quinta-feira, 25 de julho de 2019

Brasil | Polícia Federal espalha que hacker confessou vazamento ao Intercept


Sob Moro, PF também ajuda a difundir versão de que material obtido com invasão seria oferecido ao PT. Gleisi Hoffmann repudia uso da PF como "arma política"

Jornal GGN – O advogado do suposto hacker de Araraquara (SP) Walter Delgatti Neto, detido na Operação Spoofing, ainda não foi localizado pelos jornais. O conteúdo detalhado do depoimento do suspeito de ter invadido o celular de Sergio Moro e autoridades tampouco veio à tona. Mas “fontes” da Polícia Federal já começaram a espalhar na mídia que o preso teria admitido que é a fonte do Intercept Brasil na série da Vaza Jato.

Para corroborar o enredo, a defesa de outros dois acusados de participar do esquema – o casal Gustavo Henrique Elias Santos e Suellen Priscila de Oliveira – também afirmou que Delgatti teria mostrado evidencias da invasão e dito que pretendia vender o material para o PT. A presidente da sigla, Gleisi Hoffmann, repudiou o uso da PF, por Moro, como “arma política”.


Ontem, o GGN mostrou neste post aqui as lacunas e incongruências na Operação Spoofing e na narrativa criada por Moro para se esquivar das mensagens divulgadas pelo Intercent. O texto frisa que o casal de hacker é suspeito de crimes cibernéticos e, por isso, teria motivação para delatar Delgatti, que tem uma ficha corrida ainda maior.

O G1 preparou uma matéria exclusivamente sobre o passado de Delgatti, o hacker conhecido como “Vermelho”. Ele já foi acusado de vender remédios sem receita médica e outras drogas, de falsificação de identidade, tentativa de roubo, entre outros crimes. O portal de notícias vinculado à Globo destacou que ele já fez um boletim de ocorrência contra colegas de universidade que o chamavam de hacker. Veja aqui.

Na manhã desta quinta, o jurista Pedro Serrano apontou que a Polícia Federal não tem autonomia para conduzir essa investigação. Ontem, sem que nenhuma investigação tenha sido concluída, Moro foi ao Twitter associar os hackers presos ao vazamento ao Intercept. O ex-juiz fez questão de destacar o histórico de antecedentes criminais de “Vermelho” para tirar a credibilidade da “fonte” do site de Glenn Greenwald.

Em resposta, Greenwald informou, por meio de advogados, que não vai comentar a natureza de sua fonte. Leandro Demori, editor-executivo do site, disse que a acusação de que os 4 hackers presos são a fonte do Intercept é “por conta” do ministro, pois o portal jamais falou qualquer detalhe sobre isso.

Foto: Agência Brasil

Sem comentários:

Mais lidas da semana