O Presidente dos EUA continua a
ser "uma ameaça para a democracia norte-americana", afirmou na
quarta-feira a presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy
Pelosi, ao criticar a absolvição de Donald Trump pelo Senado.
"O presidente e os
republicanos do Senado banalizaram a ilegalidade e rejeitaram o sistema de
freios e contrapesos da Constituição" dos EUA, acusou Pelosi em
comunicado, qualificando o republicano Trump e o chefe dos republicanos no
Senado, Mitch McConnell, como uns "velhacos".
Depois de criticar McConnell, por
"de forma cobarde ter abandonado o seu dever de defender a
Constituição", Pelosi salientou que se registou pela primeira
vez um voto bipartidário no Senado para a destituição de um
presidente, aludindo ao voto de Mitt Romney, que alinhou com os democratas.
Antecipando declarações de Trump, Pelosi rejeitou
que a votação dos senadores corresponda a uma absolvição do Presidente
norte-americano, uma vez que "não houve julgamento".
E não houve julgamento,
desenvolveu Pelosi, "porque não há julgamento sem testemunhas,
documentos e provas".
Para a líder democrata, "ao
suprimirem as provas e rejeitarem os elementos mais básicos de um processo
judicial justo, os republicanos do Senado tornaram-se cúmplices (da operação)
de encobrimento do Presidente".
Contudo, mesmo sem estes
recursos, Pelosi considerou que, durante o processo no Senado, os
democratas "expuseram um caso esmagador, poderoso e incriminatório sobre
o esquema do presidente Trump para corromper as eleições de 2020 e provar a sua
culpa".
A defesa de Trump, acusou, foi
incapaz de rejeitar os argumentos dos democratas, contrapondo que Trump
"pensa que a sua reeleição é boa para o país, (pelo que) pode usar todos
os meios necessários para vencer, sem responsabilidade, nem
consequências".
Por fim, Pelosi escreveu
que, "devido à traição dos senadores republicanos à Constituição", Trump
"continua a ser uma ameaça para a democracia norte-americana, com a sua
insistência de que está acima da lei e que pode corromper as eleições se
quiser".
O Senado dos EUA, dominado
pelos republicanos que têm 53 senadores, votou na quarta-feira o processo de
destituição de Donald Trump, com base em dois artigos, aprovados na Câmara dos
Representantes.
Em relação ao primeiro, que
acusava Trump de abuso de poder, 52 senadores votaram "inocente" e 48
votaram "culpado".
O senador republicano Mitt
Romney, eleito pelo estado do Utah, votou a favor da destituição de Trump neste
artigo.
Já em relação ao segundo artigo,
referente à obstrução ao Congresso por Trump, os 53 republicanos votaram
"inocente".
Após a votação, Trump colocou um
vídeo na sua conta na rede social Twitter replicando uma capa da revista Time
para sugerir que concorrerá às presidenciais de forma ilimitada.
Notícias ao Minuto | Lusa |
Imagem: © Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário