A Nova Zelândia anunciou ontem o
encerramento de negócios e atividades públicas e confinamento obrigatório da
população devido à pandemia da covid-19, enquanto a Austrália impôs limites ao
movimento das pessoas, sem obrigar, no entanto, ao seu isolamento.
A primeira-ministra da Nova
Zelândia, Jacinda Ardern, disse ontem, em conferência de imprensa, que os
centros e atividades não essenciais, incluindo escolas, restaurantes e eventos
desportivos, vão fechar nas próximas 48 horas, recomendando à população que se
isole em casa.
“Estas decisões representam a
maior restrição de movimento aplicada aos neozelandeses na história moderna”,
afirmou Andern, acrescentando que algumas instalações permanecerão abertas,
como supermercados, farmácias e centros de saúde.
A Nova Zelândia registou ontem 36
novos casos de infeção por coronavírus, elevando o total para 112, a maioria
dos quais foram contaminados fora do país, embora haja suspeitas de alguma
transmissão local.
Na conferência de imprensa, a
primeira-ministra alertou que, sem essas medidas, o número de infetados
duplicará a cada cinco dias, os serviços de saúde serão inundados de pacientes
e “dezenas de milhares de neozelandeses morrerão”.
Na Austrália, os locais de
convívio social, entretenimento, desporto e de culto serão encerrados a partir
de ontem.
As empresas afetadas pela ordem
de fecho são bares, clubes, ginásios, cinemas, casinos, discotecas, locais de
culto ou reuniões religiosas, entre outros, de acordo com o anúncio feito no
domingo à noite pelo primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, após
reunir-se com os chefes dos governos territoriais.
O Governo australiano indicou que
serviços essenciais, como supermercados, creches, jardins de infância e escolas
continuarão a funcionar normalmente, embora tenha deixado em aberto a
possibilidade de serem mandados fechar caso a situação piore.
A pandemia da covid-19 já matou
sete pessoas na Austrália e infetou mais de 1.600.
“Os australianos vão viver com o
coronavírus durante pelo menos seis meses, pelo que nos disseram”, disse ontem
Morrison, no parlamento de Camberra.
“Pode demorar mais. Não se pode
fechar tudo durante três ou quatro semanas para que a crise passe. Não há
solução a curto prazo”, acrescentou.
Tanto a Nova Zelândia como a
Austrália proibiram, na semana passada, a entrada a turistas estrangeiros para
conter o aumento de infeções pelo novo coronavírus.
O novo coronavírus, responsável
pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 341 mil pessoas em todo o mundo,
das quais mais de 15.100 morreram.
Depois de surgir na China, em
dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização
Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu é aquele
onde está a surgir atualmente o maior número de casos, com a Itália a ser o
país do mundo com maior número de vítimas mortais, com 5.476 mortos em 59.138
casos. Segundo as autoridades italianas, 7.024 dos infetados já estão curados.
A China, sem contar com os
territórios de Hong Kong e Macau, onde a epidemia surgiu no final de dezembro,
conta com um total de 81.054 casos, tendo sido registados 3.261 mortes.
Os países mais afetados a seguir
à Itália e à China são a Espanha, com 2.182 mortos em 33.089 infeções, o Irão,
com 1.812 mortes num total de 23.049 casos, a França, com 674 mortes (16.018
casos), e os Estados Unidos, com 390 mortes (31.057 casos).
Vários países adotaram medidas
excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.
Sapo Timor-Leste | Lusa
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