segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Londres | Tribunal recusa dar mais tempo a Assange para preparar a sua defesa


O fundador do WikiLeaks Julian Assange compareceu hoje num tribunal de Londres para combater a extradição para os Estados Unidos sob a acusação de espionagem, e viu recusado um pedido de mais tempo para preparar o seu caso.

Assange e a sua equipa de advogados não conseguiram convencer a juíza Vanessa Baraitser sobre a concessão de mais tempo pelo que a decisão sobre a extradição permanece agendada para uma audição de cinco dias em finais de fevereiro, com audições intermédias em novembro e dezembro.

À entrada da sessão, Assange, com ar saudável mas aparentando ter perdido peso, segundo a Associated Press, ergueu o punho em direção aos apoiantes que enchiam a galeria pública do Tribunal de magistrados de Westminster.

Após a recusa da juíza em recusar o seu pedido de adiamento de três meses, Assange disse que não entendia os procedimentos.

O fundador do WikiLeaks considerou que o seu caso não é "justo" porque o Governo dos EUA possui "recursos ilimitados", além de não facilitar o acesso aos seus advogados ou aos documentos de que necessita para preparar a sua batalha legal contra a extradição, ao permanecer detido na prisão Belmarsh, nos arredores de Londres.

"Eles têm todas as vantagens", denunciou Assange, 48 anos.


O advogado Mark Summers, que representa Assange, disse à juiza ser necessário mais tempo para preparar a defesa do indiciado contra as acusações "sem precedentes" dirigidas a um jornalista sobre a prática de espionagem.

Summers disse que o caso possui muitas facetas e requer uma "enorme" quantidade de planeamento e preparação.

Acusou ainda os EUA de espionagem ilegal a Assange enquanto este permaneceu no interior da embaixada do Equador quando procurou refúgio e de outras ações ilegais contra o fundador do WikiLeaks.

O ativista australiano foi detido pela polícia britânica no início de abril na embaixada do Equador em Londres, onde se refugiou durante sete anos devido aos receios de ser extraditado para os EUA.

Washington acusa-o de ter divulgado milhares de documentos secretos no seu portal WikiLeaks, e de "conspiração" para se infiltrar nos sistemas informáticos governamentais.

Em junho de 2012 Assange deveria comparecer perante a justiça britânica para responder a supostos abusos sexuais cometidos na Suécia.

Apesar de o país escandinavo ter posteriormente retirado o pedido de extradição, o Reino Unido manteve o mandado de captura por não ter comparecido em tribunal quando foi convocado, e que implicou a pena de prisão que agora está em vias de terminar.

Notícias ao Minuto | Lusa

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