Mário Centeno abriu mais uma
guerra com os funcionários públicos. Foi declarado que só em 2020 será possível
que tenham aumentos. As centrais sindicais ficaram estupefactas. Vem aí
contestação social de milhares de funcionários que já há anos andam a ser vítimas
dos cortes nos ordenados e na evolução e promoção nas carreiras.
A agravar a
situação estão a ser criadas situações diferenciadas entre os funcionários, uns
vêem os seus ordenados serem mais gordos ao fim dos meses e outros não. Independentemente
de exercerem o mesmo trabalho e categoria profissional. Para trabalho igual,
salário igual – já é antigo e sabido este principio – mas não é o que está a
acontecer e a diferenciação vai aumentar, em vez dos ordenados.
De Notícias ao Minuto juntamos três
prosas que nos dão conta do que aconteceu ontem no Conselho Permanente de
Concertação Social e respetivas declarações dos intervenientes. (PG)
Centeno diz que está
"obcecado" em garantir a estabilidade orçamental
O ministro das Finanças recusou
hoje informar dos dados que constam do Programa de Estabilidade, que será
apresentado na próxima semana, referindo que está "obcecado" em
garantir a estabilidade financeira e orçamental de Portugal.
"OPrograma de Estabilidade
vai ser apresentado para a semana. Não gostaria de entrar em detalhes",
afirmou Mário Centeno aos jornalistas, no final da reunião da Comissão
Permanente da Concertação Social, em Lisboa, na qual apresentou as
"grandes linhas" desse documento aos parceiros sociais.
As centrais sindicais CGTP e UGT
disseram hoje, no fim da reunião, que o ministro das Finanças as informou de
que não haverá aumentos de salários para a função pública em 2019. A CGTP
acrescentou ainda que, no âmbito do Programa de Estabilidade, o Governo prevê
uma redução da dívida pública de 23 pontos percentuais para 102% do Produto
Interno Bruto (PIB) em 2022.
O governante, nas declarações aos
jornalistas, recusou confirmar quaisquer números, nem as novas perspetivas
sobre o défice e o crescimento da economia.
Na quinta-feira, o Eco e o Jornal
de Negócios noticiaram que o Governo já tinha iniciado as reuniões com os
parceiros parlamentares sobre o Programa de Estabilidade, apresentando novas
estimativas para este ano, de um défice orçamental de 0,7% do PIB e um
crescimento económico de 2,3%.
No Orçamento do Estado para 2018,
o executivo previa um défice orçamental de 1,1% do PIB (com o impacto de 0,1
pontos das medidas de apoio e resposta aos incêndios do ano passado) e um
crescimento económico de 2,2%.
Segundo o ministro, o que o
Programa de Estabilidade trará é projeções "muito positivas" para a
economia e finanças públicas equilibradas, considerando que "qualquer
desvio na trajetória coloca em causa a prossecução dos objetivos" a que o
Governo se propôs.
"Estou obcecado em garantir
a estabilidade da trajetória financeira e orçamental portuguesa. Nunca antes
Portugal tinha cumprido as metas propostas", afirmou Centeno.
Lusa | em Notícias ao Minuto |
Foto: Reuters
Governo disse a parceiros que não
haverá aumentos nos salários em 2019
A CGTP disse hoje que o ministro
das Finanças informou o Conselho Permanente de Concertação Social de que não
haverá aumentos de salários em 2019, tendo a central sindical considerado
"inadmissível" a posição do Governo.
"Não se percebe que este
Governo esteja obcecado pelos números e a perder sensibilidade social",
disse aos jornalistas o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, no fim da
reunião de mais de três horas em Lisboa.
O dirigente sindical considerou
que, com uma decisão como esta, o executivo põe os "trabalhadores em
segundo plano enquanto trata os credores [de dívida pública] nas
palminhas".
Lusa | em Notícias ao Minuto | Foto:
Lusa
Funcionários públicos
"continuarão a pagar fatura da crise"
A UGT disse hoje que saiu
frustrada da reunião da comissão permanente da Concertação Social, em que o
ministro das Finanças indicou aos parceiros sociais que não haverá aumentos salariais
para a função pública em 2019.
"Ficamos não admirados, mas
frustrados ao ouvirmos dizer que não haverá tão cedo aumentos salariais, estes
trabalhadores continuarão a pagar fatura da crise. Isto causa grandes
perturbações", afirmou Lucinda Dâmaso.
A dirigente sindical considerou
que só "trabalhadores respeitados, reconhecidos e valorizados"
prestarão serviços de qualidade na administração pública, como na saúde ou nas
escolas, além de que o Governo devia dar "um sinal de esperança" a
todos os que foram penalizados durante a crise.
Ainda para a presidente da
central sindical UGT, o discurso do governante foi "dominado pela
incerteza" em termos de futuro, apesar da melhoria da economia e da
diminuição de desemprego que se vivem atualmente.
As centrais sindicais CGTP e UGT
disseram hoje que o ministro das Finanças, Mário Centeno, informou hoje de que
não haverá aumentos de salários em 2019, na reunião da concertação social em
que deu a conhecer as linhas gerais do Programa de Estabilidade para 2018-2022.
Lusa | em Notícias ao Minuto |
Foto: Global Imagens
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