Pequim, 25 nov 2019 (Lusa) - As
autoridades chinesas reiteraram hoje o seu apoio à chefe do Executivo de Hong
Kong, Carrie Lam, após os candidatos da oposição terem alcançado uma ampla
vitória nas eleições do conselho distrital da região semiautónoma.
"A nossa posição é
inequívoca: o Governo central apoia firmemente a chefe do Executivo, Carrie
Lam, para liderar o governo e governar de acordo com a lei, acabar com a
violência e restaurar a ordem", apontou Geng Shuang, porta-voz do
ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, em conferência de imprensa.
Embora tenha enfatizado o apoio
de Pequim a Lam, o porta-voz evitou avaliar diretamente os resultados de umas
eleições tidas como um indicador do amplo apoio aos protestos
antigovernamentais que há seis meses atingem Hong Kong, apesar dos contornos
cada vez mais violentos, com frequentes atos de vandalismo e confrontos com a
polícia.
As manifestações iniciaram-se
devido a um projeto de lei que permitiria extraditar criminosos para países sem
acordos prévios, como é o caso da China continental.
Apesar de entretanto retirado, o
projeto de lei que deu origem a um movimento que exige reformas democráticas e
se opõe à crescente interferência de Pequim no território.
À semelhança de Macau, para a
antiga colónia britânica foi acordado um período de 50 anos após a
transferência da soberania para a China, mantendo um elevado grau de autonomia,
a nível executivo, legislativo e judicial, de acordo com a fórmula 'um país,
dois sistemas'
"Acabar com a violência e
restaurar a ordem são as principais tarefas de Hong Kong neste momento",
insistiu hoje o porta-voz chinês, que enfatizou que "Hong Kong é parte da
China e os assuntos de Hong Kong são puramente assuntos internos da
China".
"O Governo chinês está
determinado a proteger a nossa soberania e interesses de desenvolvimento
nacional e defender os princípios da fórmula 'um país, dois sistemas'. Da mesma
forma, estamos determinados a opor-nos à interferência estrangeira nestes
assuntos ", afirmou.
Geng também enfatizou o apoio do
regime à justiça de Hong Kong para que "castigue radicais e criminosos
violentos".
Os partidos pró-democracia
venceram pelo menos 388 dos 452 assentos, depois de não terem conseguido um
único conselho nas últimas eleições locais, realizadas há quatro anos, enquanto
os candidatos pró-Pequim caíram para 59.
Quase três milhões de pessoas
votaram, quase o dobro do que em 2015, representando mais de 70% dos eleitores
registados.
JPI // FPA
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