A violência dos “manos” vítimas
de racismo e exclusão
Curto na Caixa… dos amigos. Este
podia ser o título, aqui e agora. Talvez. Vamos ver no que isto vai dar. Claro
que a Caixa que estamos a referir é a Geral de Depósitos mas que parece ser só de
alguns que “levam” mas não pagam. Quem? Os amigos? Partidos políticos? Gentes
dos poderes costumeiros e da tal dita alternância? Donos Disto Tudo amigos? Mas
quem? A quem é que a Caixa procede a ‘empréstimosdados’ com o maior dos
desplantes. A Caixa até é um banco público. Ah, mas então é por isso que pode
‘emprestadar’. Será? Se não é… parece.
Este é o tema do Curto, do
Expresso, esta manhã. A abertura, por Pedro Santos Guerreiro. Quase que todos
os jornais agarraram no tema. Pudera. Estamos fartinhos de ser otários e
“entrar” com notas sofridas mas de borla para vigaristas da dita “alta”
sociedade” e (talvez) partidos políticos etc. Os portugueses são os Zé Pagantes
dos vícios desses tais da “alta”, dos também conhecidos por “cães grandes”.
Afinal uns vigaristazecos que vivem no fausto à conta de milhões de portugueses
de “brandos costumes”.
Ao que parece, sobre os desvarios
da Caixa, há grupos parlamentares que querem saber quem são os felizardos que
pregam calotes à Caixa, há outros que não. Restam ainda os que querem saber mas
sobre todos os bancos que têm calotes e quem são os caloteiros. Que não. Que
isso não podemos saber, ventila o governo e os que pertencem à mesma escumalha
que anda toda associada a alimentar-se dos milhões que usam e que os
portugueses na totalidade pagam, mais que não seja com fome e outro tipo de
carências relacionadas com aquele famoso dito: “gostaríamos de realizar muitas
coisas boas para o povo mas… não há dinheiro". Pois. Pudera. Assim, a dar e a
‘emprestadar’ aos chulos das pandilhas amigas e de outras ilhargas para os
portugueses nunca pode haver dinheiro, só umas esmolas. E só com muita sorte.
“Umas migalhas, tomem lá e calem-se”. Hão-de pensar ou até dizer entre paredes.
Outro assunto é o vandalismo
contra os caixotes do lixo. Pois. Mas, que se saiba, isso tem que ver com o
racismo e exclusão a que populações em barda têm estado votadas. Tem que ver
com a violência do Estado contra as minorias (não só). Arderam caixotes do lixo? E
quantos seres humanos excluídos e maltratados ardem na fogueira do desprezo do
Estado e até dos da sociedade que por eles passa e os despreza e exclui?
Como aqui ontem foi afirmado, no
PG, em Ronaldo
e os guetos do “estado democrático e exclusivista”: “O assunto daria pano para
mangas se acaso fosse encarado a sério, com honestidade e partindo do principio
de que somos todos da mesma raça: humanos”. Acresce a tudo isto os guetos em
que andam a enclausurar os portugueses (ditos brancos), com todo o desprezo mas
com lindas palavras, com falsos sinais de quererem ajudar os “coitadinhos”.
Os guetos, é isso mesmo que são.
A exclusão pura e dura. O racismo latente que se não for tratado e socialmente
enfrentado, solucionado, pode vir a dar água pelas barbas na cena nacional.
Desmentindo aquela mentira de que “em Portugal não há racismo”. Sempre houve. E
atualmente muito mais.
Só uma nota: queimar automóveis é
que não. Violência nada resolve e destruição traz prejuízo para os que têm de
pagar. E quem paga somos nós, o povo, os plebeus, os pagantes eternos, os
verdadeiros otários.
Quanto à famigerada Caixa... É de Pandora?
Não esqueça: O Curto tem cultura e desporto. Pois
Foi, da nossa parte, o trato
habitual antes do real Expresso Curto. Bom dia, se conseguir… Se deixarem. (MM
| PG)
Bom dia este é o
seu Expresso Curto
Abrimos a Caixa
Pedro Santos Guerreiro | Expresso
No final de 2007, a administração
da Caixa Geral de Depósitos tinha um problema: iria apresentar lucros
demasiado elevados. Como iria um banco público explicar que ganhara quase 800
milhões de euros? A cifra era tão pornográfica que, como então se noticiou, se
admitia usar engenharia contabilística para baixá-la – e baixou, para menos de
700 milhões. Fosse como fosse, era preciso escrever um guião que garantisse que
no Estado não havia ganância. Nesse mesmo mês, o BCP estava em colapso da era
Jardim Gonçalves. E os dois principais administradores da Caixa tomaram o
controlo da gestão do BCP.
O problema, na verdade, não era a engenharia que baixasse os lucros, mas a arquitetura que os permitira: créditos, créditos, mais créditos, à habitação, a grandes devedores, a projetos alucinantes ou alucinados, porque enquanto os créditos são pagos os bancos nadamem lucros. Quando os devedores ou os projetos
estoiram, o ricochete é brutal. Chama-se imparidades. Chama-se prejuízos.
Chama-se aumentos de capital. Chama-se impostos. Chama-se uma pouca vergonha,
entre a incompetência, as suspeitas, os projetos de poder político-financeiros,
chama-se opacidade.
Como é que um relatório de auditoria sobre 15 anos de gestão na Caixa Geral de Depósitos revela agora o que 15 relatórios de auditorias anuais não revelaram?
Como é que tantas notícias publicadas naqueles anos sobre os casos agora confirmados não conseguiram que alguém entrasse por ali adentro para verificar o desmando?
Como é que apesar dessas notícias foi possível que os dois administradores mais importantes da Caixa, ambos ligados ao PS de Sócrates que então governava, saltassem para o BCP, liderando assim os dois maiores bancos portugueses?
Não só foi possível como aconteceu. Dez anos depois daqueles lucros astronómicos, a Caixa aprovaria um aumento de capital de quase cinco mil milhões de euros, iniciou um plano de despedimentos, de corte de custos e de venda de ativos.
No relatório de auditoria da EY, que só foi conhecido porque chegou de boa fonte às mãos de Joana Amaral Dias e esta o reencaminhou para os jornais, não há praticamente nenhuma novidade na lista de crédito dos grandes devedores. Já sabíamos quase todos os nomes. Mas não sabíamos, preto no branco, aquilo de que suspeitávamos: que os créditos eram aprovados sem cuidado por comissões de crédito e por gestores que recebiam prémios no final do ano mesmo quando comprometiam o futuro da Caixa em projetos ruinosos como o investimento em Espanha.
Há três dias que o relatório está nas primeiras páginas dos jornais.
Para que serve tudo isto agora, que se exumou da sepultura do lixo tóxico? Para investigar. No Banco de Portugal, na Assembleia da República e no Ministério Público. Que se escreva o futuro antes que prescreva o passado.
O problema, na verdade, não era a engenharia que baixasse os lucros, mas a arquitetura que os permitira: créditos, créditos, mais créditos, à habitação, a grandes devedores, a projetos alucinantes ou alucinados, porque enquanto os créditos são pagos os bancos nadam
Como é que um relatório de auditoria sobre 15 anos de gestão na Caixa Geral de Depósitos revela agora o que 15 relatórios de auditorias anuais não revelaram?
Como é que tantas notícias publicadas naqueles anos sobre os casos agora confirmados não conseguiram que alguém entrasse por ali adentro para verificar o desmando?
Como é que apesar dessas notícias foi possível que os dois administradores mais importantes da Caixa, ambos ligados ao PS de Sócrates que então governava, saltassem para o BCP, liderando assim os dois maiores bancos portugueses?
Não só foi possível como aconteceu. Dez anos depois daqueles lucros astronómicos, a Caixa aprovaria um aumento de capital de quase cinco mil milhões de euros, iniciou um plano de despedimentos, de corte de custos e de venda de ativos.
No relatório de auditoria da EY, que só foi conhecido porque chegou de boa fonte às mãos de Joana Amaral Dias e esta o reencaminhou para os jornais, não há praticamente nenhuma novidade na lista de crédito dos grandes devedores. Já sabíamos quase todos os nomes. Mas não sabíamos, preto no branco, aquilo de que suspeitávamos: que os créditos eram aprovados sem cuidado por comissões de crédito e por gestores que recebiam prémios no final do ano mesmo quando comprometiam o futuro da Caixa em projetos ruinosos como o investimento em Espanha.
Há três dias que o relatório está nas primeiras páginas dos jornais.
Para que serve tudo isto agora, que se exumou da sepultura do lixo tóxico? Para investigar. No Banco de Portugal, na Assembleia da República e no Ministério Público. Que se escreva o futuro antes que prescreva o passado.
OUTRAS NOTÍCIAS
O PS leva hoje ao Parlamento a sua proposta de revisão de Lei de Bases da Saúde. Mas o diploma, segundo noticiou ontem o Expresso, deve baixar à comissão sem ser formalmente votado. O objetivo do PS é conseguir chegar a entendimento à esquerda e evitar, pelo menos para já, um choque frontal com BE e PCP. É isso que pode acontecer, o PCP e o BE prepararam cada um a sua própria proposta. As diferenças ideológicas vertem-se em duas grandes divisões: as taxas moderadoras e a gestão do SNS. BE e PCP querem reduzir (ou acabar) com os pagamentos e deixar claro que a gestão será totalmente pública, pondo fim às PPP dos hospitais entregues à gestão privada (casos de Braga, Cascais, Vila Franca e Loures, que acabam até ao ano 2020). Já o Governo quer analisar caso é um caso. E António Costa quer deixar claro que é o PS que protege o SNS, o que pode levar a tensão também com o Presidente da República, que quer um acordo do PSD. Mas Rui Rio já disse que não faz mais acordos com o governo até às eleições.
“Não devemos generalizar” (Presidente Marcelo) “fenómenos pontuais” (ministro Cabrita) de “alguns elementos racistas e violentos” (Catarina Martins). Os incidentes no domingo entre forças policiais e moradores do bairro da Jamaica, seguidos de uma manifestação ontem em Lisboa e de lançamento de 'cocktails Molotov' contra uma esquadra e incêndio de caixotes e de viaturas, estão a ser tratados com pinças pelos políticos. As investigações decorrem. Naquele bairro vivem cerca de 800 famílias, em prédios inacabados, que foram ocupados na década de 1990 por imigrantes da Guiné, São Tomé e Príncipe e Angola, conta a SIC.Esta noite, houve mais 14 ocorrências com caixotes do lixo queimados na Grande Lisboa e Setúbal, noticia a Renascença. Não houve feridos nem detidos.
A Fenprof ameaçou o Governo com "um ano desgraçado" nas escolas, se não ficar resolvida a questão da contagem do tempo de serviço e não forem retomadas as negociações.
A Câmara do Porto aprovou o novo regulamento de Habitação Social da Domus Social, a empresa municipal que gere o parque habitacional da autarquia, com a retirada da contestada exigência de cadastro limpo para se aceder a habitação municipal. É mais um avanço para que mais pessoas possam ter acesso. No Porto, 30 mil pessoas, ou 12% da população, vive em habitação social. Há mais mil em lista de espera.
O presidente da Groundforce diz que “estamos a levar o aeroporto Humberto Delgado ao limite” e defende que “há investimentos que é preciso fazer já”.
Henrique Gomes vai hoje ser ouvido no Parlamento, na comissão de inquérito das rendas da eletricidade. O antigo secretário de Estado da Energia conta ao Expresso que foi “muito difícil” encontrar consultoras que ajudassem o Estado a estudar o setor. E lembra a batalha perdida para a EDP: “Não me arrependo”.
Bruxelas avisa que um Brexit sem acordo com a UE obrigará a estabelecer controlos fronteiriços na Irlanda. Já o Partido Trabalhista considera que o parlamento deve poder votar a hipótese de um segundo referendo.
Várias grandes empresas estão a preparar a sua saída do Reino Unido, noticia o The Guardian. James Dyson, multimilionário conhecido como “o rei dos aspiradores”, e que sempre defendeu o Brexit, vai mudar a sede da sua empresa de Inglaterra para Singapura.
Paris e Berlim assinaram um novo acordo de cooperação franco-alemã, que foi visto como uma união entre dois líderes enfraquecidos em prol de uma Europa que resista à desagregação iniciada com o Brexit. “Macron e Merkel estão a tentar salvaguardar a Europa, não dominá-la”, escreve Simon Tisdall no The Guardian.
Não é só em Portugal que há guerra montada entre taxistas e plataformas eletrónicas. Em Barcelona, ao fim de cinco dias de paralisação e protesto de taxistas, o governo catalão cedeu a reivindicações e prepara restrições às plataformas, incluindo que passe a ser obrigatório reservar um carro com o mínimo de uma hora de antecedência. Resultado, segundo o El Pais: a Uber e a Cabify ameaçam deixar de operar em Barcelona.
O resgate ao pequeno Julen voltou a complicar-se, depois de novos obstáculos na perfuração do túnel vertical. Hoje é o décimo dia desde que a criança caiu no poço de
Agora respire antes de ler:
Os ricos nunca foram tão ricos. Há 2.208 pessoas com mais fortunas superiores a mil milhões de dólares. Os dados foram relevados ontem, no dia de abertura dos Encontros de Davos, num relatório que confirma que o fosso entre ricos e pobres não para de aumentar. Os multimilionários mundiais estão a enriquecer quase dois mil milhões de euros por dia. E agora um número final, porventura o mais chocante: os 26 pessoas mais ricas do mundo têm, somadas, tanto quanto os 3,8 mil milhões de pessoas mais pobres do mundo. Sim, leu bem, 26 pessoas têm tanto quanto a metade mais pobre do mundo.
O relatório da Oxfam questiona os efeitos da globalização e os sistemas fiscais. O site Vox faz uma boa análise ao estudo. É verdade que todos os anos, coincidindo com Davos, a Oxfam publica este estudo. Mas é também verdade que, a cada ano que passa, a desigualdade aumenta.
Na Suíça, no encontro de Davos, Jair Bolsonaro incentivou os empresários a investir no “novo Brasil”. Os jornais brasileiros não perdoam: “Nervoso, presidente toca violino para plateia e escamoteia seu lado mais polémico”, escreve a Folha de São Paulo, que acrescenta que o discurso foi curto e superficial. Trump não está presente nesta edição, “o que até é um gesto inteligente”, escreve David A. Andelman na CNN.
Entramos no 33º dia de “shutdown” nos Estados Unidos: o governo está “fechado”, o que significa que milhares de funcionários do Estado não recebem salário há um mês, por falta de aprovação do Orçamento, que está congelado pela disputa entre a Casa Branca e o Congresso no que respeita ao financiamento do muro na fronteira do México. O Senado continua a estudar formas de superar este bloqueio, mas não há ainda fim à vista. A CNN dá-lhe seis cenários que podem obrigar a resolver o problema: uma revolta dos senadores republicanos, pânico dos democratas novatos, filas intermináveis nos aeroportos, uma quebra de segurança, uma declaração de emergência nacional ou… se Trump desistir.
Entretanto, o Supremo Tribunal alinhou-se com Trump e manteve o veto a militares transgénero.
Nomeados para os Óscares: na fila da frente dos melhores filmes do ano estão “Roma” e “Black Panther”, que lideram, em dez categorias, as nomeações deste ano. Veja aqui todas as nomeações.
No desporto, o FC Porto venceu o Benfica por 3-1 para a Taça da Liga. Na Tribuna Expresso pode ler a crónica do jogo, “São as taças, senhores, são as taças”; ler a reação de Luís Filipe Vieira, que disse VAR Fábio Veríssimo “não pode apitar mais”; e ler a contra-crónica, em que Lá em Casa Mando Eu acredita que ver Óliver na luta é como ir a um espectáculo de Mozart e este arrasar numa atuação de stand-up comedy.
Ao início desta manhã reiniciam-se as buscas pelo avião particular desaparecido que transportava o futebolista argentino Emiliano Sala.
Manchetes do dia:
- Empresas obrigadas a dar horário flexível a quem tem filhos, no Jornal de Notícias.
- Segurança Social mandou fechar 109 lares de idosos por falta de condições, no Público. “
- Executivo angolano quer seguir caso de violência no bairro da Jamaica, jornal i.
- Doentes em risco por falta de remédios, no Correio de Manhã.
- Governo pede à Caixa que apure responsáveis pelos erros de gestão, no Negócios.
FRASES
“Choca-me que o dinheiro do Estado [na CGD] tenha servido para isto. Serviu para aventuras pessoais, quimeras mitómanas, invenções de centros de decisão nacional, fabricações de gigantes setoriais”. Ricardo Costa, no Expresso Diário.
“O PCP está tão sujeito ao escrutínio democrático como qualquer outro partido. Não goza de maior presunção de inocência que todos os outros, nem tem de ser visto como se fosse tributário de algum tipo de superioridade moral”. Daniel Oliveira, no Expresso Diário.
“O Homem enxovalhado e ninguém diz nada sobre o escândalo?”. Francisco Louçã, ironizando a propósito da mudança do nome da Declaração Universal dos Direitos do Homem para “vejam só a afronta”, Declaração Universal dos Direitos Humanos. No Expresso Diário.
“Jornalistas, comentadores e políticos fingem que não está em curso a maior injustiça geracional de sempre: quem tem menos de 50 anos sabe que não vai ter reforma.” Henrique Raposo, no Expresso Diário.
O QUE EU ANDO A LER
“Sou um ovo à espera da grande queda”, escreve ela no Hospital, primeira parte deste livrinho novo, Hospital onde ela se sente separada do real com a irrealidade do lado de fora dos seus olhos, “é como se este lugar não existisse”, “é como uma casa que está sempre de costas”, é ela a internada, a injetada, a enjeitada, a “mulher nua, no quarto, desistindo da sua lírica, olhando o teto”, a mulher que já não pode ser ofendida nem acendida, “o passado tem-me lambido o crânio”, e ela, ela sem noção do lugar, do tempo, do seu próprio corpo, “imóvel como um rochedo”, sem noção da memória, “quero a minha vida de volta, se é que já tive uma”, mas com a certeza de todo o seu “excessivo amor”, ela prefere enlouquecer, “esquecer-me do rosto que trago inventado no meu nome.” Não é um romance, é um poema; não é um enredo, é um universo; não é um personagem, nem será uma persona.
“Tudo isto é incrível como o lugar onde nunca fui
Estou sozinha
Estou limpa
Virginal
Inteira como um coice do universo”.
Da segunda parte do livro, “outro nome”, nasce o título do livro, onde a presença das coisas exteriores confronta a sua ausência, como se fossemos ela a inanimada mas não a desalmada, ela que refugia os gestos no espelho da normalidade dos outros. “ Tu não sabes /Mas todos os poetas amamentam as coisas /Que ninguém quer (…) /E, este leite que lhes dou incessantemente, /é para as vejas também”. O que fazer de uma solidão, se nem utilidade ela tem? Servisse ela para alguma coisa, ao menos que fosse para “falar de amor num autocarro cheio de gente e não ter medo de sair morto”.
“Outro nome para a solidão” é o novo livro de Cláudia R. Sampaio, ilustrado pela própria, são umas poucas de páginas agrafadas a uma obra que vai chegando sem relâmpagos que estremeçam e passem, mas como um sopro continuado num lume de vela. Há algo de irritante na expressão “poetas de nova geração”, pelo que a riscamos daqui. Leia, apenas leia, este ovo, perdão, novo livrinho, ou leia poemas anteriores por exemplo aqui no Expresso, ou vá amanhã vê-la às Quintas de Leitura, no Campo Alegre, no Porto. Afinal,
“O que ainda não chegou
é infinito”
Tenha um excelente dia.
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