Os EUA levaram a ingerência ao
Conselho de Segurança da ONU mas o objectivo de garantir «um apoio pleno» a
Juan Guaidó falhou.
Um projecto de declaração dos EUA
levado hoje ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) com
vista a destituir o presidente eleito Nicolás Maduro e garantir «um apoio
pleno» à Assembleia Nacional venezuelana, dirigida por Juan Guaidó, foi vetado
hoje pela Rússia e pela China.
O texto, ao qual a agência France
Presse teve acesso, sublinhava o compromisso da Assembleia Nacional venezuelana
de restaurar a democracia e o Estado de direito no país, contestando a
legitimidade das eleições presidenciais ocorridas em Maio.
As referências foram eliminadas
do texto pela Rússia com o apoio da China. A diplomacia russa propôs um novo
texto, no qual se pedia um diálogo político na Venezuela, tendo sido
considerado inaceitável pelos Estados Unidos.
O embaixador da Rússia nas Nações
Unidas, Vassily Nebenzia, acusou «os Estados Unidos e os seus aliados de
quererem depor o Presidente» da Venezuela. A par de negar ao Conselho de
Segurança o direito de discutir a situação no país, Nebenzia afirmou que Washington
está a promover um golpe de estado na Venezuela e que, esse sim, é um assunto a
analisar com urgência pelo Conselho de Segurança da ONU.
A delegação da Guiné Equatorial
insistiu que a Venezuela não é uma ameaça à paz e segurança internacionais, tendo
apelado ao diálogo e frisado a necessidade de respeitar a ordem constitucional
na Venezuela.
Do mesmo modo, Jerry Matjila,
embaixador da África do Sul nas Nações Unidas, rejeitou a interferência nos
assuntos internos da Venezuela e as tentativas de ingerência naquele
país.
Nicolás Maduro venceu as eleições
presidenciais de Maio passado, com aproximadamente 68% dos votos. O sufrágio
foi acompanhado por mais de 200 observadores internacionais e não foi
contestada pela oposição.
Na sequência do ultimato de
Portugal, Espanha, França, Alemanha e Inglaterra, que deram oito dias a Nicolás
Maduro para convocar eleições, sob pena de reconhecerem Juan Guaidó como
presidente da Venezuela, a chefe da diplomacia europeia Federica Mogherini
anunciou que poderão ser tomadas «novas medidas» por parte da União Europeia
caso tal não aconteça.
Com Agência Lusa | Foto: O
ministro dos Negócios Estrangeiros da Venezuela, Jorge Arreaza, cumprimenta o
embaixador russo na ONU, Vasily NebenzyaCréditosJason Szenes / EPA
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