Hoje há Expresso Curto mas com muito poucas considerações de nossa parte. No PG preferimos dar lugar ao que se segue na lavra de Paula Santos, do Expresso, "cozinheira" da prosa que nos fala da "tragédia humana" referida por Corbyn, opositor do desleixado mongo-cabeloide Boris, primeiro-ministro do Reino Unido(?).
Foi ali que pereceram cerca de quatro dezenas de migrantes clandestinos fechados num camião frigorífico e ainda mais nove noutro, mas ainda vivos. O método do frio extremo que nem lembrou a Hitler na devastação assassina dos judeus mas lembrou a criminosos que lucram com o trafico humano. Negreiros, esclavagistas, assassinos, é o mínimo com que podemos classificar tais gentes de má índole implicada nessa atividade desumana a que as autoridades afirmam não conseguir dar o devido combate.
Por nós cumprimos o silêncio em memória daquelas quatro dezenas de cadáveres. Pessoas à procura de melhores futuros, melhores vivências. Afinal não é só no Mar Mediterrâneo que os migrantes perecem ante a indiferença de tantos governos e cidadãos do chamado "mundo livre e democrático do ocidente". O tal mundo onde é cada vez mais comum existir a liberdade de ser assassinado por gente sem escrúpulos, gananciosa, indiferente às vidas que se perdem na fuga à miséria que exatamente este mundo ocidental semeia desde há séculos em África e um pouco por todo o mundo a que chamam "terceiro".
O Curto para si, a seguir. Triste dia.
Muito se pode aventar sobre o tema. Hoje não, por aqui.
SC | PG
Bom dia este é o seu Expresso
Curto
“A inimaginável tragédia humana”
Paula Santos | Expresso
A frase que serve de título a
este Expresso Curto pertence a Jeremy Corbyn, o líder dos trabalhistas ingleses
e é a que melhor descreve o cenário descoberto pelas autoridades britânicas em
Essex, a 30 kms de Londres.
39 pessoas foram encontradas
mortas no interior de um camião fechado que era também um contentor frigorífico
ambulante, onde a temperatura podia baixar até aos 25 graus negativos. 38
adultos e um adolescente não resistiram às condições em que foram
transportados.
O
caso está envolto em mistério e há muito por investigar.
O The Guardian conta
que, aparentemente, o camião partiu da Bulgária (onde se encontra registado) e
terá passado pela Bélgica. O motorista, um irlandês de 25 anos,
foi
detido por suspeitas de homicídio. O que leva alguém a aceitar fazer
este trabalho? Qual é o grau de envolvimento e a motivação de Mo Robison? As
redes sociais mostram a imagem de um jovem de chapéu à cowboy, bem disposto nas
diversas selfies que tirou dentro do camião (já em Essex?) e desvenda uma frase
que Robison decidiu publicar: “escolhe uma profissão de que gostes e não terás
de trabalhar nem um dia da tua vida”.
Tráfico humano e emigração ilegal
estão entre as suspeitas das autoridades que já vieram recordar um
acontecimento semelhante já com alguns anos. O palco foi Dover, no ano 2000. 58
pessoas, de nacionalidade chinesa, foram encontradas mortas, nas mesmas
circunstâncias, dentro de um camião. O “Observador” fez o levantamento
desse
e de vários outros casos semelhantes pelo mundo fora. Duas
décadas depois, nada mudou numa Europa onde a questão das migrações continua a
ser uma urgência, sem resposta.
Horas depois da descoberta deste
caso, a polícia britânica mandou parar outro camião a 25kms do Canal
da Mancha. Lá dentro encontrou outros 9 migrantes. Estavam vivos e foram encaminhados
para os serviços de imigração, dentro de terem sido examinados pelas
autoridades da saúde.