O secretário-geral da
CGTP-IN reafirmou «profundo repúdio» quanto ao acordo com o
patronato sobre legislação laboral e apelou à rejeição da proposta do
Governo.
«O que está em marcha é uma
tentativa de o Governo fazer uma aliança com o PSD e o CDS-PP para
aprovarem esta proposta de lei [sobre legislação laboral] na Assembleia da
República», disse o secretário-geral da central sindical, Arménio Carlos, em conferência
de imprensa, em Lisboa.
Para Arménio Carlos, caso o PS
aprove a proposta de lei do Governo ao lado do PSD e do CDS-PP, isso
significará um regresso ao «bloco central de interesses contra o qual os
portugueses votaram em 2015».
A proposta de lei do Governo
sobre as alterações ao Código do Trabalho resulta do
acordo cozinhado com as associações patronais e aceite pela UGT,
como tem sido hábito. A cerimónia de assinatura está marcada para
segunda-feira no Conselho Económico e Social, em Lisboa, com a presença do
primeiro-ministro, António Costa.
O documento está em discussão
pública e será votado no plenário do Parlamento a 6 de julho, dia em que a
Intersindical tem agendada uma concentração contra o diploma em frente à
Assembleia da República.
Alterações agravam
precariedade laboral
Arménio Carlos
manifestou «profundo repúdio relativamente ao acordo», defendendo que este
é «contrário ao que foi prometido», pois «perpetua a precariedade, ataca a
contratação coletiva e reduz a retribuição dos trabalhadores».
O dirigente
sindical defendeu que «é altura de pôr termo à hipocrisia e ao cinismo» e
de «falar a verdade aos portugueses» no que toca às alterações à legislação
laboral.
«O Governo, provavelmente porque
se estão a aproximar as eleições, provavelmente porque poderá ter perspectivas
de poder ter um resultado suficiente para que possa governar sozinho, sem o
apoio, sem a colaboração com outros partidos, está claramente a encetar um
percurso que caminha para a direita», disse ainda Arménio Carlos.
Segundo o representante, a
CGTP-IN pediu reuniões aos grupos parlamentares com o objetivo de que a
proposta do Governo seja travada, considerando que, se for aprovada, «vai
agravar o relacionamento entre todos os partidos, nomeadamente entre aqueles
que neste momento defendem uma posição diferente para Portugal». «Era um
belíssimo exemplo que, particularmente o PS, poderiam dar» se rejeitassem
as alterações à lei laboral, considerou Arménio Carlos.
AbrilAbril com Agência Lusa
Na foto: Milhares de pessoas
gritam palavras de ordem durante a manifestação nacional da CGTP-IN, entre o
Campo Pequeno e o Marquês de Pombal, em Lisboa. 9 de Junho de 2018CréditosJosé
Sena Goulão / Agência LUSA
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