Dar passos no sentido da
civilização implica distanciamento em relação à barbárie e aos bárbaros. Nesse
sentido o estado angolano devia previlegiar as devidas honras fúnebres aos que
foram vítimas diretas desse monstro e, ao não fazê-lo, não está a corrigir o
que está mal nem a melhorar o que está bem. (MJ | PG)
Meus caros leitores, tenho
resistido na escrita de artigos de opinião, não por que não queira desistir,
afinal, escrever artigos de opinião, é um dos ofícios mais caros para mim. O
silêncio, muitas vezes, diz mais. Entretanto, não poderia fugir eternamente da
convocação da escrita. Mas, escrever sobre o que exactamente aconteceu em
Angola, nesses tempos modernos em que dizer a verdade se tornou provocação,
meus caros leitores, veio me acudir uma ideia que me aconselhou a versar sobre
a tirania de Savimbi enquanto vivo, esse fenómeno que atribulou milhares de
angolanos, desde os tempos dos conflitos armados pós - independência até a
morte de Jonas Savimbi em combate.
João Henrique Rodilson Hungulo,
opinião
Savimbi, em seu magnífico trabalho
enquanto líder angolano, promoveu tragédias incontáveis, através da lança
carniceira que caracterizava a morte penosa e maldita, que não permite a
história recusá–la em exposição através da palavra oral ou escrita, deste
grande titã sanguinário que contagiou com a desgraça profana a história de
nossa condição angolana desde o início de nossa história da independência até
ao momento do curso actual dos factos, caracterizados pela sua morte em
combate.
Observando com especial apresso e
atenção, a vida de Savimbi enquanto líder mostra – se como recurso precioso
para interpretarmos correctamente o que aconteceu em tempos de conflitos
armados em Angola.
Por mais que nos últimos anos
todas as verdades, mesmo as mais arrojadas e necessárias para o processo de
evolução do País, afirmadas sem medo e sem jaça, pareçam ser inconvenientes ao
ouvido humano, porque hoje a mentira e a falsidade são os propósitos que mais
expressão de louvor apresentam para os angolanos, tornando assim as verdadeiras
histórias do País em retrógradas e antipáticas, ainda é verdade que nossos
contemporâneos não sabem viver sem a verdade da história deste País, aliás,
ainda que nossos ouvidos negam em tê–la, o homem só se torna livre enquanto
tiver sobre sua posse a verdade.
A tirania e o orgulho de Jonas Savimbi
Os meios empregues por Savimbi
para conservar a força, reprimir aqueles que tenham alguma superioridade de
opinião ou ideia, fazer matar os homens que possuem sentimentos generosos, eram
fortes e letais. Não nos esqueçamos das cruéis lições da história, segundo as
quais Jonas Savimbi é acusado de ser o quarto maior assassino do mundo,
responsável por aproximadamente 4 milhões de mortes de angolanos,
muitos dos quais inocentes.
Todos os tiranos mais
modernos e mais ousados usaram a prática da angústia experimentada por
Jonas Savimbi. Hitler estimulava os filhos a delatarem os pais. Mussolini instava
as mulheres a denunciarem os maridos. Pol Pot, no Cambodja, se comprazia em
assassinar aquele que fora delatado pouco antes. Savimbi queimava e matava
quem pensasse diferente ou não fosse leal às suas ordens.
Savimbi e a liberdade de matar
Savimbi matou um número
considerável de seus generais e oficiais militares, seus soldados e o povo
comum, suas esposas a partir da histórica Vinona, a Cândida, a sobrinha Navimbi
Matos sobrinha da Ana Isabel (irmã da Romy esposa do Tito Chingunji) acabaria
por morrer em 1983, queimada viva e mais tarde a Ana Isabel com quem ele teve
filhos. Muitas famosas mulheres politicamente respeitadas na UNITA que são
fanáticas dele até hoje, foram forçadas ou convidadas a dormir com ele para
mostrar sua lealdade.
Tortura, a pedra angular da
política savimbista
Muitas mulheres e meninas foram
estupradas por Savimbi, auxiliado pela sua Segurança Presidencial, que estava
sempre atenta para encontrar novas vítimas para o seu Presidente onde quer que
ele visitasse.
Savimbi tem práticas de abuso
sexual de meninas que se aproximavam da puberdade, que ele ou forçava a ter
relações sexuais com elas ou incorporando-as na longa lista de esposas e
concubinas.
Ele também gostava de molestar
sexualmente moças que ele mantinha em sua casa como empregadas domésticas ou
até mesmo afilhadas. Foi assim que, transformou a famosa Sandra Kalufelo, a
sobrinha de sua esposa Ana Isabel, que eles tinham criado em casa como sua
própria filha, transformou numa esposa que eventualmente substituiu sua tia
como a esposa favorita oficial durante seus últimos anos.
Savimbi amava a corrupção
A maior mentira, é o retrato de
Savimbi como um activista e líder anti-corrupção. Aqueles que são honestos com
eles mesmos, sabem muito bem que havia discriminação entre as classes
savimbistas criadas na república da Jamba. Enquanto a maioria da população,
dependia de alimentos básicos e baratos, em sua maioria enlatados e embalados,
seus favoritos se alimentavam de boa comida e acesso à sua cozinha Presidencial
central que todo mundo sabe, tinhas os melhores pratos que normalmente, vê - se
nos países em liberdade.
Também houve discriminação e exploração
das mulheres na distribuição de outros bens materiais. Muita gente tinha que
obter favores e uma nota especial para obter algo do armazém logístico central
chamado “Administração.” Algumas mulheres tiveram que ceder a favores sexuais
para obter materiais femininos.
Os alunos no estrangeiro, os
subsídios dos filhos do presidente e alguns favoritos bufos que controlavam as
comunidades de estudantes no exterior, estavam muito acima do resto do pessoal.
A sua filha em Londres e sobrinho em Paris brincavam e exibiam os montantes de
dólares, enquanto outros estudantes eram obrigados a viver com orçamentos
rigorosos que eventualmente sofriam mais cortes orçamentais, por ter conseguido
de obter bons materiais pessoais que muitos não souberam adquirir.
Conclusão
Savimbi foi um líder assassino,
como os maiores tiranos. Como Mussolini e Hitler foram. Um assassino frio, que
matou aqueles que mais leais aos seus interesses foram, e jamais temeria em
fazê–lo caso um dia fosse chegar ao poder em Angola. Um assassino
que sacrificou a vida de milhares de angolanos, tudo pelo poder que tanto
almejava chegar um dia. Savimbi era caracterizado pela ousadia e tirania que
marcaram ao longo de seu exercício político a sua vida enquanto líder.
Haja luz sobre as trevas!
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