Bom dia à tarde (já passa do
meio-dia). Este vai ser o interoito do interoito do Expresso Curto. A seguir
entenderão o que é isso. Por esta hora já os operários da construção civil
almoçam, os das fábricas também. E etc. Sabem, aqueles que produzem… e outros.
Na Assembleia da República eles vão almoçando. Alguns até só umas sandochas
porque não têm tempo e o esforço físico é quase nulo. Até engordam só com o ar
que inspiram. Não são todos, mas há lá muitos que assim parece ser. Outros vão
almoçar opiparamente lá na tasca chique da AR. Pagam pouco e comem do bom e
do melhor. Qual quê! Esses não levam ‘taparueres’ nem marmitas, nem se sentam
onde der mais jeito em tábuas que não tenham por ali pregos ferrugentos. Uma
lata de tinta das de 20 litros já é uma mordomia do caraças. Boa.
Deputados. Sim senhor, é sobre o
que pode ler depois do interoito, a seguir a este interoito. Refere o expressista
do tio Balsemão que o “Manuel Pinho continuou a receber do BES”… Da teta da
vaca para o offshore, e adiante. Lá prá frente entenderão. E refere também sobre os extras
“com que os deputados “quase duplicam” os seus salários, dias depois de se
saber que iam ser repostos os cortes nos vencimentos dos membros de gabinetes
políticos.” Pois. A uns cortam (deve ser só para tapar os olhos aos plebeus) e a outros florescem-nos com extras de ordenado. Sim, aos
deputados. Que ganham pouco, uma indecência para os cargos que desempenham,
argumentam por aí à boca cheia, eles e os que têm um canudo (comprado ou não) e são cegos, surdos
e mudos acerca da miséria de ordenados que por aí vai, assim como dos empresários reencarnados nos esclavagistas de há séculos. Ninguém se lembra de tabelar os
ordenados dos do governo e outros assemelhados, deputados incluídos, num teto
que iria a mais três vezes o salário mínimo nacional. Era uma boa.
Querem uma aposta que o
salário mínimo subiria em flecha?! Pois. Os mamões sabem muito bem fazer contas
de coça para dentro. Não são todos… Mas são assim demasiados deles. E basta.
Pior é que os que são impecáveis, honestos, também podem ser afetados por estes
juízos que os plebeus têm acerca de governantes, ilhargas, deputados e ilhargas…
e por aí adiante. Como mulher honrada não tem ouvidos também esses os não devem
ter. Certo é que as mulheres honradas, sem quererem, ocultam involuntariamente muitas
putas que com elas se misturam. Uma chatice, mas é assim desde que o mundo é
mundo. Que fazer? Olhem, escrevam, desabafem. E depois dêem para ler, num
qualquer dia do livro, que são todos os dias.
Caldo entornado. Este interoito
está enorme. Até parece um interoitocentos. Puxa!
Avançando e para acabar o resto. Pedro
Cordeiro, funcionário do tio Balsemão, refere ainda sobre “coisas esquisitas”
acerca de Pedrocas, o Santana dos Flopes. Tem que ver com a Santa Casa Pura –
como água da sargeta. Ai, ai. O quê? Pedrocas na gaveta? Ora, ora, más línguas.
Enfim, a coisa está tão
vulgarizada que as gentes plebeias, pagantes, exploradas, enganadas e oprimidas
(há dúvidas?) já tomam conhecimento dos cambalachos dos poderosos e nem ligam. Estão
quase todos numa pose e atitude de anestesiados. E os doutores aproveitam. Ou não
fossem uns oportunistas do carago! E mamam sem se fartarem. Para eles muitos milhares
de euros é pouco e vai daí arranjam extras disto e daquilo. Assim: salário base
3.500 euros, extras… outro tanto ou mais, a contar com as mordomias e etc. E
mesmo assim dizem que ganham pouco e que urge dignificar os seus cargos. E blá,
blá… Tal qual chulos a dar milongas às desgraçadas que parasitam. Pois.
Chega, apesar de ser dito muito
pouco. No Curto tem muito para ler. E coisas de interesse, nesta segunda-feira
jeitosa. Do livro. Pelo menos há sol. E depois de amanhã é 25 de Abril… Sempre? Não.
Assim a modos que pisca-pisca. Pudera. Com tanto parasita a mamar o que é do
coletivo de milhões de pessoas... Mas é assim, por cá e lá por fora. Mais que
nunca. Sorria, de vários modos está a ser roubado. (MM | PG)
Bom dia este é o seu Expresso
Curto
Livres no Dia do Livro
Pedro Cordeiro | Expresso
Bom dia, caros leitores. É
pertinente começarem o dia a ler o Expresso Curto e oxalá tenham ocasião de ler
outras coisas ao longo da jornada, já que se festeja o Dia Mundial do
Livro. A data, que a Unesco celebra desde 1995, foi de nascimento e morte de William
Shakespeare: o bardo inglês nasceu (tanto quanto se sabe da sua vida
misteriosa) a 23 de abril de 1564, tendo morrido no mesmo dia de 1616. Nessa
mesma data e no mesmo ano desaparecia Miguel de Cervantes, nome cimeiro
das letras espanholas, embora se deva assinalar que um e outro não faleceram no
mesmo dia: é que em Espanha e Inglaterra vigoravam calendários diferentes.
Quando o autor de “Hamlet” morreu, já o de “D. Quixote” fechara os olhos há dez
dias.
Passados 402 anos, eis algumas propostas para festejar a data. E é bom que a festejemos, apesar de (ou talvez por causa de, e para contrariar) preocupantes dados sobre os hábitos de leitura, com o aqui explicou há tempos a jornalista Alexandra Carita. Ler é uma das formas mais fáceis de ser livre e torna-nos, de facto, mais livres. O que em vésperas de 25 de Abril só pode ser salutar.
Feito o introito, tentemos ler o mundo e o país. Portugal tem debatido nos últimos dias a ética na política, sobretudo ligada a dinheiro. As duas últimas manchetes do Expresso disseram respeito às viagens dos deputados das ilhas e ao ordenado chorudo que Manuel Pinho continuou a receber do BES, via off-shores, entre 2005 e 2009, quando era ministro da Economia de José Sócrates. Hoje o “Jornal de Notícias” abre com os “extras”com que os deputados “quase duplicam” os seus salários, dias depois de se saber que iam ser repostos os cortes nos vencimentos dos membros de gabinetes políticos. O “Público” noticia ainda que um relatório pouco abonatório da gestão de Pedro Santana Lopes na Santa Casa da Misericórdia ficou na gaveta até depois das eleições internas do PSD, em que foi derrotado por Rui Rio. “Gato escondido com rabo de fora”, escreve em editorial o diretor do jornal, David Dinis, que conclui que “não é preciso um Rio para descobrirmos um bloco central”.
Indo além da justa indignação que casos destes sempre suscitam (quando não um bocejo, sintoma grave de que já pouco nos surpreende), creio ser avisado fugir ao populismo imediatista do “são todos uns malandros” e continuar o debate sobre os vencimentos dos políticos, a transparência e a ética. Melhorar a qualidade da democracia é trabalho nunca terminado e a nossa, historicamente, é muito novinha: completa apenas 44 anos na quarta-feira, lindo feriado dos cravos que ostentaremos mais dignamente se nos mantivermos cidadãos críticos e exigentes. Três textos que podem ser úteis a este respeito são este do Pedro Marques Lopes, este da Clara Ferreira Alves, este do Alexandre Homem Cristo.
Percorramos, então, as manchetes do dia:
Jornal de Notícias: “Deputados quase duplicam salários com extras”
Diário de Notícias: “Rendas precárias: maioria dos contratos já são de apenas um ano”
Público: “Governo guardou durante 20 meses auditoria muito crítica para Santana Lopes”
Correio da Manhã: “Docentes do privado ultrapassam colegas do público”
i: “Entrevista a Boaventura Sousa Santos: ‘Os governos do Brasil e dos EUA pressionaram o PS a não ir ao encontro de solidariedade com Lula’”
Passados 402 anos, eis algumas propostas para festejar a data. E é bom que a festejemos, apesar de (ou talvez por causa de, e para contrariar) preocupantes dados sobre os hábitos de leitura, com o aqui explicou há tempos a jornalista Alexandra Carita. Ler é uma das formas mais fáceis de ser livre e torna-nos, de facto, mais livres. O que em vésperas de 25 de Abril só pode ser salutar.
Feito o introito, tentemos ler o mundo e o país. Portugal tem debatido nos últimos dias a ética na política, sobretudo ligada a dinheiro. As duas últimas manchetes do Expresso disseram respeito às viagens dos deputados das ilhas e ao ordenado chorudo que Manuel Pinho continuou a receber do BES, via off-shores, entre 2005 e 2009, quando era ministro da Economia de José Sócrates. Hoje o “Jornal de Notícias” abre com os “extras”com que os deputados “quase duplicam” os seus salários, dias depois de se saber que iam ser repostos os cortes nos vencimentos dos membros de gabinetes políticos. O “Público” noticia ainda que um relatório pouco abonatório da gestão de Pedro Santana Lopes na Santa Casa da Misericórdia ficou na gaveta até depois das eleições internas do PSD, em que foi derrotado por Rui Rio. “Gato escondido com rabo de fora”, escreve em editorial o diretor do jornal, David Dinis, que conclui que “não é preciso um Rio para descobrirmos um bloco central”.
Indo além da justa indignação que casos destes sempre suscitam (quando não um bocejo, sintoma grave de que já pouco nos surpreende), creio ser avisado fugir ao populismo imediatista do “são todos uns malandros” e continuar o debate sobre os vencimentos dos políticos, a transparência e a ética. Melhorar a qualidade da democracia é trabalho nunca terminado e a nossa, historicamente, é muito novinha: completa apenas 44 anos na quarta-feira, lindo feriado dos cravos que ostentaremos mais dignamente se nos mantivermos cidadãos críticos e exigentes. Três textos que podem ser úteis a este respeito são este do Pedro Marques Lopes, este da Clara Ferreira Alves, este do Alexandre Homem Cristo.
Percorramos, então, as manchetes do dia:
Jornal de Notícias: “Deputados quase duplicam salários com extras”
Diário de Notícias: “Rendas precárias: maioria dos contratos já são de apenas um ano”
Público: “Governo guardou durante 20 meses auditoria muito crítica para Santana Lopes”
Correio da Manhã: “Docentes do privado ultrapassam colegas do público”
i: “Entrevista a Boaventura Sousa Santos: ‘Os governos do Brasil e dos EUA pressionaram o PS a não ir ao encontro de solidariedade com Lula’”
OUTRAS NOTÍCIAS
Cá dentro, a primeira que vos
trago (desculpem!) não é boa: os preços dos combustíveis aumentaram hoje. Na origem desta alteração está a subida do
valor do petróleo, mas recorde que a maior fatia do que pagamos ao abastecer a
viatura diz respeito a impostos, isto é, vai para o Estado. Ora, este podia
obter mais receitas sem ir tanto ao bolso do cidadão se gerisse melhor os
seus ativos, defende um perito sueco com quem o Expresso conversou.
Procuremos, então, poupar: o camarada Pedro Andersson dá sempre as melhores
dicas sobre impostos, agora que estamos a meio do período de entrega da
declaração do IRS.
Em Lisboa, duas notas positivas: o regresso do elétrico 24 da Carris, há muito reivindicado, e que passará desde amanhã a fazer o percurso entre o Largo Camões e Campolide. “Um pequeno passo para um homem, um salto gigantesco para a humanidade”, escreve o especialista e ativista lisboeta Paulo Ferrero. O outro aplauso vai para os moradores do Arco do Cego, que andaram a limpar execráveis tags e grafitos que desfeavam o seu bairro.
Surgiu uma nova aplicação para combater a violência doméstica. Chama-se Vive+Aqui e foi desenvolvida pelo Movimento Democrático das Mulheres. Recordando que no ano passado este flagelo matou 18 mulheres, tendo mais 23 sofrido tentativas de assassínio, todos os esforços são de saudar.
Face ao previsível veto presidencial à lei de mudança de género aprovada na semana passada pela Assembleia da República, pais de jovens transexuais lançam um apelo a Marcelo Rebelo de Sousa. Deixar passar o diploma é, sustentam, contribuir para a dignidade dos seus filhos.
A ler, também, este interessante mergulho da Cátia Bruno, no Observador, na história de uma seita que passou por cá. Os Meninos de Deus andavam pela linha de Cascais, vindos do outro lado do Atlântico, e pregavam o amor livre. Nada contra, muito pelo contrário, mas conheça-se-lhes os matizes...
E LÁ FORA?
O mundo está complicado e análises como esta do Bernardo Pires de Lima podem auxiliar na sua difícil interpretação. Permitam-me que vá até ao Reino Unido, até porque 23 de abril é também o Dia de São Jorge, padroeiro de Inglaterra (e da Catalunha, já agora). O Governo de Theresa May vê-se atacado, como de costume, pelas indefinições quanto ao Brexit e à futura relação com a União Europeia: afinal o país fica ou na união aduaneira? Downing Street diz que sim. Mas o facto de Bruxelas ter rejeitado as últimas propostas de Londres sobre a fronteira irlandesa dificultam a vida à descredibilizada primeira-ministra britânica.
Outro assunto a atormentar a governante conservadora é o escândalo Windrush. Em suma, milhares de imigrantes de origem caribenha que estão há décadas em território de Sua Majestade, onde vivem e trabalham pacificamente, souberam recentemente que estavam em risco de deportação. O caso já ocasionou pedidos de demissão da ministra do Interior, Amber Rudd, muitas vezes vista como potencial sucessora de May. Não têm faltado na imprensa britânica histórias dramáticas de famílias apanhadas neste turbilhão de que o Governo estava bem ciente antes de se tornar público.
Em semana de encontro entre os líderes das duas Coreias (é já na sexta-feira), o mundo tenta acreditar na paz e sucedem-se gestos de aparente boa vontade. Se o Norte anunciou no fim de semana que deixava de lado os testes de mísseis, o Sul desliga por agora os altifalantes da propaganda. Mas será que nem toda a gente gosta da putativa acalmia naquela península oriental? “The New York Times” dá conta dos receios de Pequim de perder influência junto de Pyongyang, com quem partilha, apesar das diferenças, a natureza de rara ditadura comunista no século XXI. A China tem sido vista pelo Ocidente como um tampão aos dislates e riscos da dinastia Kim. Para maio está prevista, não esquecer, a cimeira entre o atual líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Serão dos homens que o planeta mais razão tem para temer... o americano, aliás, recebe Emmanuel Macron esta semana. Há quem vaticine para o chefe de Estado francês um papel semelhante ao que Tony Blair teve junto de George W. Bush na década passada.
Os sociais-democratas alemães têm em Andrea Nahles a primeira mulher a chefiá-los. Além de saudar o ainda assim lentíssimo crescimento da representação feminina nas lideranças políticas, assinale-se que a nova presidente do SPD, eleita com 66% dos votos, é a esperança de um partido depauperado, imerso na tendência de quebra do centro-esquerda por toda a Europa, de que o luso PS, cujos 45 anos recentemente se comemoraram, tem sido honrosa exceção
No Paraguai houve eleições e o Partido Colorado, que domina o poder já 70 anos (só houve um chefe de Estado de outra corrente política, na década passada), teve uma vitória mais tangencial do que nunca, mas ainda assim vitória. Mario Abdo será o próximo Presidente do país.
Mais a norte, o incombustível Daniel Ortega retirou a proposta de reforma da Segurança Social que incendiara a Nicarágua.
E na Catalunha (Feliç Sant Jordi!) procura-se presidente do governo regional. A novela não parece rumar ao desenlace, com vários dirigentes independentistas presos ou autoexilados, alguns há tempo que parece exagerado para quem não cometeu atos de violência, e essa fação obstinada em manter Carles Puigdemont à frente da Generalitat. Não é por acaso que a Espanha veta, de novo, uma resolução europeia sobre o Kosovo, que obteve em relação à Sérvia o que muitos catalães (mas nem todos nem é certo que a maioria) pretendiam em relação ao reino vizinho.
E A BOLA?
O Sporting faz o pleno nos diários desportivos, com “A Bola” a destacar o “Vício de ganhar”, o “Record” a assegurar que o “Leão respira fundo” e “O Jogo” a explicar que o felino “caça dos 11 metros”. Tudo a propósito da vitória por 1-0, em casa, sobre o Boavista, que consolida o terceiro lugar do clube de Alvalade e o faz sonhar apanhar o rival Benfica, afastando-se da ameaça colocada pelo Braga. A Lídia Paralta Gomes conta como tudo se passou. A três jornadas do fim, o próprio treinador do Porto, que hoje dirá se conserva a condição de líder (recebendo o Vitória de Setúbal), admite que o campeonato ainda não acabou.
Em Lisboa, duas notas positivas: o regresso do elétrico 24 da Carris, há muito reivindicado, e que passará desde amanhã a fazer o percurso entre o Largo Camões e Campolide. “Um pequeno passo para um homem, um salto gigantesco para a humanidade”, escreve o especialista e ativista lisboeta Paulo Ferrero. O outro aplauso vai para os moradores do Arco do Cego, que andaram a limpar execráveis tags e grafitos que desfeavam o seu bairro.
Surgiu uma nova aplicação para combater a violência doméstica. Chama-se Vive+Aqui e foi desenvolvida pelo Movimento Democrático das Mulheres. Recordando que no ano passado este flagelo matou 18 mulheres, tendo mais 23 sofrido tentativas de assassínio, todos os esforços são de saudar.
Face ao previsível veto presidencial à lei de mudança de género aprovada na semana passada pela Assembleia da República, pais de jovens transexuais lançam um apelo a Marcelo Rebelo de Sousa. Deixar passar o diploma é, sustentam, contribuir para a dignidade dos seus filhos.
A ler, também, este interessante mergulho da Cátia Bruno, no Observador, na história de uma seita que passou por cá. Os Meninos de Deus andavam pela linha de Cascais, vindos do outro lado do Atlântico, e pregavam o amor livre. Nada contra, muito pelo contrário, mas conheça-se-lhes os matizes...
E LÁ FORA?
O mundo está complicado e análises como esta do Bernardo Pires de Lima podem auxiliar na sua difícil interpretação. Permitam-me que vá até ao Reino Unido, até porque 23 de abril é também o Dia de São Jorge, padroeiro de Inglaterra (e da Catalunha, já agora). O Governo de Theresa May vê-se atacado, como de costume, pelas indefinições quanto ao Brexit e à futura relação com a União Europeia: afinal o país fica ou na união aduaneira? Downing Street diz que sim. Mas o facto de Bruxelas ter rejeitado as últimas propostas de Londres sobre a fronteira irlandesa dificultam a vida à descredibilizada primeira-ministra britânica.
Outro assunto a atormentar a governante conservadora é o escândalo Windrush. Em suma, milhares de imigrantes de origem caribenha que estão há décadas em território de Sua Majestade, onde vivem e trabalham pacificamente, souberam recentemente que estavam em risco de deportação. O caso já ocasionou pedidos de demissão da ministra do Interior, Amber Rudd, muitas vezes vista como potencial sucessora de May. Não têm faltado na imprensa britânica histórias dramáticas de famílias apanhadas neste turbilhão de que o Governo estava bem ciente antes de se tornar público.
Em semana de encontro entre os líderes das duas Coreias (é já na sexta-feira), o mundo tenta acreditar na paz e sucedem-se gestos de aparente boa vontade. Se o Norte anunciou no fim de semana que deixava de lado os testes de mísseis, o Sul desliga por agora os altifalantes da propaganda. Mas será que nem toda a gente gosta da putativa acalmia naquela península oriental? “The New York Times” dá conta dos receios de Pequim de perder influência junto de Pyongyang, com quem partilha, apesar das diferenças, a natureza de rara ditadura comunista no século XXI. A China tem sido vista pelo Ocidente como um tampão aos dislates e riscos da dinastia Kim. Para maio está prevista, não esquecer, a cimeira entre o atual líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Serão dos homens que o planeta mais razão tem para temer... o americano, aliás, recebe Emmanuel Macron esta semana. Há quem vaticine para o chefe de Estado francês um papel semelhante ao que Tony Blair teve junto de George W. Bush na década passada.
Os sociais-democratas alemães têm em Andrea Nahles a primeira mulher a chefiá-los. Além de saudar o ainda assim lentíssimo crescimento da representação feminina nas lideranças políticas, assinale-se que a nova presidente do SPD, eleita com 66% dos votos, é a esperança de um partido depauperado, imerso na tendência de quebra do centro-esquerda por toda a Europa, de que o luso PS, cujos 45 anos recentemente se comemoraram, tem sido honrosa exceção
No Paraguai houve eleições e o Partido Colorado, que domina o poder já 70 anos (só houve um chefe de Estado de outra corrente política, na década passada), teve uma vitória mais tangencial do que nunca, mas ainda assim vitória. Mario Abdo será o próximo Presidente do país.
Mais a norte, o incombustível Daniel Ortega retirou a proposta de reforma da Segurança Social que incendiara a Nicarágua.
E na Catalunha (Feliç Sant Jordi!) procura-se presidente do governo regional. A novela não parece rumar ao desenlace, com vários dirigentes independentistas presos ou autoexilados, alguns há tempo que parece exagerado para quem não cometeu atos de violência, e essa fação obstinada em manter Carles Puigdemont à frente da Generalitat. Não é por acaso que a Espanha veta, de novo, uma resolução europeia sobre o Kosovo, que obteve em relação à Sérvia o que muitos catalães (mas nem todos nem é certo que a maioria) pretendiam em relação ao reino vizinho.
E A BOLA?
O Sporting faz o pleno nos diários desportivos, com “A Bola” a destacar o “Vício de ganhar”, o “Record” a assegurar que o “Leão respira fundo” e “O Jogo” a explicar que o felino “caça dos 11 metros”. Tudo a propósito da vitória por 1-0, em casa, sobre o Boavista, que consolida o terceiro lugar do clube de Alvalade e o faz sonhar apanhar o rival Benfica, afastando-se da ameaça colocada pelo Braga. A Lídia Paralta Gomes conta como tudo se passou. A três jornadas do fim, o próprio treinador do Porto, que hoje dirá se conserva a condição de líder (recebendo o Vitória de Setúbal), admite que o campeonato ainda não acabou.
O QUE EU ANDO A LER
Poesia, sempre. Mas não a de sempre. Deliciaram-me por estes dias os “Sonetos” de Gregorio Duvivier, conhecido artista brasileiro. Chamou-me a atenção uma entrevista recente na Antena 2 (onde o poeta leu uma das composições incluídas no bonito volume da Tinta da China). De um rigor impecável na forma e métrica, os sonetos do também cabeça de cartaz do divertidíssimo Porta dos Fundos aliam elegância, sátira, escatologia e, porque não, profundidade, num estilo que não desmerece o nosso maior nome em estilo similar: Bocage. Publicados em Portugal antes de qualquer outro país, motivaram há meses uma conversa do autor com o DN.
Também em tom brasileiro, ando com a “Lava Jato” debaixo do braço. Calma, que não me tornei assistente da operação que marca a atualidade política e jurídica no país irmão. Refiro-me ao livro de Vladimir Netto que explica como foi montada a teia cujo mais visível episódio, mas anos depois do começo, foi a recente prisão do ex-Presidente Lula da Silva. O Observador conversou com o jornalista que deu esta obra à estampa.
O QUE EU ANDO A VER
Sim, também sucumbi à “La Casa de Papel”, cuja terceira temporada se anuncia. Além do gosto de ouvir falar castelhano, o facto é que a série está bem concebida e é lindamente interpretada, sendo a catadupa de episódios construída de forma a fazer querer mais. Entusiasmou-me bem mais do que a sétima temporada de “Segurança Nacional”, cujo primeiro episódio me pareceu muito aquém do património da série.
O que ainda não vi, mas não quero perder, é o documentário de Sir David Attenborough com Isabel II, a rainha que no sábado passado fez 92 anos (Happy Birthday, Ma’am).
Por fim, e para sair com um divertimento, uma viagem à Nova Iorque de há mais de 100 anos.
Poesia, sempre. Mas não a de sempre. Deliciaram-me por estes dias os “Sonetos” de Gregorio Duvivier, conhecido artista brasileiro. Chamou-me a atenção uma entrevista recente na Antena 2 (onde o poeta leu uma das composições incluídas no bonito volume da Tinta da China). De um rigor impecável na forma e métrica, os sonetos do também cabeça de cartaz do divertidíssimo Porta dos Fundos aliam elegância, sátira, escatologia e, porque não, profundidade, num estilo que não desmerece o nosso maior nome em estilo similar: Bocage. Publicados em Portugal antes de qualquer outro país, motivaram há meses uma conversa do autor com o DN.
Também em tom brasileiro, ando com a “Lava Jato” debaixo do braço. Calma, que não me tornei assistente da operação que marca a atualidade política e jurídica no país irmão. Refiro-me ao livro de Vladimir Netto que explica como foi montada a teia cujo mais visível episódio, mas anos depois do começo, foi a recente prisão do ex-Presidente Lula da Silva. O Observador conversou com o jornalista que deu esta obra à estampa.
O QUE EU ANDO A VER
Sim, também sucumbi à “La Casa de Papel”, cuja terceira temporada se anuncia. Além do gosto de ouvir falar castelhano, o facto é que a série está bem concebida e é lindamente interpretada, sendo a catadupa de episódios construída de forma a fazer querer mais. Entusiasmou-me bem mais do que a sétima temporada de “Segurança Nacional”, cujo primeiro episódio me pareceu muito aquém do património da série.
O que ainda não vi, mas não quero perder, é o documentário de Sir David Attenborough com Isabel II, a rainha que no sábado passado fez 92 anos (Happy Birthday, Ma’am).
Por fim, e para sair com um divertimento, uma viagem à Nova Iorque de há mais de 100 anos.
Por hoje é tudo, que este Curto
começa a não fazer jus ao adjetivo. Convido-vos, não obstante, a ficar connosco
ao longo do dia. Se calhar ainda têm páginas do Expresso impresso para ler, e
se não, o Expresso Online está permanentemente a contar-lhe o que se passa e
logo às seis da tarde há Diário. Amanhã, pela fresca, volta o Expresso Curto.
Bom Dia do Livro, bom arranque de semana da Liberdade.
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