Díli, 26 fev 2020 (Lusa) -- A
ministra interina da Saúde timorense reconheceu hoje que os locais de
isolamento para infetados com o coronavírus estão ainda por preparar.
"Queremos montar isso
rapidamente. Podemos ter acesso ao fundo de emergência e queremos ter esse
espaço pronto. Esperamos fazer isso o mais rapidamente possível, mas não posso
dizer quando, vamos tentar fazer o mais rápido possível", afirmou Élia
Amaral.
A ministra disse que a equipa
interministerial fez já uma proposta para recorrer ao fundo de emergência para
preparar os locais de isolamento.
Sem avançar um calendário, Élia
Amaral avançou que a equipa está a preparar camas e outros equipamentos para
serem montados.
"Algum equipamento já chegou
na semana passada. Estamos a preparar a questão do isolamento", disse.
A equipa interministerial,
liderada pelo Ministério da Saúde, está já em contacto com as Forças de Defesa
de Timor-Leste (F-FDTL) para recorrer a estruturas militares na zona de
Formosa, nos arredores de Díli, em Hera (a leste da capital) e em Batugadé,
junto da fronteira com Timor Ocidental.
Inicialmente, as autoridades
timorenses disseram que uma ala do Hospital Nacional Guido Valadares, em Díli,
seria estabelecida para isolar casos suspeitos, porém essa zona está agora
ocupada por outros doentes.
A representação da ONU em
Timor-Leste manifestou também preocupação com a falta de preparação de locais
de isolamento e quarentena no país.
"A situação está a ficar
cada vez pior e é apenas uma questão de tempo até que comecemos a ver mais
casos em mais países", disse à Lusa um alto responsável da ONU em
Timor-Leste.
Nesse sentido, Timor-Leste tem
que manter ativas medidas preventivas elevadas e, ao mesmo tempo, preparar
zonas de isolamento e de quarentena caso surjam casos suspeitos ou confirmados,
indicou a mesma fonte, que pediu para não ser identificado.
Nenhuma dessas infraestruturas
está minimamente preparada, faltando camas, água corrente e outros materiais,
disse.
Ainda que o índice de mortalidade
do coronavírus Covid-19 seja relativamente baixo, a OMS notou que a taxa de
contágio é muito elevada e que o vírus é especialmente perigoso para pessoas
com outros problemas de saúde.
"Se não for possível isolar
os casos rápida e adequadamente, as possibilidades de que o vírus se espalhe
rapidamente são maciças", explicou uma das fontes.
O balanço provisório da epidemia
do coronavírus Covid-19 é de pelo menos 2.763 mortos e cerca de 81 mil
infetados, de acordo com dados de mais de 40 países e territórios.
Além de 2.717 mortos na China,
onde o surto começou no final do ano passado, Irão, Coreia do Sul, Itália,
Japão, Filipinas, França, Hong Kong e Taiwan também registaram vítimas mortais.
A Organização Mundial de Saúde
declarou o surto do Covid-19 como uma emergência de saúde pública de âmbito
internacional e alertou para uma eventual pandemia, após um aumento repentino
de casos em Itália, Coreia do Sul e Irão nos últimos dias.
ASP // EJ
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