Renan no pior e no melhor, até
que os penáltis os separem
O Sporting é #CampeãoDeInverno,
renovando o título que já tinha conquistado na última época. FC Porto e
Sporting disputaram, este sábado, a final da Taça da Liga, numa tentativa de
conquistar aquele que será o primeiro troféu do ano de 2019. No final dos 90
minutos o jogo estava empatado a uma bola. Fernando Andrade marcou primeiro,
mas Bas Dost deixou tudo empatado e obrigou a recorrer aos penáltis para
decidir quem era o vencedor. No final, foi Renan - com a ajuda dos penáltis
falhados por Hernâni, Militão e Felipe - quem acabou por decidir a final.
A história conta-nos que, nos
últimos tempos, os leões têm levado a melhor sobre os dragões, pelo que se
impunha a pergunta: conseguirá o Sporting vencer a quinta final consecutiva ao FC
Porto?
A resposta não foi encontrada, de
todo, na primeira meia hora de jogo. FC Porto e Sporting entraram em campo com
vontade de assumir a iniciativa mas pouco engenho para o fazerem. Durante a
semana falou-se, no mundo desportivo, da necessidade de que este fosse um jogo
diferente do de Alvalade, que acabou empatado a zero e ficou rotulado como um
dos piores Clássicos dos últimos anos.
A vontade e fio de jogo de ambas
as equipas afastava, pelo que se podia observar, esse fantasma da repetição de
um jogo pouco interessante. Ainda assim, intensidade não era tudo. Raphinha,
Corona, Brahimi e Nani bem corriam e exploravam as alas, mas a quantidade cruzamentos
que faziam para o interior de grandes áreas vazias mostravam que algo faltava
no último terço de cada uma das equipas. Vaná e Renan, que se limitavam a
recolher cruzamentos, agradeciam.
A primeira parte tornou-se,
portanto, fácil de resumir: muito jogo pelos corredores, pouco acerto na hora
do último passe e a pergunta que se impunha era "onde estão Marega e Bas
Dost?"
Ficou guardado para o último
minuto do primeiro período o momento mais empolgante que o jogo tinha tido até
então: Raphinha consegue ganhar posição e arranca em direção à baliza, mas
acaba por ser obstruído por Felipe. Os jogadores do Sporting depressa rodearam
João Pinheiro para contestar a cor do cartão que o árbitro tinha mostrado ao
defesa brasileiro - Nani e companheiros pediam o vermelho. João Pinheiro não
mudou a sua decisão.
Na conversão do livre direto
frontal, Bruno Fernandes faz a bola rasar o poste direito da baliza de Vaná. A
primeira parte acabava com um arrepio para os dragões e o fantasma de um jogo
"sem balizas", como o do início de janeiro, voltava a pairar, desta
vez em Braga.
Se as alas foram onde se jogou
mais durante a primeira parte, Keizer achou que precisava de lhes mexer. No
início da segunda parte, o técnico holandês lançou Jefferson para o lugar de
Acuña. O argentino teve algumas dificuldades em segurar Corona e
Marega e não regressou dos balneários.
A maldição de André Pinto
Mal imaginava o técnico leonino
que, logo de seguida, quase precisaria de fazer mais uma alteração. André Pinto
chocou com Marega e ficou com o nariz muito mal tratado. O central português
esteve na iminência de abandonar a partida e Petrovic estava pronto para o
render. No final de contas, Pinto aguentou a dor e voltou lá para dentro.
Durou cinco minutos a resistência
do português. Aos 52' sentou-se no relvado e selou o seu destino: a
substituição por Petrovic. O sérvio deve ter herdado, no entanto, a mesma
maldição que assolou André Pinto. Quatro minutos depois de ter entrado em
campo, também o nariz de Petrovic teve um encontro com a nuca de André Pereira.
Petrovic não saiu, mas as imagens televisivas não enganavam: o nariz estava
deslocado.
A primeira grande ocasião do jogo
surgiu aos 60 minutos. Alex Telles bate um pontapé de canto a partir do lado
esquerdo e Renan defende para a frente uma bola cabeceada por um jogador
portista. À boca da baliza, Herrera não teve tempo de reação suficientemente
rápido para enviar a bola para o fundo das redes.
Renan do céu ao inferno
Aos 79 minutos a maldição que
começou por afetar André Pinto e depois Petrovic alastrou até Renan. O
guarda-redes brasileiro tinha sido o herói leonino ao defender várias grandes
penalidades e garantir a passagem dos leões a esta final. Pois bem,Herrera
decidiu testar como estavam, neste sábado, as mãos que tinham defendido todos
aqueles penáltis e a aposta deu frutos. Renan quis agarrar a bola junto ao
peito e o esférico acabou por ressaltar. Na recarga, como um verdadeiro rato de
área, Fernando Andrade fez o primeiro golo da final da Taça da Liga.
A resposta não se fez esperar e
chegou por meio do duplo VAR desta noite. Óliver tenta aliviar uma bola dentro
da grande área e acaba por acertar na perna de Diaby pelo caminho. João
Pinheiro foi chamado à atenção pela dupla Tiago Martins e Bruno Esteves. Todos
concordaram: era penálti. Na hora de assumir a responsabilidade, foi Bas
Dost quem se chegou à frente. Ele, que tinha falhado um penálti contra o Braga,
não falhou desta vez e empatou a partida aos 90+2'.
Renan defendeu, mais uma vez, uma
grande penalidade, desta feita marcada por Hernâni. Felipe e Militão falharam
os seus penáltis e deram a vitória ao Sporting. Renan voltava aos céus.
Gonçalo Teles | TSF
Foto: Gonçalo Delgado/Global Imagens
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