Presidente moçambicano, Filipe
Nyusi, apelou em Maputo aos parceiros internacionais para concretizarem os
apoios que têm prometido para o fim da violência armada no centro e norte do
país.
"Eu gostaria, nesse aspeto,
de apelar aos nossos amigos que é bom que os apoios que tanto proclamamos sejam
objetivos e concretos", disse o Presidente moçambicano esta sexta-feira
(14.02), falando num encontro com o corpo diplomático acreditado em Maputo, por
ocasião do início do ano.
Filipe Nyusi assinalou que muitos
países têm mostrado disponibilidade para ajudar o país a acabar com as ações
armadas no norte do país, mas essa vontade não tem sido materializada.
"Quando perguntamos sobre
como querem apoiar, não dizem nada, não há coisas concretas", sublinhou o
chefe de Estado moçambicano.
A ação de grupos armados,
prosseguiu Nyusi, conta com o envolvimento de estrangeiros e pode alastrar-se para
outros países da África Austral.
"No mundo globalizado em que
vivemos, os problemas internacionais não têm fronteiras e incidem de forma
comum sobre os nossos países", enfatizou o chefe de Estado moçambicano.
Sobre os ataques em alguns troços
de estrada no centro, que as autoridades moçambicanas atribuem a guerrilheiros
da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), Filipe Nyusi pediu à liderança do
principal partido da oposição que promova um diálogo interno que acabe com
divisões na organização.
"A liderança [da RENAMO]
devia ser mais proativa" na promoção de um "consenso interno",
porque o país "não pode assistir impavidamente à violência",
acrescentou Filipe Nyusi.
O Governo, prosseguiu, vai
encorajar o principal partido da oposição a respeitar o Acordo de Paz e
Reconciliação Nacional assinado em agosto do ano passado, visando assegurar uma
maior celeridade ao processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração
(DDR) da guerrilha da RENAMO.
Gás à vista
Na região norte de Moçambique,
mais concretamente na província de Cabo Delgado, os ataques de grupos armados
já provocaram pelo menos 350 mortos e 156.400 pessoas afetadas com perda de
bens ou obrigadas a abandonar casa e terras em busca de locais seguros.
Na província de Cabo Delgado,
estão a avançar as obras dos megaprojetos que daqui a quatro anos vão colocar
Moçambique no 'top 10' dos produtores mundiais de gás natural.
Na região centro, mais de 20
pessoas perderam a vida desde agosto do ano passado, devido a ataques armados a
alvos civis e das forças de defesa e segurança, que as autoridades atribuem à
Junta Militar da RENAMO, um grupo dissidente da guerrilha da principal força da
oposição.
Deutsche Welle | Agência Lusa
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