João Silvestre é o autor do Curto
de hoje. Trás a taxa para abertura. Aquela taxa sobre a especulação e outros
abusos no imobiliário. Descreve a novela quase de fio a pavio. Que sim. Que não.
Que pois. Que talvez…
A ideia com que ficamos é que o
governo e a direita não aprovam a taxa sobre aquela jogada porca contra os que
precisam mesmo de uma casa mas que não têm as finanças alinhadas com as “cavalarias
altas” provocadas pelos chulos e outros bardamerdas que apostam e levam avante a inflação. Chama-se a isto capitalismo selvagem. Pois é. É esse tal paraíso dos ladrões,
dos grandes criminosos que causam as desgraças aos povos do mundo e são
apaparicados por jornalistas e outros servidores que farejam as notas do “el
contado” e as abraçam em troca de terem
de abandonar as colunas vertebrais, aprendendo a rastejar com maviosa
agilidade. E desses há cada vez mais por todos os setores da sociedade global. É
o salve-se quem puder. Claro que a maioria não se salva.
E depois andam eles nos poderes muito preocupados com a natalidade que baixa… Precisam de uma vasta variedade
de escravos e humanos robotizados, não é? Bem faz quem tem olhos na cara e
massa cinzenta q.b. para não trazer filhos a este mundo selvagem, de abusos, de
mentiras, de fdps que mereciam estar entre grades, mas afinal o que lhes é
propiciado com pompa, circunstancia e até condecorações chama-se impunidade.
Deixou depreender um deputado do CDS que "os proprietários não são ladrões". Ora, alguns até são, assim como deputados ou ex. e outros políticos. Foram, são... Há bom e mau em todo o lado mas parece que na política e alta finança é um fartote. Aliás, se esse deputado CDS quiser ter a bondade de nos esclarecer sobre um tal Adolfo Dias que esteve envolvido em depósitos pró CDS (a coisa foi de perto de um milhão de euros). Ah, já agora, e Benavente... E os submarinos, os papéis desaparecidos e... No pior pano, comprovado, cai a nódoa... mas desaparece. Pois. Impunidade.
Bom dia. Arreganhem a taxa
(riam-se), porque um dia será cumprido o ditado: quanto mais alto sobem,
roubam, vigarizam, são desumanos, gananciosos e avaros, maior será o trambolhão.
Certinho e direitinho. Avante. (MM | PG)
Bom dia este é o seu Expresso
Curto
A taxa. Qual taxa?
João Silvestre | Expresso
Bom dia,
Não há nada como um nome ‘orelhudo’ para fazer passar uma ideia política. A colagem do nome de Ricardo Robles à taxa que o Bloco de Esquerda quer lançar sobre a especulação imobiliária nasceu do CDS mas foi rapidamente apropriada pelo PCP e adoptada pela comunicação social que sempre apreciou títulos com poucas palavras.
A chamada taxa Robles foi um dos temas que dominou a agenda política durante o dia de ontem e revelou-se uma espécie de novela com vários sinais contraditórios. A bomba foi lançada na edição de sábado do Expresso numa pequena notícia com o título: “BE quer tributar alta rotatividade na venda de imobiliário”. Na peça podia ler-se que, segundo a direção bloquista, a proposta “foi apresentada em maio ao Governo e as negociações para que possa vir a ser incluída no OE do próximo ano ainda estão a decorrer”. No dia seguinte, o DN fazia manchete com a notícia.
O tema foi ganhando tração e entrou ontemem espiral. De manhã, o DN garantia
que o Governo estava disponível para viabilizar a proposta do Bloco. Só que,
entretanto, tudo começou a virar. Primeiro, Carlos César, líder
parlamentar socialista, rejeitou
a ideia. Mais tarde, seria o próprio António Costa a recusar a
ideia em declarações
às televisões. Catarina Martins, algumas horas depois, insistia que talvez
Costa não estivesse devidamente
informado por Mário Centeno. Porque é com o ministro das Finanças e com a
sua equipa que decorrem as negociações do Orçamento. Pelo meio, a deputada
bloquista Mariana Mortágua ainda mostrou surpresa com a reacção do PS num tweet onde dizia: “Do CDS já
esperávamos voto contra,do PS não. É errado fechar portas ao princípio sem
discutir medida. Mantemos proposta nas negociações.” E também Rui Rio
surpreendeu ao dizer que não rejeita liminarmente a ideia que até não
é assim tão disparatada. Enquanto o PCP aproveitava para acusar o Bloco de manobra
política.
Confuso? É natural, porque isto da política nem sempre é fácil de acompanhar. E a coisa não ficou por aqui. Mais tarde, depois da recusa do PS e do Governo, começou o jogo de contra-informação sobre o real conhecimento que Costa e o seu partido tinham da proposta. Também aqui com dados aparentemente contraditórios ainda que não tenham obrigatoriamente que o ser. O Público escrevia ontem à noite que o PS garante apenas ter tido conhecimento da taxa na passada sexta-feira. O Negócios noticiava que a taxa foi apresentada a Mário Centeno a 19 de Julho.
Embora possa parecer morta, a taxa Robles ainda irá dar certamente que falar. Não só porque é mais um caso em que “o governo volta a puxar o tapete ao Bloco”, dizia ontem o Expresso Diário, mas porque as negociações do Orçamento ainda estão longe de estar fechadas e há muita água para correr debaixo da ponte. Com taxas, impostos, salários, pensões e tudo o mais que possa surgir até ao dia da entrega do documento. Será que vai haver taxa? Qual taxa?
Não há nada como um nome ‘orelhudo’ para fazer passar uma ideia política. A colagem do nome de Ricardo Robles à taxa que o Bloco de Esquerda quer lançar sobre a especulação imobiliária nasceu do CDS mas foi rapidamente apropriada pelo PCP e adoptada pela comunicação social que sempre apreciou títulos com poucas palavras.
A chamada taxa Robles foi um dos temas que dominou a agenda política durante o dia de ontem e revelou-se uma espécie de novela com vários sinais contraditórios. A bomba foi lançada na edição de sábado do Expresso numa pequena notícia com o título: “BE quer tributar alta rotatividade na venda de imobiliário”. Na peça podia ler-se que, segundo a direção bloquista, a proposta “foi apresentada em maio ao Governo e as negociações para que possa vir a ser incluída no OE do próximo ano ainda estão a decorrer”. No dia seguinte, o DN fazia manchete com a notícia.
O tema foi ganhando tração e entrou ontem
Confuso? É natural, porque isto da política nem sempre é fácil de acompanhar. E a coisa não ficou por aqui. Mais tarde, depois da recusa do PS e do Governo, começou o jogo de contra-informação sobre o real conhecimento que Costa e o seu partido tinham da proposta. Também aqui com dados aparentemente contraditórios ainda que não tenham obrigatoriamente que o ser. O Público escrevia ontem à noite que o PS garante apenas ter tido conhecimento da taxa na passada sexta-feira. O Negócios noticiava que a taxa foi apresentada a Mário Centeno a 19 de Julho.
Embora possa parecer morta, a taxa Robles ainda irá dar certamente que falar. Não só porque é mais um caso em que “o governo volta a puxar o tapete ao Bloco”, dizia ontem o Expresso Diário, mas porque as negociações do Orçamento ainda estão longe de estar fechadas e há muita água para correr debaixo da ponte. Com taxas, impostos, salários, pensões e tudo o mais que possa surgir até ao dia da entrega do documento. Será que vai haver taxa? Qual taxa?
OUTRAS NOTÍCIAS
Cá dentro
Num embate inédito, António Costa debateu com Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof, durante vários minutos em direto na televisão. O tema, claro está, foi a recuperação do tempo de congelamento das carreiras. No final, saíram como chegaram: sem se entenderem. Sobre professores e educação, o Jornal de Negócios escreve na edição de hoje que os salários dos professores são dos mais que mais rapidamente crescem na OCDE e que duplicam ao longo da carreira. O mesmo relatório Education at a Glance da OCDE faz manchete na edição de hoje do Corrreio da Manhã que refere que os professores são quem mais ganha entre os trabalhadores licenciados.
E, já que estamos a falar de escolas e porque é altura de regresso às aulas, saiba o que vai mudar no novo ano letivo que hoje começa oficialmente. E também, se tiver tempo, dê uma saltada ao artigo que o Expresso (link para assinantes) publicou no sábado sobre o debate da idade adequada de entrada na escola primária.
Até agora, segundo o Público de hoje, as misericórdias apenas entraram com 90 mil euros no capital da Caixa Económica Montepio Geral. Para quem não está recordado, a ideia inicial rondava 200 milhões de euros – com destaque para a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa – e foi depois perdendo gás até se tornar numa participação simbólica no capital do banco.
Já o Novo Banco, avança o Negócios, vai colocar à venda de uma carteira de 9000 imóveis por um valor que começa em 700 milhões de euros.
A juíza Fátima Galante foi suspensa por 120 dias pelo Conselho Superior de Magistratura por causa do envolvimento no caso Lex onde é também arguido o juiz Rui Rangel.
A TAP continua na ordem do dia, com troca de argumentos entre a companhia, o governo regional e o governo por causa dos ventos na Madeira. Sábado passado, em entrevista ao Expresso (link para assinantes), Antonoaldo Neves garantia que a discussão sobre os ventos da Madeira e as limitações a aterragens e descolagens são técnicas e não políticas. Miguel Albuquerque não gostou e reagiu logo segunda feira. Ontem, foi a vez do governo que preferiu ficar à margem. Já agora, se puder, espreite os vídeos (aqui, aqui, aqui e aqui) da entrevista.
A Confederação da Indústria Portuguesa (CIP) apresentou ontem 50 medidas para o Orçamento do Estado de 2019. As propostas passam, entre outras coisas, por menos impostos, horários mais flexíveis e apoios ao financiamento das empresas.
Benfica, Braga e Paços de Ferreira foram punidos com um jogo à porta fechada por causa de desacatos nas bancadas.
Em Lisboa, a autarquia prepara medidas excecionais, como a entrada de mais funcionários, para lidar com o excesso de lixo nas ruas. Os dois incêndios que deflagraram ontem à tarde em Santarém, que levaram ao corte da auto-estrada A15, foram controlados e há três bombeiros feridos.
Manchetes dos jornais: ”Misericórdias ainda só puseram 90 mil euros no Montepio” (Público); “Todos os dias há cinco queixas de crimes sexuais contra professores”(JN); “Professores com salário acima da média” (Correio da Manhã); “Carrilho ataca Manuel Salgado”(i); “Novo Banco inicia venda de 700 milhões em imóveis” (Jornal de Negócios); “Inferno na Luz”(Record); “Torres Pereira conta tudo”(A Bola); “Adeptos debaixo de fogo”(Jogo)
Lá fora
Atenção, atenção: Nouriel Roubini, o famoso Dr. Doom, anunciou ontem que a próxima crise financeira pode acontecer já em 2020. Fê-lo num artigo publicado no Financial Times, em co-autoria com Brunello Rosa, onde avisa que é dentro de dois anos que irão materializar vários riscos que pairam sobre a economia mundial. Roubini é conhecido por ter sido um dos economistas que antecipou a crise financeira. O artigo de Roubini foi publicado a propósito dos 10 anos do estouro do Lehman Brothers que se cumpre no próximo sábado. A este propósito, o Expresso tem publicado desde Julho uma série de trabalhos semanais (links para assinantes) sobre esta década de crise sobre temas como a recomposição geopolítica e a ascensão da China; a evolução histórica da economia portuguesa ou os problemas da banca e do setor financeiro.
Terminou a carreira do motociclista italiano Romano Fenatide Moto 2 que ficou sem licença de competição depois de ter travado um adversário numa prova a 200 quilómetros/hora.
Já todos lemos, vimos e ouvimos centenas de histórias sobre os atentados de 11 de Setembro de 2001. Mas há sempre alguma coisa que vale a pena ler mais. Como o testemunho de Joe Quinn, veterano de guerra, no New York Times de ontem. Um artigo onde contava a sua experiencia pessoal, que passou por duas comissões no Iraque e uma no Afeganistão, onde tentava vingar a morte do irmão de 23 anos que no dia 11 de Setembro estava no 102º andar da torre norte do World Trade Center.
E nada como regressar à entrevista que Donald Trump, na época uma figura relevante de Nova Iorque, deu ao telefone à televisão WWOR e onde, entre outras coisas, refere que o seu edifício passou a ser o mais alto da cidade. O episódio passou relativamente despercebido naquele dia e foi agora recuperado pelo Washington Post. E fala também do que teria feito se fosse presidente dos EUA.
O Expresso compilou 17 números marcantes sobre aquele dia que ajudam a enquadrar e a relembrar a dimensão da tragédia.
Ontem foi lançado o novo de livro de Bob Woodward que provocou compridas filas e longas esperas em muitas livrarias americanas. “Fear: Trump in the White House” é mais uma obra a revelar o interior da Casa Branca de Trump que mostra, entre outras coisas, a forma como o presidente decide de forma errática e como a administração acaba por bloquear muitas vezes as opções mais periogosas do presidente. Não é o primeiro livro sobre o tema mas é o primeiro de Woodward e isso faz toda a diferença, por mais que Trump tente descredibilizar a obra. (Da parte que me toca, aguardo com ansiedade que me chegue uma cópia às mãos.)
Ainda nos EUA, prepara-se a chegada do furacão Florenceque deverá atingir a costa americana amanhã à noite e que motivou já inúmeras medidas de segurança, entre as quais a evacuação de 1,5 milhões de pessoas. Carolina do Norte, Carolina do Sul e Virginia deverão ser os estados mais afetados.
Mark Carney, o canadiano que preside ao Banco de Inglaterra desde 2013, estendeu o mandato até Janeiro de 2020 para dar maior estabilidade à economia durante o Brexit. O mandato terminava oficialmente em junho de 2019.
Em Espanha, há mais um caso de políticos com currículos mais ou menos maquilhados. A ministra da Saúde Carmen Montóndemitiu-se por alegadas irregularidades na obtenção de um mestrado no Instituto de Direito Público da Universidad Rey Juan Carlos (URJC)
Na Alemanha, claro está, celebra-se o facto de a dívida publica estar em vias de voltar a baixar a fasquia dos 60% do PIB já este ano ou, o mais tardar, em 2019. Sim, porque a austeridade germânica e as apertadas regras orçamentais europeias não impediram que o endividamento do estado alemão estivesse acima da linha vermelha de Maastricht desde 2002.
O Parlamento Europeu decide hoje se vai solicitar ao Conselho Europeu o início de um procedimento contra a Hungria pela violação dos valores europeus com base num relatório da comissão de Liberdades Cívicas, da Justiça e dos Assuntos Internos. Num discurso em Bruxelas, o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, diz que não cederá a “chantagem”.
No futebol, a vice-campeã mundial Croácia perdeu 6-0 em Espanha num jogo a contar para a Liga das Nações. Ainda no desporto-rei, ficou ontem a saber-se que a UEFA se prepara para voltar a ter uma terceira competição europeia que se juntará à Liga dos Campeões e à Liga Europa.
FRASES
“As pessoas depositaram neste Governo grandes expectativas... não é justo”, Mário Nogueira, secretário geral da Fenprof
“Não somos só o Governo dos professores. Somos das forças armadas, dos portugueses em geral...”, António Costa, Primeiro-ministro, em resposta a Mário Nogueira
O QUE ANDO A LER
“Conspiração contra a América” de Phillip Roth é um livro que se lê bem em qualquer altura. Não é novo, saiu em 2004, e encontrei-o por acaso em tempo de férias. Mas o tema, sendo antigo, é tão moderno que até assusta. É uma distopia vivida na América dos tempos da 2ªa Guerra Mundial em que a Casa Branca é tomada pelo herói da aviação Charles Lindbergh, um simpatizante nazi, que mantém os EUA fora do conflito mas alimenta um clima anti-semita. Um clima que hostiliza grande parte da comunidade judaica americana, onde se inclui a família Roth através da qual (e do seu famoso filho Phillip desaparecido há pouco tempo) a história é contada.
Não será, porventura, a maior e melhor obra do eterno nobelizável americano mas é um livro que vale a pena ler numa altura em que muitos receiam pela saúde da democracia dos EUA. Não há um partido nazi a liderar a Alemanha nem um alemão de bigode a querer conquistar a Europa e o Mundo. Mas há um presidente com ligações muito suspeitas à Rússia e a Putin com uma visão muito particular sobre muitas das liberdades fundamentais. Só não é um herói da aviação.
Continue por aqui connosco que vamos continuar a trazer-lhe tudo que se passa no mundo em tempo real no Expresso Online. E às 18 horas, como sempre, terá servido o seu Expresso Diário com os principais temas do dia. Tenha uma excelente quarta-feira.
Cá dentro
Num embate inédito, António Costa debateu com Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof, durante vários minutos em direto na televisão. O tema, claro está, foi a recuperação do tempo de congelamento das carreiras. No final, saíram como chegaram: sem se entenderem. Sobre professores e educação, o Jornal de Negócios escreve na edição de hoje que os salários dos professores são dos mais que mais rapidamente crescem na OCDE e que duplicam ao longo da carreira. O mesmo relatório Education at a Glance da OCDE faz manchete na edição de hoje do Corrreio da Manhã que refere que os professores são quem mais ganha entre os trabalhadores licenciados.
E, já que estamos a falar de escolas e porque é altura de regresso às aulas, saiba o que vai mudar no novo ano letivo que hoje começa oficialmente. E também, se tiver tempo, dê uma saltada ao artigo que o Expresso (link para assinantes) publicou no sábado sobre o debate da idade adequada de entrada na escola primária.
Até agora, segundo o Público de hoje, as misericórdias apenas entraram com 90 mil euros no capital da Caixa Económica Montepio Geral. Para quem não está recordado, a ideia inicial rondava 200 milhões de euros – com destaque para a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa – e foi depois perdendo gás até se tornar numa participação simbólica no capital do banco.
Já o Novo Banco, avança o Negócios, vai colocar à venda de uma carteira de 9000 imóveis por um valor que começa em 700 milhões de euros.
A juíza Fátima Galante foi suspensa por 120 dias pelo Conselho Superior de Magistratura por causa do envolvimento no caso Lex onde é também arguido o juiz Rui Rangel.
A TAP continua na ordem do dia, com troca de argumentos entre a companhia, o governo regional e o governo por causa dos ventos na Madeira. Sábado passado, em entrevista ao Expresso (link para assinantes), Antonoaldo Neves garantia que a discussão sobre os ventos da Madeira e as limitações a aterragens e descolagens são técnicas e não políticas. Miguel Albuquerque não gostou e reagiu logo segunda feira. Ontem, foi a vez do governo que preferiu ficar à margem. Já agora, se puder, espreite os vídeos (aqui, aqui, aqui e aqui) da entrevista.
A Confederação da Indústria Portuguesa (CIP) apresentou ontem 50 medidas para o Orçamento do Estado de 2019. As propostas passam, entre outras coisas, por menos impostos, horários mais flexíveis e apoios ao financiamento das empresas.
Benfica, Braga e Paços de Ferreira foram punidos com um jogo à porta fechada por causa de desacatos nas bancadas.
Em Lisboa, a autarquia prepara medidas excecionais, como a entrada de mais funcionários, para lidar com o excesso de lixo nas ruas. Os dois incêndios que deflagraram ontem à tarde em Santarém, que levaram ao corte da auto-estrada A15, foram controlados e há três bombeiros feridos.
Manchetes dos jornais: ”Misericórdias ainda só puseram 90 mil euros no Montepio” (Público); “Todos os dias há cinco queixas de crimes sexuais contra professores”(JN); “Professores com salário acima da média” (Correio da Manhã); “Carrilho ataca Manuel Salgado”(i); “Novo Banco inicia venda de 700 milhões em imóveis” (Jornal de Negócios); “Inferno na Luz”(Record); “Torres Pereira conta tudo”(A Bola); “Adeptos debaixo de fogo”(Jogo)
Lá fora
Atenção, atenção: Nouriel Roubini, o famoso Dr. Doom, anunciou ontem que a próxima crise financeira pode acontecer já em 2020. Fê-lo num artigo publicado no Financial Times, em co-autoria com Brunello Rosa, onde avisa que é dentro de dois anos que irão materializar vários riscos que pairam sobre a economia mundial. Roubini é conhecido por ter sido um dos economistas que antecipou a crise financeira. O artigo de Roubini foi publicado a propósito dos 10 anos do estouro do Lehman Brothers que se cumpre no próximo sábado. A este propósito, o Expresso tem publicado desde Julho uma série de trabalhos semanais (links para assinantes) sobre esta década de crise sobre temas como a recomposição geopolítica e a ascensão da China; a evolução histórica da economia portuguesa ou os problemas da banca e do setor financeiro.
Terminou a carreira do motociclista italiano Romano Fenatide Moto 2 que ficou sem licença de competição depois de ter travado um adversário numa prova a 200 quilómetros/hora.
Já todos lemos, vimos e ouvimos centenas de histórias sobre os atentados de 11 de Setembro de 2001. Mas há sempre alguma coisa que vale a pena ler mais. Como o testemunho de Joe Quinn, veterano de guerra, no New York Times de ontem. Um artigo onde contava a sua experiencia pessoal, que passou por duas comissões no Iraque e uma no Afeganistão, onde tentava vingar a morte do irmão de 23 anos que no dia 11 de Setembro estava no 102º andar da torre norte do World Trade Center.
E nada como regressar à entrevista que Donald Trump, na época uma figura relevante de Nova Iorque, deu ao telefone à televisão WWOR e onde, entre outras coisas, refere que o seu edifício passou a ser o mais alto da cidade. O episódio passou relativamente despercebido naquele dia e foi agora recuperado pelo Washington Post. E fala também do que teria feito se fosse presidente dos EUA.
O Expresso compilou 17 números marcantes sobre aquele dia que ajudam a enquadrar e a relembrar a dimensão da tragédia.
Ontem foi lançado o novo de livro de Bob Woodward que provocou compridas filas e longas esperas em muitas livrarias americanas. “Fear: Trump in the White House” é mais uma obra a revelar o interior da Casa Branca de Trump que mostra, entre outras coisas, a forma como o presidente decide de forma errática e como a administração acaba por bloquear muitas vezes as opções mais periogosas do presidente. Não é o primeiro livro sobre o tema mas é o primeiro de Woodward e isso faz toda a diferença, por mais que Trump tente descredibilizar a obra. (Da parte que me toca, aguardo com ansiedade que me chegue uma cópia às mãos.)
Ainda nos EUA, prepara-se a chegada do furacão Florenceque deverá atingir a costa americana amanhã à noite e que motivou já inúmeras medidas de segurança, entre as quais a evacuação de 1,5 milhões de pessoas. Carolina do Norte, Carolina do Sul e Virginia deverão ser os estados mais afetados.
Mark Carney, o canadiano que preside ao Banco de Inglaterra desde 2013, estendeu o mandato até Janeiro de 2020 para dar maior estabilidade à economia durante o Brexit. O mandato terminava oficialmente em junho de 2019.
Em Espanha, há mais um caso de políticos com currículos mais ou menos maquilhados. A ministra da Saúde Carmen Montóndemitiu-se por alegadas irregularidades na obtenção de um mestrado no Instituto de Direito Público da Universidad Rey Juan Carlos (URJC)
Na Alemanha, claro está, celebra-se o facto de a dívida publica estar em vias de voltar a baixar a fasquia dos 60% do PIB já este ano ou, o mais tardar, em 2019. Sim, porque a austeridade germânica e as apertadas regras orçamentais europeias não impediram que o endividamento do estado alemão estivesse acima da linha vermelha de Maastricht desde 2002.
O Parlamento Europeu decide hoje se vai solicitar ao Conselho Europeu o início de um procedimento contra a Hungria pela violação dos valores europeus com base num relatório da comissão de Liberdades Cívicas, da Justiça e dos Assuntos Internos. Num discurso em Bruxelas, o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, diz que não cederá a “chantagem”.
No futebol, a vice-campeã mundial Croácia perdeu 6-0 em Espanha num jogo a contar para a Liga das Nações. Ainda no desporto-rei, ficou ontem a saber-se que a UEFA se prepara para voltar a ter uma terceira competição europeia que se juntará à Liga dos Campeões e à Liga Europa.
FRASES
“As pessoas depositaram neste Governo grandes expectativas... não é justo”, Mário Nogueira, secretário geral da Fenprof
“Não somos só o Governo dos professores. Somos das forças armadas, dos portugueses em geral...”, António Costa, Primeiro-ministro, em resposta a Mário Nogueira
O QUE ANDO A LER
“Conspiração contra a América” de Phillip Roth é um livro que se lê bem em qualquer altura. Não é novo, saiu em 2004, e encontrei-o por acaso em tempo de férias. Mas o tema, sendo antigo, é tão moderno que até assusta. É uma distopia vivida na América dos tempos da 2ªa Guerra Mundial em que a Casa Branca é tomada pelo herói da aviação Charles Lindbergh, um simpatizante nazi, que mantém os EUA fora do conflito mas alimenta um clima anti-semita. Um clima que hostiliza grande parte da comunidade judaica americana, onde se inclui a família Roth através da qual (e do seu famoso filho Phillip desaparecido há pouco tempo) a história é contada.
Não será, porventura, a maior e melhor obra do eterno nobelizável americano mas é um livro que vale a pena ler numa altura em que muitos receiam pela saúde da democracia dos EUA. Não há um partido nazi a liderar a Alemanha nem um alemão de bigode a querer conquistar a Europa e o Mundo. Mas há um presidente com ligações muito suspeitas à Rússia e a Putin com uma visão muito particular sobre muitas das liberdades fundamentais. Só não é um herói da aviação.
Continue por aqui connosco que vamos continuar a trazer-lhe tudo que se passa no mundo em tempo real no Expresso Online. E às 18 horas, como sempre, terá servido o seu Expresso Diário com os principais temas do dia. Tenha uma excelente quarta-feira.
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