sexta-feira, 13 de setembro de 2019

Portugal | O Jornalixo de alta intensidade

João Miguel Tavares
João Miguel Tavares, um cidadão que teve os favores do Primeiro Ministro e do Presidente da República em duas distintas ocasiões, sabe-se lá porquê, classifica a ditadura de Salazar e Caetano como uma ditadura de “baixa intensidade”. (Ver artigo aqui)

Não, não foi. A ditadura de Salazar e Caetano foi uma ditadura de longa duração, promoveu uma longa, impiedosa e injusta guerra em África que provocou muitos milhares de vitimas de ambos os lados, retaliações e massacres inauditos e por fim o drama da descolonização.

Na Metrópole como era assim chamada, promoveu uma censura férrea, o completo cerceamento das Liberdades que hoje felizmente usufruímos e colocou Portugal no plano internacional como uma Nação pária, incomoda até para os seus aliados.

A par disso, votou Portugal a uma situação económica e social degradante e bastava saber-se que à data da sua queda o analfabetismo atingia mais de 40% da população para definir a ditadura como um regime abjecto e sem remissão.

A ditadura tinha todos os mecanismos repressivos em acção e actualizados; policia politica, aparelho de censura prévia, forças para- militares, tribunais de excepção, três campos de concentração (Tarrafal, Ibo e São Nicolau), a espaços fazia um simulacro eleitoral, etc. etc.

Comentadores e articulistas como JMT preferem o branqueamento silencioso dessa nódoa que manchou a História contemporânea da nossa Pátria.

O branqueamento dos crimes da ditadura e da sua natureza contribui mais que outra qualquer atitude para facilitar a ideia de que afinal a ditadura não era assim tão má e que a Democracia pouco lhe adianta.

Não vejo forma mais cínica de um lobo vestir a pele de cordeiro.


(Rodrigo Sousa Castro, in Facebook, 12/09/2019)

Comentário da Estátua: "Ó JOÃO MIGUEL TAVARES - Umas “carícias” da PIDE – daquelas de “baixa intensidade” -, é o que estás a precisar, até porque não te faziam mal nenhum, não é verdade?"

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