domingo, 18 de agosto de 2019

São Tomé | PJ queimou cocaína antes de desaparecer dos cofres dos Tribunais e do MP


Na última semana a Polícia Judiciária de São Tomé Príncipe incinerou 32 quilos de droga. A maior parte cocaína. Segundo Maribel Rocha, Directora da PJ, dos 33,5 quilos havia também alguma quantidade de heroína.

Nos últimos anos tornou-se rotineira a apreensão pela Polícia Judiciária de importante quantidade de droga, principalmente a cocaína no aeroporto internacional de São Tomé e Príncipe. A maior apreensão aconteceu na segunda semana do mês de Julho último, mais de 30 quilos.

No momento da incineração da droga, a Directora da Polícia Judiciária disse à imprensa que as drogas apreendidas constituem provas de crime, mas devem ser incineradas mesmo antes do julgamento dos traficantes.

No entanto a polícia só pode executar a queima após autorização dada pelas instâncias judiciais, nomeadamente pelo ministério público.

A queima da última semana de cocaína apreendida, foi inédita nos últimos anos, e terá contribuído para evitar perigos maiores.


É que durante o ano 2018, a polícia judiciária efectuou várias apreensões de cocaína em São Tomé e Príncipe. Mas, logo depois a polícia descobriu que a droga que era guardada nos cofres dos Tribunais e do Ministério Público, como prova de crime, acabava por ser roubada, e alegadamente injectada novamente no circuito do trafico internacional e ou do consumo interno.

Veja alguns artigos que relataram o escândalo de roubo e desaparecimento de cocaína nos cofres dos Tribunais e do Ministério Público de São Tomé e Príncipe no ano 2018.
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Em finais de Março 58 cápsulas de cocaína foram roubadas no edifício do Supremo Tribunal de Justiça de São Tomé e Príncipe. Droga que tinha sido apreendida pela Polícia de Investigação Criminal, e submetida aos tribunais como prova de crime cometido por um cidadão da Guiné Bissau que foi detido no aeroporto internacional de São … Continue a ler Escândalo de Cocaína no poder judicial de STP



O edifício do Supremo Tribunal de Justiça de São Tomé e Príncipe foi assaltado na madrugada da última segunda – feira. Diversas fontes na capital São Tomé confirmaram que o cofre do Supremo Tribunal de Justiça, foi o principal alvo dos assaltantes. O cofre de segurança, guardava 58 capsulas de cocaína que foram apreendidas há … Continue a ler Assalto ao Supremo Tribunal para roubar cocaína

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Ainda na última semana, numa das sessões plenárias da Assembleia Nacional, o deputado Arlindo Ramos, da bancada parlamentar do partido ADI na oposição, denunciou a grande ameaça do trafico e consumo de drogas, para o pequeno Estado insular são-tomense.

O deputado que foi ministro da defesa e da administração interna de 2014 à 2018, deixou entender a nação que conhece as redes internas do trafico. No púlpito do parlamento Arlindo Ramo, chamou a atenção da nação são-tomense, para a incapacidade do poder judicial em lidar com o fenómeno. «Se as drogas são entregues aos tribunais acompanhado dos detidos, e o tribunal diz que as provas não são suficientemente claras para manter essas pessoas detidas… As drogas são guardadas nos tribunais e depois desaparecem…., as pessoas são identificadas e indiciadas, mas acabam por entrar novamente no sistema…» denunciou o deputado.

Por outro lado, Maribel Rocha, Directora da Polícia Judiciária, aproveitou o calor da fogueira que foi atiçada na “Lixeira da Penha”, para queimar os 32 quilos de droga para anunciar que a rede de trafico de cocaína também passa pela ilha do Príncipe.

Mais preocupante ainda segundo a Directora da Polícia Judiciária, é o registo que a polícia tem, de um significativo aumento do consumo de droga em todas as escolas secundárias de São Tomé e Príncipe.

Abel Veiga | Téla Nón

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