Ana Alexandra Gonçalves* | opinião
Há perto de uma semana que a
comunicação social entretém o país apenas com recurso a um tema – uma espécie
de novela com um presidente de um clube, depois dos jogadores desse clube terem
sido alvo de agressões no seu centro de estágio. Há perto de uma semana que
todos os outros assuntos foram relegados para a mais absoluta irrelevância:
Palestina e Israel, Coreia do Norte, etc.
Mesmo no que diz respeito à vida
interna, o país está em suspenso até segunda-feira, dia subsequente à
realização de uma final de futebol.
A classe política essa não se
afasta totalmente do futebol porque sabe a importância que aquilo que deveria
ser um mero entretenimento tem para a vida de muitos cidadãos. Nessa precisa
medida, a classe política não se imiscui de cair na tentação de comentar os
assuntos futebolísticos. De resto, o país está também em suspenso na medida em
que foi preciso chegar até domingo – dia do tal jogo – para se perceber se
Marcelo Rebelo de Sousa iria ou não comparecer à tão ansiada final.
O país, a reboque da comunicação
social e despido de uma classe política que resista às tentações do populismo,
no que diz respeito ao futebol, cai num único tema e sem que daí saía qualquer
espécie de reflexão, tudo encarado num contexto de normalidade.
Na verdade, o que se passou com o
clube de futebol nunca foi apenas um caso de polícia, mas um assunto a que toda
a pátria diz respeito, sobretudo quando transformado em novela de pacotilha.
*Ana Alexandra Gonçalves |
Triunfo Razão
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