Na última semana a Polícia
Judiciária de São Tomé Príncipe incinerou 32 quilos de droga. A maior parte
cocaína. Segundo Maribel Rocha, Directora da PJ, dos 33,5 quilos havia também
alguma quantidade de heroína.
Nos últimos anos tornou-se
rotineira a apreensão pela Polícia Judiciária de importante quantidade de
droga, principalmente a cocaína no aeroporto internacional de São Tomé e
Príncipe. A maior apreensão aconteceu na segunda semana do mês de Julho último,
mais de 30 quilos.
No momento da incineração da
droga, a Directora da Polícia Judiciária disse à imprensa que as drogas
apreendidas constituem provas de crime, mas devem ser incineradas mesmo antes
do julgamento dos traficantes.
No entanto a polícia só pode
executar a queima após autorização dada pelas instâncias judiciais,
nomeadamente pelo ministério público.
A queima da última semana de
cocaína apreendida, foi inédita nos últimos anos, e terá contribuído para
evitar perigos maiores.
É que durante o ano 2018, a polícia judiciária
efectuou várias apreensões de cocaína em São Tomé e Príncipe. Mas, logo depois
a polícia descobriu que a droga que era guardada nos cofres dos Tribunais e do
Ministério Público, como prova de crime, acabava por ser roubada, e
alegadamente injectada novamente no circuito do trafico internacional e ou do
consumo interno.
Veja alguns artigos que relataram
o escândalo de roubo e desaparecimento de cocaína nos cofres dos Tribunais e do
Ministério Público de São Tomé e Príncipe no ano 2018.
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Em finais de Março 58 cápsulas de
cocaína foram roubadas no edifício do Supremo Tribunal de Justiça de São Tomé e
Príncipe. Droga que tinha sido apreendida pela Polícia de Investigação
Criminal, e submetida aos tribunais como prova de crime cometido por um cidadão
da Guiné Bissau que foi detido no aeroporto internacional de São … Continue a ler Escândalo de Cocaína no poder judicial de STP
O edifício do Supremo Tribunal de
Justiça de São Tomé e Príncipe foi assaltado na madrugada da última segunda –
feira. Diversas fontes na capital São Tomé confirmaram que o cofre do Supremo
Tribunal de Justiça, foi o principal alvo dos assaltantes. O cofre de segurança,
guardava 58 capsulas de cocaína que foram apreendidas há … Continue a ler Assalto ao Supremo Tribunal para roubar cocaína
Ainda na última semana, numa das
sessões plenárias da Assembleia Nacional, o deputado Arlindo Ramos, da bancada
parlamentar do partido ADI na oposição, denunciou a grande ameaça do trafico e
consumo de drogas, para o pequeno Estado insular são-tomense.
O deputado que foi ministro da
defesa e da administração interna de 2014 à 2018, deixou entender a nação que
conhece as redes internas do trafico. No púlpito do parlamento Arlindo Ramo,
chamou a atenção da nação são-tomense, para a incapacidade do poder judicial em
lidar com o fenómeno. «Se as drogas são entregues aos tribunais acompanhado dos
detidos, e o tribunal diz que as provas não são suficientemente claras para manter
essas pessoas detidas… As drogas são guardadas nos tribunais e depois
desaparecem…., as pessoas são identificadas e indiciadas, mas acabam por entrar
novamente no sistema…» denunciou o deputado.
Por outro lado, Maribel Rocha,
Directora da Polícia Judiciária, aproveitou o calor da fogueira que foi atiçada
na “Lixeira da Penha”, para queimar os 32 quilos de droga para anunciar que a
rede de trafico de cocaína também passa pela ilha do Príncipe.
Mais preocupante ainda segundo a
Directora da Polícia Judiciária, é o registo que a polícia tem, de um
significativo aumento do consumo de droga em todas as escolas secundárias de
São Tomé e Príncipe.
Abel Veiga | Téla
Nón
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