Sob Moro, PF também ajuda a
difundir versão de que material obtido com invasão seria oferecido ao PT.
Gleisi Hoffmann repudia uso da PF como "arma política"
Jornal GGN – O advogado do
suposto hacker de Araraquara (SP) Walter Delgatti Neto, detido na Operação
Spoofing, ainda não foi localizado pelos jornais. O conteúdo detalhado do
depoimento do suspeito de ter invadido o celular de Sergio Moro e autoridades
tampouco veio à tona. Mas “fontes” da Polícia Federal já começaram a espalhar
na mídia que o preso teria admitido que é a fonte do Intercept Brasil na série
da Vaza Jato.
Para corroborar o enredo, a
defesa de outros dois acusados de participar do esquema – o casal Gustavo
Henrique Elias Santos e Suellen Priscila de Oliveira – também afirmou que
Delgatti teria mostrado evidencias da invasão e dito que pretendia vender o
material para o PT. A presidente da sigla, Gleisi Hoffmann, repudiou o uso da
PF, por Moro, como “arma política”.
Ontem, o GGN mostrou
neste post aqui as
lacunas e incongruências na Operação Spoofing e na narrativa criada por Moro
para se esquivar das mensagens divulgadas pelo Intercent. O texto frisa que o
casal de hacker é suspeito de crimes cibernéticos e, por isso, teria motivação
para delatar Delgatti, que tem uma ficha corrida ainda maior.
O G1 preparou uma matéria
exclusivamente sobre o passado de Delgatti, o hacker conhecido como “Vermelho”.
Ele já foi acusado de vender remédios sem receita médica e outras drogas, de
falsificação de identidade, tentativa de roubo, entre outros crimes. O portal
de notícias vinculado à Globo destacou que ele já fez um boletim de ocorrência
contra colegas de universidade que o chamavam de hacker. Veja aqui.
Na manhã desta quinta, o jurista
Pedro Serrano apontou que a Polícia Federal não tem autonomia para conduzir
essa investigação. Ontem, sem que nenhuma investigação tenha sido concluída,
Moro foi ao Twitter associar os hackers presos ao vazamento ao Intercept. O
ex-juiz fez questão de destacar o histórico de antecedentes criminais de
“Vermelho” para tirar a credibilidade da “fonte” do site de Glenn Greenwald.
Em resposta, Greenwald informou,
por meio de advogados, que não vai comentar a natureza de sua fonte. Leandro
Demori, editor-executivo do site, disse que a acusação de que os 4 hackers
presos são a fonte do Intercept é “por conta” do ministro, pois o portal jamais
falou qualquer detalhe sobre isso.
Foto: Agência Brasil
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