As eleições europeias de maio são
o "verdadeiro prazo limite" da negociação sobre o 'Brexit' se o
acordo de saída for rejeitado pelo parlamento britânico, afirmou hoje o
ministro dos Negócios Estrangeiros de Espanha, Josepc.
"Caso não haja acordo, há a
possibilidade de continuar a procurar um, é possível prolongar os prazos,
continuar a discutir", disse o ministro num encontro com jornalistas.
A data de saída do Reino Unido da
União Europeia (UE) é 29 de março, mas "o verdadeiro 'deadline' [prazo
limite] são as eleições europeias, porque foram planeadas sem representação
britânica, partindo do princípio de que quando se realizassem o Reino Unido já
não estaria", acrescentou.
Borrell considerou, contudo, que
um 'Brexit' sem acordo seria "uma catástrofe para toda a gente" pelo
que faz "votos para que tal não ocorra".
O parlamento britânico vota na
terça-feira o acordo negociado entre o Governo britânico e a UE, que assegura
uma saída ordenada e um período de transição até dezembro de 2020, mas as
hipóteses de ser reprovado são consideráveis.
Um chumbo do documento pode
obrigar o Governo britânico a pedir uma extensão do período de negociações
estipulado pelo artigo 50.º do Tratado de Lisboa, que termina a 29 de março.
Embora o Governo britânico
mantenha como posição oficial que não pretende fazê-lo, o diário The Guardian
noticia hoje, citando fontes europeias, que os 27 estariam preparados para
oferecer uma extensão "técnica" até julho, data da tomada de posse
dos deputados eleitos em maio para o Parlamento Europeu, para o Reino Unido
resolver o impasse.
Em Bruxelas, a Comissão Europeia
recusou "especular" sobre um possível adiamento, com o porta-voz,
Margaritis Schinas, a frisar que "há um acordo em cima da mesa" e que
é necessário "trabalhar com o que há".
"E é isso que as partes
estão a fazer agora", acrescentou Schinas.
Na Alemanha, a porta-voz do
Ministério dos Negócios Estrangeiros, Maria Adebahr, recusou igualmente
"declarações especulativas" sobre um prolongamento, frisando que,
para Berlim, "continua em vigor o enorme interesse numa saída ordenada e
numa saída segundo o acordo negociado".
"Creio que hoje, um dia
antes de uma possível decisão, o correto é não fazer declarações de tipo
especulativo sobre estes assuntos", disse a porta-voz, evocando
declarações recentes do chefe da diplomacia alemã, Heiko Mass, advertindo que
"quem apostar no fracasso da votação para vir a ter uma melhor base de negociação
está a assumir um risco extremamente elevado".
França também recusou hoje
comentar um possível adiamento, afirmando apenas que "deseja um voto
favorável" na Câmara dos Comuns e que, se isso não acontecer, "caberá
a Londres apresentar propostas" à UE.
"A posição francesa é clara:
temos um acordo sobre a mesa que é o melhor acordo possível e que não é
negociável", afirmou o ministério dos Negócios Estrangeiros francês em
resposta a uma pergunta sobre um eventual prolongamento das negociações até
julho.
Lusa | em Notícias ao Minuto |
Foto: Reuters
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