Sindicato afirma que o banco de
horas imposto pela empresa não cumpre o previsto na lei. Os
trabalhadores são sujeitos a fazer mais quatro horas diárias«à borla», com
casos de 12 horas num só dia.
A acusação é feita num
comunicado do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e
Serviços de Portugal (CESP/CGTP-IN), que
denuncia várias situações de irregularidades dentro da
empresa de logística.
Segundo o CESP, o regime de
banco de horas imposto pela empresa é ilegal, visto que não houve uma
proposta escrita da ID Logistics aos trabalhadores para que, no
prazo definido, pudessem rejeitar por escrito.
«O regime ilegal de banco de
horas da empresa obriga os trabalhadores após as oito horas de trabalho a fazer
mais quatro horas diárias à borla, havendo situações de trabalhadores com mais
de 500 horas no suposto banco de horas da empresa», lê-se no documento.
O
sindicato salienta ainda que o Código do
Trabalho prevê ainda um
aumento máximo diário até duas horas diárias, 50 horas
semanais, tendo o acréscimo por limite 150 horas por ano.
Para o CESP, «o banco de horas é
apenas mais uma forma da empresa ter os trabalhadores a trabalhar “à borla” e
de poderem dispor da vida dos trabalhadores conforme lhes interesse, sem
atender ao direito dos trabalhadores de saberem qual é o seu horário»,
condicionando a sua vida pessoal e familiar.
Salário entre os mais
baixos do sector
No comunicado, o
CESP afirma ainda que um operador de armazém da ID Logistics com
dez anos de casa aufere o mesmo salário que outro
trabalhador com apenas um mês, ou seja, o Salário Mínimo
Nacional.
Uma situação «inaceitável»
salienta o CESP, pois «só em inflação e aumento dos preços dos bens de primeira
necessidade, os salários dos trabalhadores desvalorizaram mais de 10%, o que
significa que (...) os trabalhadores da ID Logistics vivem muito pior
e têm cada vez mais dificuldades em conseguir que o salário
estique até ao final do mês».
O sindicato refere ainda
que, dentro da empresa, os trabalhadores das
agências de trabalho temporário não recebem os salários, em
que «todos os meses pagam tarde e a más horas».
«Os salários de todos os
trabalhadores têm de ser pagos até ao último dia útil do mês a que se referem»,
reitera o CESP, que frisa que tal situação causa inconvenientes
aos trabalhadores e às suas famílias, tais como custos com os atrasos no
pagamento de empréstimos.
Sem comentários:
Enviar um comentário