O racismo e a xenofobia estão presentes na sociedade portuguesa e é algo que está empedernido por entre grande parte da população. O mito de que os portugueses não são racistas nem xenófobos esbarra no dito comum que dizem naturalmente "vai para o teu país" e no "estes pretos de merda". É comum ouvir isto. Não há mais lugar para o racismo e xenofobia dos portugueses se esconder. Desde tenra idade que os portugueses (ditos brancos) aprendem a ser racistas. Por esse motivo o trabalho tem de começar por aí, não só com as crianças mas principalmente com os pais, com as famílias. Enquanto assim não acontecer, nada feito. (PG)
Administração Interna abre
investigação à PSP na agressão a jovem colombiana no Porto
Eduardo Cabrita diz que “não
tolerará fenómenos de violência nem manifestações de cariz racista ou xenófobo”
Inspeção Geral da Administração
Interna abriu um processo administrativo com o objetivo de esclarecer a atuação
da PSP no caso da jovem mulher colombiana que foi insultada e agredida no Porto
por um vigilante da 2045, empresa de segurança privada que presta serviços à
STCP. A informação foi divulgada nesta quinta-feira através de um comunicado do
Ministério da Administração Interna, em que se garante que Eduardo Cabrita “não
tolerará fenómenos de violência nem manifestações de cariz racista ou
xenófobo”.
O comunicado surge na sequência
das diversas questões suscitadas hoje na Assembleia da República pelos diversos
grupos parlamentares e recorda que “estão em processo legislativo as alterações
à Lei da Segurança Privada”.
O caso sucedeu por volta das
cinco horas da manhã do passado domingo, quando Nicol Quinayas, de 21 anos, que
aguardava pelo autocarro da linha 800 na paragem do Bolhão, no Porto, foi
impedida de entrar no veículo de transporte público. Antes de agredir com
violência a mulher, o fiscal da STCP exclamou: “Aqui não entras, preta de
merda”. A jovem, acompanhada por duas amigas, foi atacada com socos e teve de
ser transportada para o Hospital Santo António, apresentando um traumatismo
facial. O ofensor terá ainda gritado: “estes pretos não aprendem”.
Na tarde desta quinta-feira, o
ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, considerou estar-se perante
"uma situação absolutamente inaceitável em Portugal". Questionado
sobre o requerimento que os deputados do PS eleitos pelo Porto entregaram na Assembleia
da República, em que lhe exigem explicações sobre estas agressões de caráter
racista à jovem de origem colombiana, Matos Fernandes indicou que a empresa
Serviços de Transporte Coletivo do Porto "já não está sob" sua
"tutela". "A gestão da STCP foi entregue à Área
Metropolitana" do Porto "e às autarquias que hoje exploram" a
empresa, esclareceu o ministro do Ambiente.
Contudo, João Pedro Matos
Fernandes reconheceu que, "ainda que longinquamente, há um contrato de
serviço público" respeitante à empresa assinado pelos ministérios do
Ambiente e das Finanças, pelo que solicitou esclarecimentos à STCP. "Antes
dessa notícia", sobre a entrega do requerimento no parlamento, "já
tinha escrito duas cartas", indicou o ministro, explicando que uma foi
dirigida ao ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, para que o seu
colega do Governo o mantivesse "informado daquilo que foi sendo
feito". A outra carta foi enviada "à STCP, não a determinar nada
porque o poder de tutela não é meu", mas para "ter a certeza de que
já foi aberto um inquérito e a pedir para que, com a maior brevidade possível,
me fossem transmitidas as conclusões desse inquérito", acrescentou.
O requerimento dos deputados do
PS/Porto - encabeçado por Renato Sampaio e Isabel Santos - foi dirigido ao
ministro João Pedro Matos Fernandes com a justificação de que este tem a tutela
da STCP. Também a constitucionalista e deputada socialista Isabel Moreira
entregou outro requerimento, dirigido ao ministro da Administração Interna,
para apurar qual foi a atuação dos agentes da PSP neste caso de agressões à
jovem colombiana.
Expresso
Sem comentários:
Enviar um comentário