A China apelou hoje à Suíça que
aumente o fornecimento de componentes para ventiladores, numa altura em que
fabricantes chineses enfrentam a tarefa "impossível" de responder à
explosiva procura mundial, devido à pandemia da Covid-19.
O ministro chinês dos Negócios
Estrangeiros, Wang Yi, apelou ao homólogo suíço, durante uma conversa por
telefone, para que "aumente significativamente" o fornecimento de
componentes para os produtores chineses de ventiladores.
"Países como a Suíça são
fornecedores de componentes importantes para ventiladores. Esperamos que a
Suíça aumente substancialmente a sua oferta, para ajudar as empresas a
aumentarem a produção e aliviar a urgência dos outros países", disse Wang,
citado pela agência noticiosa oficial Xinhua.
As autoridades suiça disseram
que vão trabalhar com a China para aumentar a produção de ventiladores,
medicamentos e vacinas, além de garantir a estabilidade nas cadeias de
fornecimento, informou a agência.
Na semana passada, o embaixador
português em Pequim, José Augusto Duarte, garantiu à agência Lusa que a
encomenda de 500 ventiladores feita pelo Estado português a uma empresa chinesa
"está a decorrer com segurança", e previu que a entrega será feita a
15 de abril.
No entanto, o diplomata lembrou
que "há uma imensa procura de material que cria disfunções no
mercado".
Nos Estados Unidos, fabricantes
automóveis como Ford, Tesla ou a General Motors prometeram fabricar
ventiladores, máscaras e outro equipamento médico, mas continua a haver
escassez numa altura em que o país regista quase meio milhão de infetados pelo
novo coronavírus.
Uma estimativa divulgada na
quarta-feira passada por um ramo de pesquisa do portal de notícias chinês EastMoney estimou
que, no conjunto, Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, França e Itália vão
precisar de quase 1 milhão de ventiladores.
A China é a maior produtora de
luvas médicas, fatos de proteção química e outros equipamentos
cruciais, como ventiladores, no tratamento de doenças respiratórias, mas o
ministério chinês da indústria disse esta semana que os fornecedores têm
capacidade limitada perante a forte procura internacional.
A falta de componentes, padrões
de qualidade dos diferentes mercados e um novo regime de certificação de
exportações de material médico na China impedem a expansão da produção,
acrescentou.
O Governo chinês passou a exigir
documentação adicional às empresas do país para lhes permitir exportem
equipamento médico, incluindo testes de deteção do novo coronavírus,
máscaras, fatos de proteção ou termómetros de infravermelhos, depois
de Holanda, Espanha ou França terem denunciado a importação de material
defeituoso oriundo do país.
O novo coronavírus,
responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais
de 1,5 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram quase 94 mil.
Dos casos de infeção, mais
de 316 mil são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro,
o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da
Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Notícias ao Minuto | Lusa
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