Novo levantamento aponta que 33%
consideram presidente bom/ótimo, 33% ruim/péssimo e 31% regular; Na contramão,
cresce apoio das elites a Bolsonaro
Jornal GGN – O presidente
Jair Bolsonaro se mantém como o presidente com a pior avaliação da série do
Datafolha, desde Fernando Collor de Mello, em 1990. Segundo pesquisa mais
recente do instituto, divulgada
nesta segunda-feira (8), na Folha de S.Paulo, 33% da população considera
Bolsonaro um presidente ruim ou péssimo, 31% regular e 33% bom ou ótimo.
Em comparação ao levantamento
feito há cerca de três meses, houve variações mínimas, no sentido de queda de
apoio ao presidente, mas o cenário aponta para um país rachado em três.
A pesquisa Datafolha foi
realizada entre 4 e 5 de julho com 2.860 pessoas em 130 cidades de todo o país.
Todas elas com mais de 16 anos. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
A reprovação do presidente
cresceu em todas as regiões do país. De abril até agora, passou:
– De 39% para 41% no Nordeste;
– De 30% para 34% no Sudeste;
– De 22% para 27% nas regiões
Centro-Oeste e Norte; e
– De 22% para 25% no Sul, região
que segue como bastião bolsonarista (a aprovação do presidente nos três estados
que formam o Sul do país está em 42%).
O instituto de pesquisa também
perguntou sobre a avaliação do governo Bolsonaro (não apenas da figura do
presidente). E as respostas também mostram queda na avaliação. O contingente
que considera o governo ótimo ou bom caiu de 59% para 51% desde abril. Entre
aqueles que consideram a gestão regular, a margem subiu de 16% para 21%, e os
que consideram a gestão ruim ou péssima a proporção variou de 23% para 24%.
Sobre a percepção das realizações
do presidente, para 61%, Bolsonaro fez menos do que o esperado. Já 22%
consideram que o presidente fez o que era previsível e 12% disseram que
Bolsonaro superou a expectativa. Segundo o Datafolha, há três meses os dados
eram semelhantes.
Também foi perguntado se
Bolsonaro se comporta como um presidente. Caiu de 27% para 22% os que
responderam afirmativamente e passou de 23% para 25% os que não acham que
Bolsonaro se comporta como um presidente. Também variou de 27% para 28% o grupo
que considera que ele segue a liturgia do cargo na maioria das vezes, e de 20%
para 21% os que reprovam sua postura no Planalto.
Apoio continua forte entre
eleitorado
A Folha avalia que o perfil de
quem aprova o presidente segue as linhas divisórias do eleitorado. Bolsonaro
tem mais apoio entre os brancos (42%), seguido pelos pardos (31%) e negros
(25%). Ele também é melhor avaliado entre os homens (38%, ante 29% de mulheres).
O apoio a ele cresceu, inclusive,
entre seus eleitores. Em abril, 54% deles o consideravam ótimo ou bom para o
cargo, proporção que passou para 60% na pesquisa mais recente. Na contramão,
caiu de 33% para 29% o grupo de eleitores seus que consideram seu papel de
presidente regular, mas se manteve em 9% os eleitores que votaram em Bolsonaro
no 2º turno insatisfeitos (ruim/péssimo) com seu papel no Planalto.
Elite financeira se divide
O Datafolha mostra que, apesar de
Bolsonaro manter um maior apoio entre os mais ricos e escolarizados, em
comparação com a pesquisa anterior (realizada em abril), a maior
mudança na percepção do governo ocorreu nas elites.
No grupo daqueles que ganham
entre cinco e dez salários mínimos no país, os que consideram a gestão
bolsonarista ótima ou boa recuou de 43% para 37%. Enquanto que, no grupo que
ganha acima de dez salários mínimos, a taxa dos que analisam bem o governo
Bolsonaro saltou de 41% para 52%.
Entre os que ganham de cinco a
dez salários mínimos também caiu a avaliação de Jair Bolsonaro como presidente:
o grupo que o considera regular para governar passou de 26% para 29% e entre
aqueles que o tratam como ruim ou péssimo presidente de 28% para 32%.
Esse quesito também revelou uma
trajetória oposta dos mais ricos (que ganham mais de dez mínimos). Entre esse
grupo, houve um salto na aprovação aprovação do presidente, enquanto o índice
dos que vêem seu papel como gestor regular passou de 26% para 15%, e os que
consideram ruim e péssimo de 37% para 32%.
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