quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Angola | Tirania, a força evocada por Jonas Savimbi


Dar passos no sentido da civilização implica distanciamento em relação à barbárie e aos bárbaros. Nesse sentido o estado angolano devia previlegiar as devidas honras fúnebres aos que foram vítimas diretas desse monstro e, ao não fazê-lo, não está a corrigir o que está mal nem a melhorar o que está bem. (MJ | PG)

Meus caros leitores, tenho resistido na escrita de artigos de opinião, não por que não queira desistir, afinal, escrever artigos de opinião, é um dos ofícios mais caros para mim. O silêncio, muitas vezes, diz mais. Entretanto, não poderia fugir eternamente da convocação da escrita. Mas, escrever sobre o que exactamente aconteceu em Angola, nesses tempos modernos em que dizer a verdade se tornou provocação, meus caros leitores, veio me acudir uma ideia que me aconselhou a versar sobre a tirania de Savimbi enquanto vivo, esse fenómeno que atribulou milhares de angolanos, desde os tempos dos conflitos armados pós - independência até a morte de Jonas Savimbi em combate.

João Henrique Rodilson Hungulo, opinião

Savimbi, em seu magnífico trabalho enquanto líder angolano, promoveu tragédias incontáveis, através da lança carniceira que caracterizava a morte penosa e maldita, que não permite a história recusá–la em exposição através da palavra oral ou escrita, deste grande titã sanguinário que contagiou com a desgraça profana a história de nossa condição angolana desde o início de nossa história da independência até ao momento do curso actual dos factos, caracterizados pela sua morte em combate.

Observando com especial apresso e atenção, a vida de Savimbi enquanto líder mostra – se como recurso precioso para interpretarmos correctamente o que aconteceu em tempos de conflitos armados em Angola.

Por mais que nos últimos anos todas as verdades, mesmo as mais arrojadas e necessárias para o processo de evolução do País, afirmadas sem medo e sem jaça, pareçam ser inconvenientes ao ouvido humano, porque hoje a mentira e a falsidade são os propósitos que mais expressão de louvor apresentam para os angolanos, tornando assim as verdadeiras histórias do País em retrógradas e antipáticas, ainda é verdade que nossos contemporâneos não sabem viver sem a verdade da história deste País, aliás, ainda que nossos ouvidos negam em tê–la, o homem só se torna livre enquanto tiver sobre sua posse a verdade.

A tirania e o orgulho de Jonas Savimbi

Os meios empregues por Savimbi para conservar a força, reprimir aqueles que tenham alguma superioridade de opinião ou ideia, fazer matar os homens que possuem sentimentos generosos, eram fortes e letais. Não nos esqueçamos das cruéis lições da história, segundo as quais Jonas Savimbi é acusado de ser o quarto maior assassino do mundo, responsável por aproximadamente 4  milhões  de mortes de angolanos, muitos dos quais inocentes.

Todos os tiranos mais modernos  e mais ousados usaram a prática da angústia experimentada por Jonas Savimbi. Hitler estimulava os filhos a delatarem os pais. Mussolini instava as mulheres a denunciarem os maridos. Pol Pot, no Cambodja, se comprazia em assassinar aquele que fora delatado pouco antes. Savimbi queimava e matava quem pensasse diferente ou não fosse leal às suas ordens.

Savimbi e a liberdade de matar

Savimbi matou um número considerável de seus generais e oficiais militares, seus soldados e o povo comum, suas esposas a partir da histórica Vinona, a Cândida, a sobrinha Navimbi Matos sobrinha da Ana Isabel (irmã da Romy esposa do Tito Chingunji) acabaria por morrer em 1983, queimada viva e mais tarde a Ana Isabel com quem ele teve filhos. Muitas famosas mulheres politicamente respeitadas na UNITA que são fanáticas dele até hoje, foram forçadas ou convidadas a dormir com ele para mostrar sua lealdade.

Tortura, a pedra angular da política savimbista

Muitas mulheres e meninas foram estupradas por Savimbi, auxiliado pela sua Segurança Presidencial, que estava sempre atenta para encontrar novas vítimas para o seu Presidente onde quer que ele visitasse.

Savimbi tem práticas de abuso sexual de meninas que se aproximavam da puberdade, que ele ou forçava a ter relações sexuais com elas ou incorporando-as na longa lista de esposas e concubinas.

Ele também gostava de molestar sexualmente moças que ele mantinha em sua casa como empregadas domésticas ou até mesmo afilhadas. Foi assim que, transformou a famosa Sandra Kalufelo, a sobrinha de sua esposa Ana Isabel, que eles tinham criado em casa como sua própria filha, transformou numa esposa que eventualmente substituiu sua tia como a esposa favorita oficial durante seus últimos anos.

Savimbi amava a corrupção

A maior mentira, é o retrato de Savimbi como um activista e líder anti-corrupção. Aqueles que são honestos com eles mesmos, sabem muito bem que havia discriminação entre as classes savimbistas criadas na república da Jamba. Enquanto a maioria da população, dependia de alimentos básicos e baratos, em sua maioria enlatados e embalados, seus favoritos se alimentavam de boa comida e acesso à sua cozinha Presidencial central que todo mundo sabe, tinhas os melhores pratos que normalmente, vê - se nos países em liberdade.

Também houve discriminação e exploração das mulheres na distribuição de outros bens materiais. Muita gente tinha que obter favores e uma nota especial para obter algo do armazém logístico central chamado “Administração.” Algumas mulheres tiveram que ceder a favores sexuais para obter materiais femininos.

Os alunos no estrangeiro, os subsídios dos filhos do presidente e alguns favoritos bufos que controlavam as comunidades de estudantes no exterior, estavam muito acima do resto do pessoal. A sua filha em Londres e sobrinho em Paris brincavam e exibiam os montantes de dólares, enquanto outros estudantes eram obrigados a viver com orçamentos rigorosos que eventualmente sofriam mais cortes orçamentais, por ter conseguido de obter bons materiais pessoais que muitos não souberam adquirir.

Conclusão

Savimbi foi um líder assassino, como os maiores tiranos. Como Mussolini e Hitler foram. Um assassino frio, que matou aqueles que mais leais aos seus interesses foram, e jamais temeria em fazê–lo caso um dia fosse chegar ao poder em Angola. Um assassino que sacrificou a vida de milhares de angolanos, tudo pelo poder que tanto almejava chegar um dia. Savimbi era caracterizado pela ousadia e tirania que marcaram ao longo de seu exercício político a sua vida enquanto líder.

Haja luz sobre as trevas!

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