terça-feira, 27 de agosto de 2019

Portugal | Armas mortíferas à solta atropelam e matam que se fartam


Mário Motta | opinião

No Público de hoje (27.08) deparamos com o título que nos dá conta de que o número de mortes nas estradas cresceu 12% em 2018. Foram mais 73 do que no ano anterior. Na peça assinada por Rita Marques Costa podemos  perceber que as “Estatísticas constam do relatório da Autoridade Nacional para a Segurança Rodoviária sobre a sinistralidade nos 30 dias após o acidente. Foi nas ruas dentro das localidades que o número de vítimas mortais mais aumentou.”

Se há quem tenha sido surpreendido pelos números a responsabilidade de tal facto é da ignorância e inobservância de como e quanto selvagens estão os automobilistas/motociclistas a circularem nas estradas e nas cidades. É visível que as viaturas a circularem nas aldeias, vilas e cidades fazem-no em frequente excesso de velocidade, sem consideração pelos caminhantes, estacionando nos passeios ou onde lhes der na real gana – que é onde lhes dá mais jeito.

Principalmente nas cidades, onde há mais barafunda e não existe fiscalização policial, onde as queixas dos cidadãos - que se movimentam a penantes - caem em saco roto na PSP, Juntas de Freguesia ou nas Câmaras Municipais, a selva dos automóveis de automobilistas criminosos, especialistas em condução arrogante e agressiva, andam praticamente sem controlo. O desrespeito pelos que se deslocam nas passagens de peões é quase total, excepto onde circulam muitos peões para testemunharem em caso de atropelamentos.

Existem ruas e avenidas em Lisboa, por exemplo, que são verdadeiros autoestradas, apesar do limite de velocidade ser de 50 quilómetros/hora (o que é demasiado). O facto de ali transitarem menos pessoas a caminharem nos passeios e a atravessarem as ruas, dá azo a que os automobilistas não respeitem a sinalização, passem semáforos em vermelho ou amarelo a velocidades inadmissíveis e perigosas para os que se arriscam a pensar que se o semáforo está verde para o peão podem atravessar a estrada ou rua em segurança. Nada mais enganador e perigoso.

Fiscalização? Não existe. Agentes da PSP a circularem pelos locais? Não existe. Sanções aos prevaricadores, aos automobilistas absolutamente invadidos por selvajaria condutora? Também não existe. Testemunhas em caso de atropelamento. Obviamente que não existem.

Pior que tudo é que interesse por parte dos órgãos locais (Juntas de Freguesia, Câmaras Municipais), das zonas onde frequentemente acontecem as ditas selvajarias – atropelamentos que causam mortes inclusive – não ajem, até manifestam que não existe solução…

Impotentes, pensam os que escapam com vida ou mazelas mais ou menos graves por atropelamentos. Afinal para que votamos nestas Juntas de Freguesia, naquelas Câmaras Municipais? Para que serve a fiscalização policial e indispensável controle dos bárbaros condutores?

A resposta encontra-se com toda o cerne da realidade: São uns inúteis incapazes de serem ao menos uns idiotas úteis para a comunidade.

Isso, senhores das contas que somam mais mortes e incapacitados nas ruas e estradas. Estudem as estatísticas e continuem a nada fazer com validade e autoridade efetiva para proteger a integridade dos caminhantes nas ruas, passeios e estradas. Não sancionem os selvagens que comandam automóveis como carros de combate numa guerra qualquer. Concedam cartas de condução sem analisar o que raio vai naquelas cabeças que variam (ou não) quando se apanham ao comando de uma arma mortífera, o automóvel ou o motociclo.

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