeos del Renacimiento se abalanzaron a través del mar y le hundieron los dientes en la garganta. Pasaron los siglos y América Latina perfeccionó sus funciones. Éste ya no es el reino de las maravillas donde la realidad derrotaba a la fábula y la imaginación era humillada por los trofeos de la conquista, los yacimientos de oro y las montañas de plata. Pero la región sigue trabajando de sirvienta. Continúa existiendo al servicio de las necesidades ajenas, como fuente y reserva del petróleo y el hierro, el cobre y la carne, las frutas y el café, las materias primas y los alimentos con destino a los países ricos que ganan, consumiéndolos, mucho más de lo que América Latina gana produciéndolos. Son mucho más altos los impuestos que cobran los compradores que los precios que reciben los vendedores; y al fin y al cabo, como declaró en julio de 1968 Covey T. Oliver, coordinador de la Alianza para el Progreso, hablar de precios justos en la actualidad es un concepto medieval. Estamos en plena época de la libre comercialización...». 

– Las venas abiertas de America Latina – Eduardo Galeano.


Martinho Júnior | Luanda 

1- Que me perdoe Eduardo Galeano, em cujo tempo de vida de América Latina não se poderia falar de outra coisa senão de azotadas “veias abertas”, tal a intensidade de sangue venoso que ocorreu durante os séculos de colonização e de recolonização dos que sempre perderam para os vitoriosos do norte!

É o retrato duma América traumatizada, coagulada e vencida durante séculos, mesmo depois de alcançadas as independências de bandeira o que evocou Eduardo Galeano, mas também um pré-aviso do início duma revitalização carregada de aspirações e inspirações, de evocações e de imaginários, como só a América poderá, em plena rebeldia, reflectir, pulsar e emanar!

Que me perdoe pois Eduardo Galeano, pelo quanto traumático da memória singular dos povos latino-americanos ele tão sabiamente definiu em dialéticas pinceladas, como se define um espelho mergulhado em pleno vulcão, mas evocando-o, tenho sobejas razões para o começar a reverter: venho assumir, falar e escrever sobre as longas artérias abertas, de gigantes vitoriosos, não mais das veias abertas de perdedores eméritos, por que corre já substância líquida vital para delas e através delas e a partir delas, memorizar, impulsionar e sonhar, espalhando a necessária revitalização civilizacional por toda a Pátria Grande, por todo o mundo fora, solidariamente!


A partir das longas artérias integradoras que emanam da Venezuela Socialista e Bolivariana, não mais as nações, os estados e os povos poderão cair de maduros na primeira esquina, conforme dolorosamente o fizeram durante séculos, por que podem ter sempre a oportunidade para se tornarem viçosos e dignos e vitoriosos nas suas mais legítimas aspirações, quaisquer que sejam os traumas do passado e os obstáculos do presente que tenham de enfrentar.

Creio que Eduardo Galeano, se sentisse como é hoje possível sentir, o coração e a pulsação da Pátria Grande que emana a Venezuela Socialista e Bolivariana, optaria num outro dia, por assumir, falar e escrever em outras páginas, sobre as artérias abertas desde logo nos vasos de intenso caudal que pulsam oxigenados desde Caracas em direcção às Caraíbas, em direcção à doce cintura centro americana, em direcção ao compacto colosso que se situa a sul, em direcção até aos Estados Unidos, onde a crescente mancha de pobreza lança um constante e gritante apelo por solidariedade, por dignidade, por internacionalismo e por amor!

2- Para mim, pessoalmente, os dias em que inesperadamente pisei solo venezuelano, foram um indelével regresso à minha própria juventude, quando Angola, sob a inspiração do seu Presidente fundador António Agostinho Neto, era uma “trincheira firme da revolução em África” e como tal, o coração mais ardente da luta de libertação de todo o continente africano contra a internacional fascista que se instalara com armas e bagagens em tenebrosos baluartes a sul… assim era de Argel, ao Cabo da Boa Esperança…

Compreendia-se então em Angola, até sensorialmente, pele adentro, as artérias vivificadoras que inundavam o corpo inerte do continente-berço da humanidade, alimentando de oxigénio o futuro que se impunha por via da libertação, do socialismo e inspirando a juventude em que de corpo e alma eu próprio me integrava… um tónico para toda a vida, confesso…

…Confesso, com o ardor e a memória própria dum velho combatente-dromedário atravessando os desertos mais quentes da Terra, desertos de mais de trinta anos, mas suficientemente nutrido para chegar, ainda que tão fugazmente, à fonte dum sangue revitalizador como o da Venezuela!

Vencido o colonialismo, impunha-se vencer o “apartheid” e as sequelas de ambos, transformando o sangue venoso de séculos, no sangue arterial que nos poderá conduzir ao futuro, mesmo que a injecção de capitalismo neoliberal nos surgisse inevitável como surgiu, face ao miolo indómito, à prova dos grandes desertos, de nossas próprias e singulares existências (os camelos como sabem, atravessam os desertos em longas caravanas)!


As evocações e as emoções que carrego são por si um acto denso e inundado de solidariedade, de amor e de carinho transatlântico e“transdesértico” para com aquele povo, para com aqueles jovens dirigentes, para com o vigoroso ambiente humano da Venezuela, por todos os que animam a revolução socialista e bolivariana da Pátria Grande e por todos que em solidariedade se nutrem dela!

Conforme esclarecidamente anunciava António Agostinho Neto, “o que nos une é a ideologia, não a geografia” e eu ouso acrescentar: o que nos une são e serão também todas as oxigenadas artérias que conseguirmos inaugurar e afortunadamente manter, mesmo que sejam pequenos santuários a atravessar imensos desertos, artérias capazes de restaurar, de renascer e de vivificar, a partir dos corações mais ardentes que conseguirmos pôr de novo e sempre a pulsar, emergindo das trevas e à cadência dos povos mais oprimidos da Terra!

Hoje amor, por mais longínquo e devassado que aparentemente esteja o amor, TODOS SOMOS VENEZUELA!

Martinho Júnior - Luanda, 11 de Março de 2018.


Imagens da minha reportagem fotográfica (5, 6, 7 e 8 em Pátria Grande):

- Num dos fóruns de solidariedade com a Venezuela Bolivariana;
- Embarque depois da recepção do Governador do Estado de Vargas às delegações internacionais, na muito movimentada Estação Rodoviária de Catia La Mar, construída pelo Governo Socialista Bolivariano;
- Homenagem ao Comandante Chavez e a Simon Bolivar, a 5 de Março de 2018, em La Guaira;
- Deposição da flores junto à estátua do Comandante Hugo Chavez, depois da homenagem militar, a 5 de Março de 2018, em La Guaira;
- Eu próprio junto ao mausoléu do heróico Comandante Hugo Chavez, a 5 de Março de 2018, no Quartel da le Montaña, Museu Militar, em Caracas.

A consultar de Martinho Júnior:
LONGOS SÃO OS CAMINHOS ÁVIDOS DE VIDA E PAZ!... – http://paginaglobal.blogspot.pt/2017/08/longos-sao-os-caminhos-avidos-de-vida-e.html
CONTRA AS CONSTANTES INGERÊNCIAS E MANIPULAÇÕES… – http://paginaglobal.blogspot.pt/2017/10/contra-as-constantes-ingerencias-e.html

A consultar:
Gran Misión Vivienda Venezuela – http://www.minhvi.gob.ve/;

Documento em anexo:

Caracas, 16 de febrero de 2018

 Estimado Compañero;

Junior Viegas Martinho Presente.-

En el marco de la conmemoración del quinto aniversario de la siembra del Comandante Hugo Chávez, y en el preámbulo de la histórica elección presidencial que tendrá lugar en nuestro país el próximo 22 de abril, hemos organizado en Venezuela la segunda edición de la “Jornada Mundial de Solidaridad con la Revolución Bolivariana: Todos somos Venezuela”; evento que tendrá lugar en la ciudad de Caracas, del 5 al 7 de marzo próximos.

Todos somos Venezuela, es un llamado a las buenas conciencias del mundo, en esta hora decisiva para la Patria de Simón Bolívar, cuando el imperialismo y las fuerzas mundiales más oscuras y reaccionarias escalan sus ataques contra el hermoso proyecto de construcción de una democracia popular, participativa y protagónica que lleva adelante el pueblo venezolano, bajo la inspiración de Hugo Chávez y la conducción de Nicolás Maduro.

Todos somos Venezuela, será una oportunidad para encontrarnos; para debatir, analizar y proponer acciones a través de las cuales impulsar la defensa de la democracia y soberanía venezolana; y para la denuncia de la agresión imperial y el impulso de las luchas de los pueblos del mundo, en el contexto del demencial guerrerismo que propone la corriente supremacista instalada hoy en Washington.

Por tu compromiso con las causas justas del mundo, queremos extenderte esta combativa invitación a venir y darnos un abrazo en Venezuela; a encontrarte con nuestro pueblo y reafirmar el compromiso de la humanidad con el diálogo, la paz, la democracia y la soberanía del pueblo de Bolívar y Chávez.

Independencia y Patria Socialista! ¡Viviremos y Venceremos!

Nota: 
Convite oficial assinado bolivarianamente por Jorge Arreaza Monserrat, Canciller da la Republica Bolivariana de Venezuela e Adán Chavez Frias, Vicepresidente de Relaciones Internacionales del Partido Socialista Unido de Venezuela (PSUV

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