quinta-feira, 6 de junho de 2019

Portugal | Autarca do CDS detido pela PJ por burla de mais de um milhão de euros


A Polícia Judiciária de Braga deteve, na quarta-feira, quatro pessoas com idades entre os 37 e os 55 anos, no distrito de Viana do Castelo por serem suspeitas da prática dos crimes de burla qualificada, associação criminosa, falsificação de documentos e abuso de confiança.

Em declarações aos jornalistas, o coordenador da unidade da PJ responsável pela investigação, António Gomes, coordenador da PJ de Braga explicou que os suspeitos dedicavam-se a angariar “clientes e investimentos para o banco” em causa, tendo que se reger por “regras muito específicas”. Esta ligação ao banco era definida através da "assinatura de um contrato com um banco, contrato esse que é controlado pelo Banco de Portugal e pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, no qual os promotores se comprometem, mediante determinadas regras, a angariar clientes e investimentos”.

“Designadamente, não podem tratar com dinheiro vivo, só com cheque que têm de entregar no banco onde tudo é processado”, explicou o responsável.


A denúncia às autoridades, acrescentou, foi feita há cerca de oito meses, altura em que foi desencadeada a investigação dos inspetores. No entanto, esta era uma burla que vinha a ser praticada há já 11 anos – desde 2008.

O coordenador da PJ explicou aos jornalistas que o crime consistia em convencer as pessoas que estavam a “investir em produtos de baixo risco ou mesmo em depósitos, mediante juros bancários”.

“Mas, mais tarde, as vítimas verificavam que esse dinheiro não tinha sido aplicado naqueles produtos que tinham escolhido, mas noutros”, acrescentou, referindo que “para convencerem os clientes que tudo era tratado com normalidade [os suspeitos] emitiam documentos com logótipo do banco, no qual faziam constar que o dinheiro estava depositado em produtos sem qualquer risco”, o que, afinal, não correspondia à verdade.

Relativamente às vítimas estão já identificadas oito com um prejuízo total de um milhão e seiscentos mil euros. Porém, estes números podem vir a aumentar exponencialmente, com o número de vítimas a poder chegar às oito dezenas.

Quanto aos suspeitos, o coordenador da PJ disse apenas que nos autos se identificaram como “desempregados, um operário fabril e um promotor imobiliário” e que estes “tinham empresas através das quais promoviam a marca do banco”.

No entanto, tanto o Correio da Manhã como a TVI garantem que um dos suspeitos é Ricardo Pimenta, o presidente da Junta de Freguesia de Ribeira, em Ponte de Lima, eleito pelo CDS-PP e a agência Lusa avança que outro dos detidos preside à direção da Associação Empresarial de Ponte de Lima.

Os quatro detidos vão ser hoje presentes a tribunal para aplicação das respetivas medidas de coação.

Notícias ao Minuto

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