sábado, 16 de fevereiro de 2019

São Tomé | Deuses e Demónios na política nacional


Isabel de Santiago* | Téla Nón | opinião

Existem, definitivamente, DEUSES E DEMÓNIOS na política e sociedade santomense

São Tomé e Príncipe passou pelos meses mais difíceis da sua história depois da revolução e destruição dos engenhos e empresas agrícolas, a que chamamos de roças. Foram meses em 4 anos de liderança de direita num país de África, atípica.  Trata-se de um país que nunca viveu uma guerra, seja devido aos petróleos (ainda fora de exploração) seja devido aos diamantes que não tem.

Tem uma riqueza maior: chamada terra e chamada mar. Esquecido para a economia de Mar territorial mas desperta para interesses bacocos, do ouro negro.

E tem famílias. Que se digladiam em torno de dos bens e erários públicos. Já tanto faz. Estão-se nas tintas para as pessoas, para os jovens, para as crianças. Fingem que estão preocupados, mas não estão. Fingem que defendem direitos, sem liberdades, mas não. Fingem que dão uma grande educação, mas não. Fingem que lutam por uma saúde, mas não.

Sobre os Deuses: temos um Deus, chamado Wuando, que tem feito, com diplomacia, o seguimento de temas. Considera-se todavia, um demónio a forma de gestão da Saúde. Existe um projeto validado cientificamente para tratar alcoólicos com psiquiatria de Lisboa. E enfermeiros especializados, com formação programada a todos os profissionais de saúde. E o que faz a saúde, com base do pedido feito pelo Gabinete do Primeiro Ministro? Nada. Simplesmente nada. Não comenta emails, não emite o statement e ignora a ajuda. Acho excelente. Porque o Presidente Cassandra, um homem e político visionário, não só elogia, como vai acolher a Casa Azul S. João de Deus. Quem perde? Os santomenses e os jovens, condenados a mais e pior consumo de álcoois artesanais para o qual o país e os políticos não têm conhecimento nem capacidade de resposta. Mas pior que a ignorância é o desleixo destes demónios da má gestão de políticas de saúde. Venha a NÓS o Vosso Reino… Mas não são os nós, pessoas, mas os nós de cordas e imbróglios, que consomem e matam a dignidade do meu Povo. É altamente inaceitável que esta gestão continue assim.

E temos Demónios: Do género feminino, a pobreza da justiça e a incapacidade da sua líder, envergonham os mortos. STP é um país que reúne cérebros com tanta validade. Então? Sem massa para encher as panelas ou meios para governar a justiça, pede ao seu Demónio espiritual que os processos acelerem. Bem, ainda não fez notificação pública à vergonhosa calamidade da guerra Rosema versus Supremo e Tribunal da Comarca. À mulher de César, não basta ser! É preciso parecer. E a transparência não cobre o corpo da Ministra, mas antes de uma certa obscuridade de favorecimento. Resta saber no que este dilema vai dar. É tido e sabido que os irmãos Monteiro, ao longo dos anos, financiaram as duas alas dos principais partidos, do Governo atual e do anterior, respetivamente MLSTP-PSD e ADI.

Pior que os demónios da política, são os parasitas da sociedade. Não compreendo – mas não vou gastar a minha inteligência a refletir sobre incapacidades alheias – como é possível que pessoas – machos que sendo santomenses – usem a sua ancestralidade em busca de melhores condições de vida. Até aqui, ótimo.

O que não aceito e condeno é que esses demónios espirituais sejam consumidores de serviços sociais de países democratas e de emigrantes trabalhadores, revestindo uma pele, coberta de parasitismo, machismo e ignorância.

Escrevem de manhã até à noite em redes sociais, acham que uma página de facebook é um jornal respeitável como o Tela Non, cujo diretor foi enormemente perseguido pelo líder do anterior Governo e que é um nome incontornável da liderdade de expressão. Com Respeito. O que não acontece é que estes pseudo “escrevidores” de textos vergonhosos e de insultos a pessoas que fazem todas as denúncias, devem ser alinhadas com as suas ideias conspurcadas e ignorantes. É que: fazer filhos em casas alheias e pedir apoios à segurança social de países de europa, é crime. Tanto mais quando não são as mães dos menores a receber tais apoios, mas os ditos homens.

Vamos ter muitos assuntos para discutir os Deuses&Demónios em próximos artigos de opinião, como a empregabilidade no Governo que DEVE ser condenada ao inferno, já que favorece familiares do Executivo dos Negócios Estrangeiros e o amiguismo de velhos de Restelo no caso de Delfim Neves.

E pergunto a Bom Jesus, um discípulo de Deus: até quando vai continuar sem dar um murro na mesa? É que: espera-se do Senhor Primeiro Ministro que governe e não ceda a interesses. Pior que tudo é a nomeação de um ex Primeiro Ministro – aliás criticado por um ex Ministro da Europa – à frente da Agencia de Investimento. Não chegaram já os esquemas? Não existem quadros brilhantes mais novos e com conhecimento fora do universo Branco? Até quando os Demónios irão Governar o meu país, transformando-o não no paraíso de Deus, porque luto a ajudar pessoas , anónimas, mas num quinto dos infernos?

E o que defendem estes santomenses? A minha fé centra-se na abertura ao Príncipe. Acredito que o futuro pode vir dali, espelhando boas práticas e parceiros inovadores como o caso energia. Chega de Demónios. É preciso expurgá-los e não permitir – mensagem aos jovens! – que desviem a riqueza do país para os seus familiares e amigos, mas aos anónimos, que são escravos agora desta coligação. Acordem jovens de São Tomé e Príncipe: o futuro não é dos velhos demónios, mas vosso.  A nova-velha Afrogeringonça nasceu, mas tem sol de pouca dura. Teremos eleições em menos de 9 meses. Nova gestação política, na calha, com os demónios a caminho do inferno. OS Deuses farão o caminho connosco e os Demónios cairão na sua desgraça. Basta de Pilhagem na minha, repito, minha África.

* Diretora do N’Dependenxa e  Investigadora e Regente de Comunicação em Saúde, Profª Convidada no I Medicina Preventiva e Saúde Pública, Faculdade Medicina Universidade Lisboa.

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