Proposta do CDS foi aprovada na
quarta-feira em comissão parlamentar
Alguns juízes poderão vir
a receber mais do que o primeiro-ministro. A proposta para a revisão do
Estatuto dos Magistrados Judiciais foi aprovada esta quarta-feira em comissão
parlamentar com votos a favor do PS, PCP e CDS.
Fonte parlamentar, citada pela
Lusa, explica que a proposta do CDS fixou como salário máximo o do Presidente
da República – que ronda os cerca de 6.700 euros brutos por mês – e não o do
primeiro-ministro (cerca de 4.900 euros brutos por mês).
No entanto, nem todos ficaram
agradados com a decisão e o Bloco de Esquerda - que chumbou a proposta - já
criticou a situação. “Foi aprovada uma solução segundo a qual os magistrados
poderão vir a ter um vencimento que vai para além do que é o salário do
primeiro-ministro, embora com uma proposta do CDS que fixa o teto do salário do
Presidente da Assembleia da República”, explicou o deputado bloquista José
Manuel Pureza.
“É bem verdade que esta proposta
do PS, e depois composta com uma outra do CDS-PP, procura responder a uma
situação de necessidade de alterar o vencimento dos juízes, mas a singularidade
da situação dos juízes não pode ser considerada como diferente da singularidade
das situações de uma série de outros segmentos profissionais que têm os seus
vencimentos limitados”, sublinhou, acrescentando que este cenário “é
absolutamente inaceitável”.
Já Fernando Anastácio, deputado
do PS, discordou: "Além do reforço da independência judicial, houve
também a oportunidade de repor e de resolver uma situação já com 30 anos,
quando foi aprovada uma norma que, em concreto, impedia que os juízes
recebessem de acordo com a sua tabela salarial. A solução encontrada, com os
votos do PS, CDS e PCP, foi precisamente no sentido de que os juízes recebessem
pela tabela que está em vigor a partir de janeiro de 2020".
Estamos “perante uma solução
justa, equilibrada e que repõe uma posição que é aquela que todos os
trabalhadores querem: receber o seu salário”, completou.
Jornal i | Foto: Raquel Wise
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