O fundador do WikiLeaks Julian
Assange compareceu hoje num tribunal de Londres para combater a extradição para
os Estados Unidos sob a acusação de espionagem, e viu recusado um pedido de
mais tempo para preparar o seu caso.
Assange e a sua equipa de
advogados não conseguiram convencer a juíza Vanessa Baraitser sobre a
concessão de mais tempo pelo que a decisão sobre a extradição permanece
agendada para uma audição de cinco dias em finais de fevereiro, com
audições intermédias em novembro e dezembro.
À entrada da sessão, Assange,
com ar saudável mas aparentando ter perdido peso, segundo a Associated Press,
ergueu o punho em direção aos apoiantes que enchiam a
galeria pública do Tribunal de magistrados de Westminster.
Após a recusa da juíza em recusar
o seu pedido de adiamento de três meses, Assange disse que não
entendia os procedimentos.
O fundador do WikiLeaks considerou
que o seu caso não é "justo" porque o Governo dos EUA possui
"recursos ilimitados", além de não facilitar o acesso aos seus
advogados ou aos documentos de que necessita para preparar a sua batalha legal
contra a extradição, ao permanecer detido na prisão Belmarsh, nos
arredores de Londres.
"Eles têm todas as
vantagens", denunciou Assange, 48 anos.
O advogado Mark Summers, que
representa Assange, disse à juiza ser necessário mais tempo para
preparar a defesa do indiciado contra as acusações "sem precedentes"
dirigidas a um jornalista sobre a prática de espionagem.
Summers disse que o caso possui
muitas facetas e requer uma "enorme" quantidade de planeamento e
preparação.
Acusou ainda os EUA de
espionagem ilegal a Assange enquanto este permaneceu no interior da
embaixada do Equador quando procurou refúgio e de outras ações ilegais
contra o fundador do WikiLeaks.
O ativista australiano
foi detido pela polícia britânica no início de abril na
embaixada do Equador em Londres, onde se refugiou durante sete anos devido aos
receios de ser extraditado para os EUA.
Washington acusa-o de ter
divulgado milhares de documentos secretos no seu portal WikiLeaks, e de
"conspiração" para se infiltrar nos sistemas informáticos
governamentais.
Em junho de 2012 Assange deveria
comparecer perante a justiça britânica para responder a supostos
abusos sexuais cometidos na Suécia.
Apesar de o país escandinavo ter
posteriormente retirado o pedido de extradição, o Reino Unido manteve o mandado
de captura por não ter comparecido em tribunal quando foi convocado, e que
implicou a pena de prisão que agora está em vias de terminar.
Notícias ao Minuto | Lusa
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