@Verdade | Editorial
Sem sombras de dúvidas, 2018 foi
mais um ano atípico para o povo moçambicano. Aliás, diga-se em abono da verdade
que o cidadão moçambicano tem motivos mais do que suficientes para afirmar que
2018 foi um péssimo ano em todas as vertentes.
A começar pela forma como é
conduzido o processo eleitoral (referente às eleições autárquicas) que, mais
uma vez, se provou que é intrinsecamente uma trapaça, uma vez que não se
vislumbrou o pleno exercício da cidadania e democracia. Ou seja, como sempre,
voltámos a brincar às eleições, demonstrando que ainda prevalece um grande
défice democrático no país provocado por instituições como o STAE, a CNE e o
Conselho Constitucional, que na verdade foram os organismos que elegeram os
presidentes de alguns dos 53 municípios deste país.
Além disso, ao longo do ano 2018,
os indivíduos que dirigem o país mostraram que estão mais preocupados com o seu
umbigo, relegando o bem- -estar dos moçambicanos para último plano. E um
exemplo disso foi a facilidade que o Banco de Moçambique criou para as empresas
multinacionais que se preparam para explorar o petróleo e o gás existente no
país. Ou seja, para além de toda as estúpidas isenções e regimes especiais de
tributação, as multinacionais conseguiram do Governo da Frelimo uma legislação
privilegiada para movimentarem os biliões de dólares que irão ganhar no pais.
Como se essa situação não
bastasse, também vimos o Governo de Filipe Nyusi anunciando que chegou a um
acordo com grande parte dos credores da fantoche empresa de pesca de atum, a EMATUM,
para reestruturar a dívida. Resumindo, Nyusi e os títeres decidiram fazer um
acordo que vai custar o futuro de milhões de moçambicanos. O mais caricato
ainda foram os deputados da bancada parlamentar da Frelimo que, no exercício
das suas funções como mandatário do povo, revelaram a ignorância mórbida por
que ainda se regem. Ao longo do ano, os moçambicanos foram brindados com
situções bastantes preocupantes e lamentáveis, aprovando tudo e mais nada
contrariando a vontade do povo que os elegeram.
E, por último, uma das situações
que mexeu com a vida dos moçambicanos foi o exorbitante custo de vida. Quase
todos os dias, o custo de vida agravou-se e, consequentemente, o poder de
compra deteriorou-se sob olhar do Governo que passou o ano a fingir estar preocupado
com a situação. Como quem zombasse do sofrimento da população, o Governo da
Frelimo não perdia a oportunidade de mostrar ao país e aos moçambicanos a sua
contínua falta de bom senso, falando da confiança no futuro.
Portanto, 2018 foi um ano para esquecer!
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