A Polícia Judiciária de Braga
deteve, na quarta-feira, quatro pessoas com idades entre os 37 e os 55 anos, no
distrito de Viana do Castelo por serem suspeitas da prática dos crimes de burla
qualificada, associação criminosa, falsificação de documentos e abuso de
confiança.
Em declarações aos jornalistas, o
coordenador da unidade da PJ responsável pela investigação, António Gomes,
coordenador da PJ de Braga explicou que os suspeitos dedicavam-se a
angariar “clientes e investimentos para o banco” em causa, tendo que se
reger por “regras muito específicas”. Esta ligação ao banco era definida
através da "assinatura de um contrato com um banco, contrato esse que é
controlado pelo Banco de Portugal e pela Comissão do Mercado de Valores
Mobiliários, no qual os promotores se comprometem, mediante determinadas
regras, a angariar clientes e investimentos”.
“Designadamente, não podem tratar
com dinheiro vivo, só com cheque que têm de entregar no banco onde tudo é
processado”, explicou o responsável.
A denúncia às autoridades,
acrescentou, foi feita há cerca de oito meses, altura em que foi desencadeada a
investigação dos inspetores. No entanto, esta era uma burla que vinha a
ser praticada há já 11 anos – desde 2008.
O coordenador da PJ explicou aos
jornalistas que o crime consistia em convencer as pessoas que estavam a
“investir em produtos de baixo risco ou mesmo em depósitos, mediante juros
bancários”.
“Mas, mais tarde, as vítimas
verificavam que esse dinheiro não tinha sido aplicado naqueles produtos que
tinham escolhido, mas noutros”, acrescentou, referindo que “para convencerem os
clientes que tudo era tratado com normalidade [os suspeitos] emitiam documentos
com logótipo do banco, no qual faziam constar que o dinheiro estava depositado
em produtos sem qualquer risco”, o que, afinal, não correspondia à verdade.
Relativamente às vítimas
estão já identificadas oito com um prejuízo total de um milhão e seiscentos mil
euros. Porém, estes números podem vir a aumentar exponencialmente, com o
número de vítimas a poder chegar às oito dezenas.
Quanto aos suspeitos, o
coordenador da PJ disse apenas que nos autos se identificaram como “desempregados,
um operário fabril e um promotor imobiliário” e que estes “tinham
empresas através das quais promoviam a marca do banco”.
No entanto, tanto o Correio da Manhã como a TVI garantem que um dos suspeitos
é Ricardo Pimenta, o presidente da Junta de Freguesia de Ribeira, em Ponte de
Lima, eleito pelo CDS-PP e a agência Lusa avança que outro dos
detidos preside à direção da Associação Empresarial de Ponte de
Lima.
Os quatro detidos vão ser hoje
presentes a tribunal para aplicação das respetivas medidas de coação.
Notícias ao Minuto
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