O Sindicato dos Capitães,
Oficiais Pilotos, Comissários e Engenheiros da Marinha Mercante (CGTP-IN)
exige ao Governo o cancelamento imediato da concessão ao grupo
turco Yildirim no Porto de Setúbal.
Numa missiva dirigida ao
primeiro-ministro, à ministra do Mar e à presidente da Administração dos Portos
de Setúbal e Sesimbra (APSS), a estrutura sindical exige, «pelo superior
interesse nacional», o cancelamento «imediato da concessão à empresa turca, que
afronta deliberadamente os princípios normativos laborais».
As operações portuárias no Porto
de Setúbal devem ser asseguradas «directamente» pela APSS, sublinha o
sindicato.
Os trabalhadores «eventuais» da
Operestiva, detida pelo grupo Yildirim, mantêm o Porto de Setúbal paralisado,
exigindo a sua vinculação. A excepção foi conseguida precisamente com o apoio
do Governo, que colocou as forças policiais no Porto de Setúbal para garantir a
entrada de trabalhadores que foram substituir os estivadores em protesto no
carregamento de um navio com veículos produzidos na Autoeuropa.
Em vez de promover uma solução
para o conflito, o Governo esteve durante vários dias a planear em conjunto com
as empresas portuárias a violação da greve dos «eventuais» do Porto de Setúbal,
que resultou na acção desta quinta-feira.
A colocação dos meios do Estado
ao serviço de uma operação de substituição de trabalhadores, expressa na
utilização dos 30 trabalhadores alheios ao Porto de Setúbal, vai permitir à
Autoeuropa retirar cerca de 2000 automóveis para a Alemanha. Porém, a fábrica de
Palmela irá continuar a produzir no futuro, bem como as muitas empresas da
região, sendo óbvio que a solução do Governo não é viável.
Foto: Manifestação dos
estivadores de Setúbal contra a precariedade/Rui Minderico-Lusa
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